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Comportamento

Cinco mulheres que influenciam os investimentos mundiais

Segundo livro, investidoras tiveram papel essencial quando os Estados Unidos eram as Treze Colônias

Cinco mulheres que influenciam os investimentos mundiais
Dawn Fitzpatrick é a CIO do Soros Fund Management. Foto: REUTERS/Lucy Nicholson
  • De acordo com a B3, o número de mulheres investindo na Bolsa cresceu 77,8% últimos cinco anos
  • Em relatório publicado no mês passado, a Robinhood anunciou que o número de mulheres ativas investindo em criptomoedas aumentou sete vezes de 2020 para 2021
  • De acordo com pesquisa da Warwick Business School, realizada com 2.800 investidores, enquanto os retornos anuais para os homens foram, em média, marginais de 0,14%, para as mulheres foram de 1,94%

(Rebeca Soares, especial para o E-Investidor) – Em relatório publicado no mês passado, a Robinhood anunciou que o número de mulheres ativas investindo em criptomoedas aumentou sete vezes de 2020 para 2021. No Brasil, os números também indicam que elas estão mais presentes no mercado financeiro.

De acordo com a B3, o número de mulheres investindo na Bolsa cresceu 77,8% últimos cinco anos. Porém, o aumento foi de apenas 3,4% no mesmo período em relação ao total de investidores

Mesmo que não seja uma regra, estudos mostram que mulheres podem ser melhores investidoras. De acordo com pesquisa da Warwick Business School, realizada com 2.800 investidores, enquanto os retornos anuais para os homens foram, em média, marginais de 0,14%, para as mulheres foram de 1,94%. Um dos impactos observados é que as elas fazem menos movimentações ao longo do ano, mas recorrem a reflexão e a fundamentos.

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Para incentivar a representatividade feminina, o grupo Women In Nasdaq (WIN) reúne 900 membros globais com a missão de envolver, educar e capacitar profissionais, fortalecendo os pilares de diversidade e inclusão. Tais iniciativas abrem portas, assim como as mulheres que fazem história como investidoras e se destacam no mercado internacional. Vamos conhecer a história de algumas delas.

Passado, presente e futuro

Segundo o livro “To Her Credit” (sem versão em português), de Sara T. Damiano, professora da Texas State University, mulheres investidoras tiveram papel essencial quando os Estados Unidos eram as Treze Colônias.

Por conta da população feminina ser maioria, mulheres, especialmente as viúvas, “preenchiam vazios” no mercado empreendendo e provendo crédito para marinheiros fazerem viagens exploradoras. Já em meados do século 19, Victoria Woodhull foi pioneira. Ela empreendeu a e tornou-se a primeira mulher corretora de ações em Wall Street.

De acordo com o relatório mais recente da American Express sobre a situação das empreendedoras, o número de empresas de mulheres aumentou 21% nos últimos cinco anos, enquanto os negócios em geral aumentaram apenas 9%. Elas estão à frente de 42% de todas as firmas americanas.

Segundo o estudo Global Mega Trends 2030, da consultoria Frost & Sullivan, em 2030, as mulheres mudarão o panorama da força de trabalho com uma taxa de participação média de mais de 40%, eventualmente adicionando mais 100 milhões de mulheres trabalhadoras à economia global. Isso reduziria a diferença de gênero nas taxas de participação no trabalho em 25% até 2025.

Geraldine Weiss, fundadora da newsletter Invest Quality Trends

Pioneira entre as mulheres influenciadoras, Geraldine Weiss ficou conhecida como “A grande dama dos dividendos”. Atualmente com 95 anos, ela carrega uma história que abriu caminho para a diminuição da dominância masculina entre os investidores.

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Em 1966, aos 40 anos, iniciou a newsletter Investment Quality Trends junto ao sócio Fred Whitmore. Cada um enviou uma versão com a respectiva assinatura para os primeiros leitores. Enquanto ele recebia diversos retornos, ela parecia não ter sido considerada. Até que passou a assinar como G. Weiss. Após anos recebendo cartas dos leitores endereçadas ao Sr. Weiss, ela apareceu ao vivo no programa de TV “Wall Street Week with Louis Rukeyser”, em 1977. Como os assinantes já estavam fazendo muito dinheiro a partir das recomendações dela, não se importaram com o fato de ser mulher. Hoje, já aposentada, é conselheira de estratégias da newsletter.

No livro “Os dividendos não mentem: encontrando valor em ações da Blue-Chip” (tradução livre), lançado em 1988, Weiss e a co-autora Janet Lowe enfatizam os padrões de rendimento de dividendos como meio de avaliar uma ação, em vez de focar nos ciclos de preços.

Abigail Johnson, CEO da Fidelity Investments

Nona mulher mais poderosa do mundo e a primeira mulher da lista de bilionários da Forbes na categoria administração de capital, ela acumula uma fortuna de US$ 20,9 bilhões. Johnson é presidente e CEO da Fidelity Investments, que em 2020 tinha US$ 4,9 trilhões em ativos sob gestão ou Assets Under Management (AUM).

A inovação guia a corretora sob o comando de Abigail. No fim de março, a Fidelity anunciou o lançamento do próprio ETF de criptomoeda, o Wise Origin Bitcoin Trust, que deve acompanhar a performance do bitcoin.

Outro produto que já faz sucesso é o Planos de Compra de Ações de Funcionários ou Employee Stock Purchase Plans (ESPP), que reúne os investimentos para aposentadoria de funcionários de grandes empresas.

Dawn Fitzpatrick, CIO na Soros Fund Management

Conhecida como administradora de fundos de hedge e por ocupar o cargo de diretora de investimentos (CIO, na sigla inglês para Chief Investment Officer) na Soros Fund Management desde 2012, Fitzpatrick começou sua carreira em 1992 na firma Chicago O’Connor & Associates, que mais tarde se tornaria UBS. Ela ficou na companhia por 25 anos e ocupou cargos como o de chefe de investimentos da UBS Asset Management .

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Ela assumiu a atuação posição na empresa de George Soros em 2017. Sob o comando de Fitzpatrick, a empresa faz investimentos em companhias que fornecem a chamada infraestrutura de criptografia, como bolsas, gestores de ativos e custodiantes. Em 2018 e 2019, Fitzpatrick esteve no Worth Power 100, lista dos 100 mais poderosos nas finanças globais. Este ano, já foi eleita como uma das 100 mulheres mais influentes das finanças americanas pela revista Barrons.

Kathy Xu, fundadora da Capital Today Group

Sócia-fundadora da empresa chinesa Capital Today, Kathy Xu debutou na Lista Midas da Forbes em 2019, garantindo o sexto lugar mundial no ranking que destaca os maiores investidores de capital de risco. Primeira mulher da lista, Xu fez seu dinheiro apostando alto no site de e-commerce de startups em estágio inicial, JD.com. O investimento de US$ 18 milhões rendeu à empresa US$ 2,9 bilhões.

A estratégia de Xu, quando se trata de investir, é ficar estreita com seus empreendimentos, mergulhando apenas depois de pesquisar profundamente uma empresa. Kathy Xu reúne-se com os fundadores de qualquer empresa várias vezes para entender sua estratégia completamente antes de cortar um cheque à empresa. Optar por profundidade em vez de amplitude em sua estratégia de investimento fez de Xu a investidora mais poderosa do mundo no momento. Ela chegou a ser considerada como a “Warren Buffett da China” e segue dentro da lista em 2021, apesar de ter perdido algumas colocações.

Mary Meeker, fundadora da Bond Capital

Outro grande destaque para a lista é a americana Mary Meeker. Primeira entre as mulheres na Lista Midas de 2021 e entre a lista, também da Forbes, de mulheres mais poderosas do mundo em 2020, Meeker é destaque quando o assunto é tecnologia.

Ela se destaca por ser uma das primeiras investidoras em startups de rápido crescimento como Instacart, Square, AirBNB, fruto de um olhar aguçado sobre as tendências da Internet e comportamento do consumidor. Anualmente, desde 1995, ela lança o Internet Trends Report, relatório com grande quantidade de pesquisa e atenção aos potenciais da Internet. Somando as informações do documento com habilidades de tomada de decisão de investimento, ela mantém a influência no mercado financeiro.

Iniciou a carreira como corretora de ações na Merrill Lynch e passou por outras companhias financeiras como Salomon Brothers, Cowen, Morgan Stanley e Kleiner Perkins. Com esse longo currículo, fundou a própria empresa, a Bond Capital. Ela levantou US$ 1,2 bilhão para seu fundo de estreia. Em maio de 2019, a Bond Capital anunciou seu primeiro investimento fora do fundo, uma rodada de US$ 70 milhões na plataforma de portfólio online Canva.

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