A agenda econômica desta terça-feira (26) concentra atenções no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de novembro e a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). No mercado financeiro hoje, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reúne com líderes do governo no Congresso para tratar sobre o pacote de corte de gastos.
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Ainda na agenda econômica hoje, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) discute Reciprocidade Ambiental em almoço com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), depois do anúncio de boicote do Carrefour (CRFB3) à carne do Mercosul. Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa da abertura do Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em Brasília.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e os diretores participam da 59ª reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef). A Comissão Mista de Orçamento (CMO) da Câmara se reúne para discutir a tramitação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 (LDO – PLN 3/24) e do projeto do Orçamento de 2025 (LOA – PLN 26/24).
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Ainda no cenário doméstico hoje, o Tesouro faz leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
A agenda exterior ainda destaca dados de confiança do consumidor e das vendas de moradias novas dos Estados Unidos. O economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, testemunha em sessão da Câmara dos Lordes no parlamento.
Confira os 6 assuntos que movimentam o mercado financeiro hoje
Bolsas internacionais
A promessa do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar o protecionismo e aumentar tarifas comerciais a outros países em seu segundo mandato pesa nos mercados internacionais nesta manhã. O cenário geopolítico também inspira cautela.
Se por um lado um potencial cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah pode ajudar a reduzir as tensões no Oriente Médio, preocupa a escalada na guerra entre Rússia e Ucrânia. Diante desse temor, o rublo caía ante o dólar ao menor nível desde março de 2022.
Nos EUA, as incertezas são com os próximos passos do Fed em dia de divulgação da ata. O distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, disse ser apropriado considerar outro corte de juros de 25 pontos-base em dezembro. Já Austan Goolsbee, do Fed de Chicago, disse que os juros ainda têm um bom caminho a percorrer até chegarem à neutralidade.
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Nas bolsas da Europa, montadoras de veículos despencam com promessa de Trump para 1º dia de mandato nos EUA.
Carrefour (CRFB3)
O momento é delicado também diante do imbróglio gerado pelo boicote do Carrefour às carnes do Mercosul. O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, fará uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Favaro, após as suas declarações levarem à interrupção de fornecimento de carnes por parte de frigoríficos brasileiros ao Grupo Carrefour Brasil.
IPCA-15
O indicador de inflação IPCA-15 deve desacelerar a 0,49% em novembro, após 0,54% em outubro. As projeções, todas de alta, vão de 0,22% a 0,64%. Para a inflação em 12 meses, a mediana indica aceleração de 4,47% para 4,63%. As estimativas vão de 4,35% a 4,79%. O alívio nas tarifas de energia elétrica deve corroborar a desaceleração do IPCA-15 em novembro.
Ata do Fed
A ata de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) é um documento elaborado pela autoridade monetária, o Federal Reserve, com os detalhes do que foi discutido e decidido na última reunião em relação às taxas de juros. O documento deve fornecer mais pistas sobre a visão do Fed para os próximos passos.
No começo do mês, o banco central americano decidiu reduzir as taxas de juros americanas em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,5% e 4,75% – o segundo ajuste para baixo realizado em 2024. O primeiro, feito no encontro de setembro, representou o primeiro corte nas taxas desde 2020, durante pandemia da covid-19.
Commodities
O minério de ferro fechou em alta de 0,32% em Dalian, na China, cotado a 783 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 108,15. O petróleo também opera no positivo, subindo 1,00%.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,40% no pré-mercado de Nova York, por volta das 08h30 (de Brasília). Já os da Petrobras (PETR3; PETR4) cediam 0,27% no mesmo horário.
Pacote de gastos e mercado brasileiro
A expectativa do mercado fica sobre o anúncio do pacote de corte de gastos do governo que pode chegar a R$ 70 bilhões, aguardado para hoje. No entanto, o apetite a risco pode ser limitado diante do tom mais negativo no exterior e após a ministra do Planejamento, Simone Tebet, ter dito na segunda-feira (25) que a decisão sobre o pacote de cortes de gastos públicos “dificilmente” será divulgado nesta terça-feira. O novo adiamento deve pressionar mais o dólar, que fechou a R$ 5,80 na véspera, em meio também aos temores com o protecionismo de Trump.
Nos juros, as taxas ficam sensíveis ao IPCA-15 no mercado financeiro hoje, o que pode aliviar as taxas curtas, assim como a média dos núcleos, embora o dólar e os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) mais fortes sejam contraponto.
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* Com informações do Broadcast