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Mercado

“Momento é de investir em hedge para não ‘sofrer'”, diz Stuhlberger

Gestor afirma que o cenário é de cautela sobre os próximos acontecimentos no mercado global

“Momento é de investir em hedge para não ‘sofrer'”, diz Stuhlberger
Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset e gestor do Fundo Verde (Foto: Divulgação Verde)
  • Em painel organizado pela Eleven, o líder da Verde Asset afirma que é difícil racionalizar todos os acontecimentos do cenário nacional. Segundo ele, o momento é de investir em hedge para não “sofrer a cada dado divulgado”
  • “O VIX (Índice de Volatilidade) está baixo como prova de que o mercado está disposto a pagar um prêmio maior para proteção”, avalia Stuhlberger
  • O discurso foi dado durante evento da Eleven Financial Research, em parceria com o Credit Suisse e o ModalMais.

Luis Stuhlberger, CEO e CIO e gestor do Fundo Verde, analisou o cenário econômico do País nesta terça-feira (14). A situação volátil por conta do cenário político e fiscal, alta dos juros e inflação foram os pontos principais das avaliações feitas durante painel organizado pela Eleven Research.

A preocupação com a dívida do País é um dos maiores impasses para o mercado, segundo ele. “O problema dos precatórios é sério e o mercado não está levando em consideração”, afirma Stuhlberger. Para o CEO da Verde, os gastos do governo podem aumentar riscos no longo prazo, seja considerando os juros ou a Bolsa.

“Em um cenário de dívida de curto prazo, ganhamos cerca de R$ 1 trilhão e perdemos R$ 40 bilhões de precatório. São grandezas diferentes”, aponta.

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Para Stuhlberger, o momento é de investir em hedge para não “sofrer a cada dado divulgado”. O líder da Verde Asset complementa que é difícil racionalizar todos os acontecimentos do cenário nacional.

Inflação

Segundo Stuhlberger, à medida que os investidores não podiam gastar em serviços durante a pandemia, passaram a comprar produtos do varejo em geral,  e da  construção civil.

Para o fundador do Verde, o movimento de compra de bens somado à disrupção na cadeira produtiva causou a inflação vista no Brasil e nos Estados Unidos, ainda que em menor grau, se comparado ao brasileiro.

Em relação aos acontecimentos globais como a diminuição da aceleração da economia norte-americana, Stuhlberger afirma que o cenário é de cautela. Apesar disso, os investidores estão cientes da necessidade de proteção. “O VIX (Índice de Volatilidade) está baixo como prova de que o mercado está disposto a pagar um prêmio maior para a proteção”, avalia Stuhlberger.

Além de Stuhlberger, Carlos Leonhard Woelz, fundador da Kapitalo Investimentos, participou do painel e apontou que um período de desaceleração pode resultar em bons momentos para compra.

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“Por ser fim de ciclo, o que mais preocupa é quanto aplicar do que se a inflação realmente vai chegar a patamares muito mais altos”, comenta Woelz.

Commodities

Para o gestor do Verde, existem razões para os juros baixos impulsionarem a compra de commodities. Entretanto, com a diminuição do consumo de bens e crescimento das atividades de serviço, a tendência é ocorrer uma estabilização dos ativos ligados às commodities. Mesmo assim, ele garante que é possível encontrar ativos com preços convidativos.

Eleição presidencial

Em relação aos acontecimentos na política, Luis Stuhlberger declara que ainda é possível imaginar diferentes cenários para as eleições, já que os planos de governo de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) podem ser diferentes do histórico que ambos já apresentaram, além de existir a possibilidade de um terceiro nome.

“Temos um presidente que poderia surfar na melhoria da economia para capturar eleitores indecisos, mas ele prefere continuar, diariamente, pregando para os já convertidos. Provavelmente para tentar evitar um impeachment, sem considerar que pode custar uma reeleição”, avalia.

Para o gestor, ainda é possível surgir uma terceira via capaz de dar mais segurança ao mercado, especialmente no que tange à gestão da dívida pública e cumprimento de gastos.

No fim de agosto, Stuhlberger afirmou que a atuação de Paulo Guedes “é boa na teoria, com péssima execução”, em relação às propostas liberais durante a eleição presidencial e a atuação como Ministro da Economia.

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Além de Luís Stuhlberger, o evento Eleven Sessions 2021, que vai até quinta-feira (16), reúne nomes como Gilson Finkelsztain, presidente da B3, David Keller, estrategista-chefe da Stockcharts, Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex Cripto, Julius de Kempenaer, diretor/Owner da RRG Research, e Adeodato Netto, sócio do Modalmais e estrategista-chefe da Eleven.

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