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Como fica a poupança com a Selic a 12,25% ao ano

Com a taxa básica de juros em alta,a poupança está cada vez menos competitiva frente às alternativas de renda fixa com maiores retornos e segurança

Como fica a poupança com a Selic a 12,25% ao ano
(Foto: Envato Elements)
O que este conteúdo fez por você?
  • Rentabilidade da poupança é definida por regras fixas, tornando-se menos atraente
  • Alternativas como Tesouro Selic e CDBs oferecem maiores retornos e segurança
  • Especialistas alertam para fatores que os investidores devem levar em conta

A poupança, frequentemente vista como um porto seguro para investidores iniciantes, vem enfrentando um cenário complicado diante da alta da taxa básica de juros, a Selic. Se para especialistas ela nunca foi uma opção realmente competitiva em termos de rentabilidade, agora, com a Selic em 12,25%, fica ainda mais evidente a desvantagem estrutural da poupança em relação a outras alternativas de investimento.

Isso porque a rentabilidade da poupança é definida por regras fixas. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, com a Selic a 12,25%, o rendimento anual da poupança é de apenas 8,4%. Porém, a TR, que historicamente teve maior relevância no cálculo, tem sido próxima de zero há mais de uma década, tornando seu impacto no rendimento praticamente nulo.

Se a Selic cai para 8,5% ao ano ou menos, a regra da poupança muda, passando a render 0,5% ao mês mais a TR, o que equivale a aproximadamente 6,17% ao ano. No entanto, mesmo em cenários de juros baixos, a poupança continua oferecendo retornos pouco atrativos em comparação a outras opções do mercado.

Historicamente, com o aumento da Selic, muitos investidores migraram da poupança para aplicações mais atrativas atreladas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). De acordo com Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, a alta da Selic atrai empreendedores e pessoas físicas a investirem em ativos com boa liquidez, como fundos de renda fixa e títulos públicos, que oferecem rentabilidades superiores à tradicional poupança. Atualmente, esses investimentos podem render até 5 ou 6 vezes mais que a poupança, levando muitos investidores a abandonarem essa aplicação popular em favor de opções mais lucrativas e seguras.

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Alves diz que apesar da simplicidade da poupança ser um atrativo, a medida que os brasileiros entendem que podem obter rendimentos maiores em opções de renda fixa, com segurança e liquidez semelhantes, há uma crescente migração para esses produtos. Nos últimos anos, observa-se uma mudança cultural nos investimentos, com resgates frequentes na poupança e uma adoção maior por ativos financeiros mais diversificados.

Opções rentáveis e seguras

É nessa fuga que os investidores encontram no Tesouro Selic e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) opções mais rentáveis e seguras, segundo Mayara Ranni Sekertzis, head de fundos e previdência da Manchester Investimentos. O Tesouro Selic, por exemplo, acompanha 100% da taxa básica de juros, garantindo retornos superiores à poupança, mesmo após a incidência de imposto de renda sobre o rendimento.

Já os CDBs podem oferecer rendimentos superiores a 100% do CDI, dependendo do emissor e do prazo. Além disso, contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para investimentos de até R$ 250 mil por CPF e instituição, tornando-se uma opção segura e lucrativa.

“A regra fixa de remuneração da poupança foi criada para torná-la mais acessível em cenários de juros baixos, mas acaba limitando sua competitividade em qualquer contexto econômico. Para investidores que buscam proteger seu capital da inflação e obter melhores retornos, as alternativas de renda fixa citadas são muito mais vantajosas. Com o mesmo nível de segurança e liquidez, alternativas como o Tesouro Selic e os CDBs superam a poupança em rentabilidade, comprovando que, estruturalmente, ela nunca foi a melhor escolha para investidores”, diz Sekertzis.

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Investidores que desejam manter uma abordagem conservadora com retorno atrativo podem optar pelos Fundos DI – boa alternativa porque são compostos por títulos públicos e créditos bancários, como as letras financeiras, que adicionam maior segurança e retorno. Para quem busca um retorno ainda maior, os especialistas orientam explorar fundos de renda fixa e ativos diretos de crédito privado, os quais oferecem um spread (diferença entre o rendimento de um ativo ou investimento e a taxa básica de juros) superior à Selic.

O que o investidor deve considerar antes de se arriscar

Para Paulo Silva, Co-fundador da Consultoria Advisory 360, ao analisar o rendimento da poupança em comparação com alternativas como o Tesouro Selic, é fundamental considerar três aspectos principais: segurança, liquidez e rentabilidade. Ambos os investimentos têm suas vantagens, mas, segundo ele, as diferenças tornam-se evidentes quando os três fatores são avaliados.

A segurança, por exemplo, é uma característica destacada tanto na poupança quanto no Tesouro Selic, visto que ambos são garantidos pelo governo ou por instituições financeiras sólidas. Portanto, o risco de crédito é praticamente inexistente em ambos os casos. No entanto, a liquidez apresenta diferenças marcantes. A poupança oferece resgate imediato em aniversários mensais, enquanto o Tesouro Selic permite liquidez diária, com pequena oscilação de mercado antes do vencimento.

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O aspecto que mais se destaca é a rentabilidade. Mesmo com a incidência de imposto de renda, o Tesouro Selic apresenta uma rentabilidade muito superior à da poupança. Enquanto a poupança oferece um rendimento fixo de 70% da Selic, o Tesouro Selic entrega 100% da Selic, o que, conforme o especialista, faz uma grande diferença ao considerar investimentos que visam superar a inflação ou construir uma reserva de emergência com retorno financeiro.

Para investidores que buscam superar a inflação ou manter uma reserva de emergência com um retorno mais robusto, o Tesouro Selic é alternativa mais consistente.

Mas Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, alerta para outra questão que esses investimentos de maior rentabilidade enfrentam: o prazo. Conforme ele, em um ambiente de juros elevados, instituições financeiras buscam atrair novos clientes oferecendo opções mais longas para reduzir o custo de captação e garantir melhores retornos aos investidores. Idean também enfatiza a importância de que o investidor fique atento a aspectos como o emissor da dívida, o prazo de aplicação e eventuais custos de resgate antecipado. Isso ajuda a evitar que oportunidades atraentes se transformem em riscos indesejados devido à falta de alinhamento e conhecimento sobre o investimento.

O estrategista de investimentos, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, Marcelo Bolzan, fez uma simulação comparando a rentabilidade entre a poupança, CDB, Tesouro Selic e letras de crédito, considerando um investimento de R$ 5 mil e a Selic a 12,25%:

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Aplicação Selic/taxa (%) IR (%) Rend. líquido (%) Valor final (R$)
Poupança 6,17% + TR 7,45% R$ 5.372,50
CDB Pós 1 ano 105% 17,50% 10,84% R$ 5.542,00
Tesouro Selic 2027 0,03% 17,50% 10,34% R$ 5.515,00
LCI 95% 11,74% R$ 5.587,00
LCA 95% 11,74% R$ 5.587,00