Mercado financeiro hoje adota cautela em meio à espera de tarifas recíprocas de Donald Trump e de mais um dado de emprego americano, antes do relatório oficial do payroll, na sexta-feira. (Foto: Adobe Stock)
A agenda econômica desta quarta-feira (2) concentra atenções no anúncio do novo tarifaço dos EUA, o quarto em três meses da administração de Donald Trump, apelidado de “Dia da Libertação” pelo presidente americano em referência às tarifas recíprocas – veja o que esperar aqui. O comunicado oficial está previsto para as 17 horas (de Brasília). Antes disso, o relatório ADP de emprego no setor privado americano e os dados de produção industrial no Brasil devem modular as expectativas de política monetária e atividade dos investidores no mercado financeiro hoje.
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Ainda na agenda econômica de hoje, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, participa do evento de 60 anos da autoridade monetária brasileira, que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da fazenda, Fernando Haddad. Haverá também um painel no evento com os ex-presidentes do BC Alexandre Tombini, Arminio Fraga, Henrique Meirelles, Ilan Goldfajn e Roberto Campos Neto.
Mercado financeiro hoje: os destaques desta quarta-feira
Tarifas dos EUA: como bolsas internacionais reagem hoje?
Os mercados adotam cautela em meio à espera dos detalhes das tarifas recíprocas e de mais um dado de emprego americano, antes do relatório oficial do payroll, na sexta-feira (4).
Está no radar também o anúncio de tarifas de Trump a carros importados em 25% a partir da quinta-feira (3). A equipe de Trump considera três opções para sobretaxas recíprocas: tarifa universal de 20%, tarifas recíprocas por país ou uma tarifa reduzida para um grupo específico de nações.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) voltam a cair, assim como os futuros de Nova York e as bolsas europeias – saiba mais sobre o pregão das bolsas internacionais hojeaqui. O dólar hoje recua com a busca de proteção no iene – veja os detalhes aqui.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago, Austan Goolsbee, alertou que a confiança na economia dos EUA está “quase se desintegrando”, atribuindo a incerteza ao temor da inflaçãoe ao impacto das tarifas na oferta.
Um adicional de 20% sobre as importações dos EUA poderia elevar o núcleo da inflação medida pelo Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) em 2%, mas, após atenuações, o aumento deve ficar em torno de 1,25%, calcula a Pantheon Macroeconomics.
Commodities: petróleo cai, minério sobe
O petróleoopera em queda, mas perto da estabilidade, estendendo perdas de terça-feira (1º), enquanto operadores aguardam anúncio de medidas tarifárias de Trump. No início da manhã, o barril do petróleo WTI para maio caía 0,42%, enquanto o do Brent para junho recuava 0,48%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferrofechou em alta de 1,09%, cotado a 791,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 108,87 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale(VALE3) recuavam 0,89% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h23 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras(PETR3; PETR4) cediam 0,28% no mesmo horário.
Como o Ibovespa hoje deve reagir diante do temor global
Na contagem regressiva para o anúncio das tarifas dos EUA, o Ibovespa hoje deve acompanhar a volatilidade dos ativos em Nova York e nas commodities. Dólar e juros futuros podem ficar sob pressão.
No cenário político, o Senado aprovou o “PL da Reciprocidade“, permitindo ao Brasil reagir a barreiras comerciais dos EUA. O projeto segue para a Câmara.
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Já na pauta fiscal, o presidente da Câmara, Hugo Motta, indicou que a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil deve passar por uma comissão especial, com anúncio do relator previsto para a próxima quinta-feira, e pode repercutir no mercado financeiro hoje.
