As ações da Azul (AZUL4) registram a principal alta do Ibovespa nesta segunda-feira (16) e repetiram o movimento observado na sexta-feira (13), quando já haviam disparado 22,52%. No fechamento, os papéis da companhia aérea avançaram 10,91% cotados a R$ 5,49, depois de oscilarem entre máxima a R$ 5,71 e mínima a R$ 5,11. Pela manhã, os ativos chegaram a entrar em leilão por oscilação máxima permitida.
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Uma reportagem da Reuters publicada na sexta-feira sugeriu que a Azul estaria próxima de realizar um novo acordo com credores. A empresa supostamente estaria oferecendo ações para quitar uma dívida de cerca de US$ 600 milhões. As informações vieram de três pessoas próximas às negociações. As fontes, que pediram anonimato, também afirmaram que a maioria dos credores da aérea já havia sinalizado que aceitaria o plano em discussão.
Nessa proposta, os arrendadores receberiam uma participação acionária de cerca de 20% da companhia. Duas das pessoas mencionaram que um acordo poderia ser assinado em poucas semanas. “Não é 100% o que a Azul gostaria, nem 100% o que os arrendadores gostariam, mas pode ser uma boa maneira de aliviar esse fardo”, disse uma das fontes à Reuters.
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A notícia fez as ações da empresa dispararem na última sessão e liderarem os ganhos do Ibovespa. Já no domingo (15) à noite, a Azul enviou um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com atualizações sobre o caso. No documento, a companhia informou que as negociações com arrendadores de aeronaves têm como objetivo “otimizar a estrutura de equity acordada no plano de otimização de capital do ano passado, cujos termos envolvem, dentre outros, uma potencial substituição de tal dívida por participação societária na Azul“.
No entanto, a empresa ressaltou que as negociações seguem em andamento e não há documento vinculante firmado, sendo que os termos e condições de uma eventual reestruturação ainda estão sujeitos à discussão e definição pelas partes envolvidas. “Da mesma forma, tais negociações não excluem ou limitam outras discussões e modelos para otimização da estrutura de capital da Azul”, complementou a companhia, em comunicado.
No final de agosto, as ações da empresa sofreram um tombo em meio a rumores de que ela poderia entrar com pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos (processo semelhante à recuperação judicial no Brasil). Por fato relevante publicado na época, a companhia negou a informação e ressaltou que estava em negociações ativas com seus principais stakeholders (partes interessadas em um negócio) para otimizar a estrutura de capital acordada no plano de otimização do ano passado.
Apesar da cautela gerada nos investidores, entre os doze analistas consultados pelo E-Investidor nesta reportagem, oito ainda apresentam recomendação neutra para as ações. Até o momento, os papéis da Azul registram desvalorização de 65,77% no ano e alta de 1,67% em setembro.
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