- PayPal, Binance e Visa são só alguns dos exemplos de empresas que estão fornecendo aos seus clientes maneiras de utilizar os ativos como forma de pagamento em sites e lojas
- Mas especialistas são categórico em afirmar que não faz sentido utilizar as criptomoedas como meio de pagamento
Os meios de pagamento evoluíram com o passar do tempo. Escambo, moedas, cédulas em papel, cartão de crédito, carteiras digitais, conchas e criptomoedas são só algumas opções que já foram ou ainda são utilizadas para adquirir bens e serviços.
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Agora, as criptos são a bola da vez, com cada vez mais empresas apostando na solução como um novo meio de pagamento. PayPal, Binance e Visa são só alguns dos exemplos de empresas que estão fornecendo aos seus clientes maneiras de utilizar os ativos como forma de pagamento em sites e lojas, assim como o cartão de crédito.
Um dos exemplos mais recentes foi o Mercado Livre da Argentina, que anunciou em abril de 2021 o lançamento de uma seção exclusiva em sua plataforma dedicada para a negociação de imóveis utilizando o Bitcoin como meio de pagamento.
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Outro exemplo é a Tesla, que em fevereiro de 2021 passou a aceitar a criptomoeda mais conhecida do mundo para aquisição de veículos da montadora.
Entretanto, o CEO, Elon Musk, voltou atrás e a empresa parou de aceitar o Bitcoin como meio de pagamento. Em julho de 2021, o executivo afirmou que a companhia provavelmente voltará a aceitar BTC para pagamentos em algum momento no futuro.
Tendo em vista que muitas criptomoedas, em especial o Bitcoin, sofrem oscilações de preços diariamente, será que é uma boa ideia utilizá-los como forma de pagamento no dia a dia? Na sequência, confira a opinião de especialistas sobre o assunto.
Criptomoedas: meio de pagamento ou investimento?
Cazou Vilela, CMO do Zro Bank, é categórico ao afirmar que não faz sentido utilizar as criptomoedas como meio de pagamento. “Apesar de o Bitcoin ter nascido com esse propósito de moeda, ele ainda não é uma”, explica.
“Hoje, quando olhamos o BTC, vemos uma volatilidade muitas vezes maior do que aquilo que você gostaria de precificar com ele. Então, com esse conceito, já não faz sentido gastar suas criptos para comprar”, complementa o especialista.
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Se o problema é a volatilidade, as stablecoins estão aí para não contarem com essas grandes variações de preço, pois foram criadas para serem lastreadas em alguma moeda física, como por exemplo o dólar. É o caso do Tether (USDT), do USDC e do DAI.
Entretanto, Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, corretora especializada em criptoativos, explica que apesar das stablecoins resolverem o problema das oscilações de preços, elas possuem um outro ponto de atenção.
“As transações ainda não são tão baratas assim.”, diz Tota. Para se ter uma ideia das tarifas pagas, para concretizar uma transação para enviar 15 DAI, o equivalente a US$ 15, a menor taxa possível era de US$ 13,92 e a mais alta US$ 17,40.
Para ficar claro, vale dizer que a diferença entre elas é a velocidade para serem confirmadas: quanto mais alta a taxa, mais rápida a transação é realizada.
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Ainda, André Franco, especialista em criptomoedas da Empircus Research, diz que da maneira que vê o potencial desse mercado, gastar criptomoedas do ponto de vista pessoal é uma decisão de certa forma ruim se você visa o longo prazo da sua posição.
Para Franco, é mais interessante usufruir dos seus próprios ganhos. Se a pessoa já vem acumulando criptomoedas há algum tempo, simplesmente vender o ativo e colocar o valor no bolso, fazendo o pagamento que deseja com o lucro, por exemplo, é mais saudável para a vida como investidor.
Já Alex Buelau, sócio da Parfin, plataforma de consolidação de investimentos em criptoativos para institucionais, vai na mesma linha e diz que sempre recomenda realizar um pouco do lucro caso tenha tido sucesso com seus investimentos.
“Isso traz satisfação, reduz sua exposição a riscos de curto prazo e torna os ganhos mais reais. Só fique atento aos impostos para não ser pego de surpresa”, diz.
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