- Investidores estavam atentos a uma entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à TV Record
- Chefe do Executivo garantiu, no entanto, que a meta zero "não está descartada"
- A depender do cenário, Fed diz que pode iniciar uma flexibilização da política monetária ainda este ano
O dólar hoje fechou o pregão em leve queda após chegar a ser negociado a R$ 5,462. Nesta terça-feira (16), a moeda americana encerrou a comercialização custando R$ 5,4294, uma baixa de 0,28%, quando comparado com o dia anterior.
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No Brasil, os investidores estavam atentos a uma entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à TV Record. Lula afirmou hoje que o governo não está obrigado a cumprir a meta fiscal, mas assegurou que fará o necessário. “Tenho mais seriedade fiscal do que aqueles que dão palpites nessa área”, afirmou o presidente.
Questionado se o governo alterará a meta para não ficar refém, Lula respondeu que isso é apenas “uma questão de perspectiva”, e que o governo não é obrigado a estabelecer e cumprir metas se houver coisas mais importantes para fazer. “Este país é imenso, é poderoso; o que é pequeno são as mentes dos dirigentes e de alguns especuladores. Este país não tem problema se tiver um déficit zero, 0,1%, 0,2%; o importante é que o país esteja crescendo, a economia esteja crescendo, os salários estejam crescendo”, reforçou em entrevista à TV Record.
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O chefe do Executivo garantiu, no entanto, que a meta zero “não está descartada”. “Vamos fazer o necessário para cumprir o arcabouço fiscal”, e prometeu que o país “terá previsibilidade”. “Ninguém será pego de surpresa com as ações que pretendemos realizar, porque serão feitas ao meio-dia, não à meia-noite, e com todos observando.”
Lula também rejeitou qualquer desvinculação dos benefícios previdenciários do salário mínimo. “Quando alguém diz: ‘o presidente Lula deveria desvincular o mínimo da Previdência Social’. O mínimo já indica, é o mínimo, não há nada mais baixo que o mínimo”, frisou o presidente.
O presidente também mencionou que aprendeu com sua mãe, Dona Lindu, que não se deve gastar mais do que se tem, mas destacou que não é “marinheiro de primeira viagem”. “Não considero tudo o que eles chamam de gasto como gasto. Às vezes, fico incomodado porque não sou inexperiente. Sou o presidente da República com mais tempo de mandato neste país desde Getúlio Vargas e Dom Pedro II. Tenho experiência em administração bem-sucedida”, comentou.
O mercado financeiro também está de olho nas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após ele afirmar hoje que ainda não apresentou ao presidente Lula os números sobre o bloqueio de recursos no orçamento deste ano, que o governo deve divulgar até a próxima segunda-feira (22).
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Segundo Haddad, a equipe econômica do governo ainda não se reuniu com o presidente Lula para discutir o bloqueio de recursos. “Ainda não tivemos reunião com o presidente sobre o Orçamento de 2024. A última reunião que tivemos com o presidente foi sobre o Orçamento de 2025”, afirmou o ministro aos jornalistas ao sair do Ministério da Fazenda.
Diretora do Fed diz que pode flexibilizar política monetária ainda neste ano
A diretora do Federal Reserve (Fed), Adriana Kugler, afirmou hoje em Washington que, se as condições econômicas continuarem a melhorar, com uma desinflação mais rápida nos últimos três meses e um mercado de trabalho resiliente apesar da desaceleração, ela prevê iniciar uma flexibilização da política monetária ainda este ano.
No entanto, Kugler destacou que sua decisão depende de dados contínuos e de múltiplas fontes, especialmente diante de riscos equilibrados entre alta da inflação e desaceleração do mercado de trabalho. Ela enfatizou que consideraria cortar as taxas de juros mais cedo se o mercado de trabalho desacelerar significativamente e o desemprego aumentar devido a demissões.
Por outro lado, se os dados disponíveis não mostrarem uma trajetória sustentável de inflação em direção à meta de 2%, ela poderá optar por manter as taxas estáveis por mais tempo.
Kugler observou que, apesar dos desafios no início do ano, a inflação tem diminuído em todas as categorias de preços, mas ainda permanece acima da meta. Ela acredita que a oferta e a demanda estão se equilibrando melhor, com os gargalos de oferta retornando ao normal e uma moderação na demanda devido aos juros mais altos e ao fim das economias excessivas das famílias.
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Depois das quedas da semana passada, o real caiu da quinta para a sexta posição entre as moedas mais desvalorizadas em um ranking de 118 divisas. Com o resultado de ontem, o dólar acumulou uma queda de 0,56% na semana, um recuo de 2,82% no mês e uma alta de 11,92% no ano.