- Eletrobras (ELET3 e ELET6) é a companhia com o plano de desestatização mais adiantado do Governo Bolsonaro
- Expectativa era que projeto fosse votado no ano passado, mas crise adiou a possível venda para este ano
- Seis de sete corretoras recomendam a compra das ações, pois acreditam que mesmo sem a venda, o papel está atrativo aos investidores
Uma das principais pautas da agenda liberal do Governo Bolsonaro, liderada pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, é realizar a venda de uma série de empresas estatais. Correios e Eletrobras estão entre as oito companhias que devem ser privatizadas em 2021, sendo a Eletrobras a empresa que está com o plano de privatização mais adiantado. A ideia do governo era que a operação tivesse ocorrido ano passado, mas a crise causada pela pandemia da covid-19 atrasou os planos.
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A maior companhia de energia elétrica da América Latina é também a única da lista que tem o capital aberto na bolsa brasileira. No Ibovespa, a empresa possui duas classes de ações, a ELET3 (ordinárias) e a ELET6 (preferenciais).
Em 2020, ambas caíram mais de 50% até seu pior momento na crise, 20 de março. Ao longo do ano, no entanto, conseguiram se recuperar com a perspectiva da venda da companhia. No agregado do ano, o desempenho dos papéis foi negativo em 2,84% e 2,89%, respectivamente. O principal índice da B3 subiu 2,92% no período.
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Em 2021, até o fechamento do mercado desta quarta-feira (6), Eletrobras (ELET3 e ELET6) têm desvalorização, em ordem, de 6,79%, a R$ 34,18, e 5,46%, a R$ 34,98. O IBOV tem valorização de 0,07%, aos 119.100,08 pontos, até o momento.
Para saber o que esperar das ações da empresa daqui para frente, o E-Investidor consultou sete corretoras. Destas, seis recomendam a compra do ativo, pois acreditam que mesmo sem a privatização os ativos da companhia estão atrativos no patamar atual.
“Sem a desestatização, o preço-alvo de ELET6 é R$ 52 e com a venda de R$ 75”, dizem João Pimentel e Fillipe Andrade, analistas do BTG Pactual.
Confira a recomendação e o preço-alvo das corretoras para ELET3 e ELET6:
Ágora Investimentos
- Recomendação: Compra
- Preço-alvo: ELET3 e ELET6 – R$ 57
Justificativa: “As ações da Eletrobras seguem em um patamar de preços atraente, especialmente para investidores de longo prazo. Vale destacar que o papel negocia com uma taxa interna de retorno implícita acima de títulos públicos de renda fixa de longo prazo”, diz José Francisco Cataldo, head de research da Ágora.
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“Em nossa visão, os resultados da companhia deverão ter menor impacto em relação a outros setores, mostrando uma certa resiliência mesmo em períodos adversos. Outro tema relevante é uma potencial privatização da companhia”, afirma. “Em 2020, o tema não foi avaliado pelo Congresso, mas a pauta pode voltar ao debate no próximo ano. Sendo assim, considerando o valuation descontado, seguimos indicando o papel em nossa Carteira”.
BTG Pactual
- Recomendação: Compra
- Preço-alvo: ELET3, R$ 57, e ELET6, R$ 63
Justificativa: “A Eletrobras oferece um risco/retorno muito atrativo e também oferece um bom upside mesmo sem sua privatização. Sem a desestatização, o preço-alvo de ELET6 é R$ 52 e com a venda de R$ 75. O valor de R$ 63 é a combinação das duas possibilidades, pois assumimos que há 50% de probabilidade da companhia ser vendida”, afirmam João Pimentel e Fillipe Andrade, analistas do BTG Pactual.
Genial Investimentos
- Recomendação: Overweight (Compra)
- Preço-alvo: ELET3 e ELET5 – R$ 40
Justificativa: “Embora nós não tenhamos certeza se a privatização ocorrerá neste ano, vemos uma assimetria positiva no valuation das ações da Eletrobras, com ela sendo negociada níveis atraentes mesmo que a venda da empresa não aconteça”, diz Vitor Sousa, analista da Genial.
Guide Investimentos
- Recomendação: Compra
- Preço-alvo: ELET6 – R$ 48
Justificativa: “Vemos um potencial interessante a ser destravado com ganhos operacionais que a empresa tem a possibilidade de realizar ao longo do ano, a companhia ainda peca um pouco com ineficiência. E também temos a questão da privatização, que é a grande questão para a companhia no ano. Há expectativa que o projeto seja tocado já no primeiro semestre. Porém, Brasília é muito complexo. Gostamos do nome, há uma volatilidade maior, mas o potencial de alta é muito maior que seus pares do setor”, afirma Henrique Esteter, analista da Guide.
Safra
- Recomendação: Outperform (Compra)
- Preço-alvo: ELET3 – R$ 53,80
Justificativa: “O processo de privatização pode trazer diversos potenciais de alta para a tese de investimento: (i) plano de desinvestimento; (ii) programas de redução de custos; (iii) melhora na alocação de capital; (iv) melhora na administração de passivos; e (v) melhora dos contratos de geração e transmissão (G&T)”, diz Daniel Travitzky, analista do Safra.
Warren
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: –
Justificativa: “Com a possibilidade de avanço na privatização em 2021, vemos vários potenciais fatores de melhora na estrutura da empresa, tais como desinvestimento, redução de custos, melhora dos contratos de geração e transmissão, melhora na alocação de capital e na administração de passivos. Acreditamos, no entanto, que esse movimento deve demorar, podendo se concretizar apenas no final do ano. Nos próximos meses teremos um cenário mais claro quanto a esse processo. Por hora, nos mantemos neutro na posição”, afirma Igor Cavaca, analista de investimentos da Warren.
Goldman Sachs
- Recomendação: Compra
- Preço-alvo: ELET3, R$ 46,80, e ELET6, R$ 51,40