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- O filme deixa claro como Batista foi de sétimo homem mais rico do mundo a persona non grata no mercado financeiro
- No longa, quase todos os personagens que gravitavam em torno do outrora bilionário ganharam nomes fictícios
- Um fio paralelo do roteiro mostra um investidor que simbolizando várias pessoas comuns que aplicaram suas economias nas ações da OGX que se tornaram pó
Para quem acompanhou a derrocada do império de Eike Batista, o filme Eike – Tudo ou Nada trará poucas revelações. Porém, o grande trunfo do longa-metragem dirigido e roteirizado por Andradina Azevedo e Dida Andrade, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (22), é deixar claro para o público que tem pouca intimidade com o personagem como ele foi de sétimo homem mais rico do mundo a persona non grata no mercado financeiro.
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É ainda mais curioso ver a produção ser lançada em um momento em que Batista volta ao noticiário, com o cancelamento de um leilão de debêntures pertencentes à massa falida de MMX, outra companhia dele. Veja cinco motivos que ajudam a explicar a queda do grupo de Eike.
Veja as 3 lições que o filme sobre Eike Batista deixa para o investidor.
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É a prova de que Batista, apesar de não ter mais a relevância do passado, ainda atrai atenção. A partir daqui, o texto contará detalhes sobre o filme.
Baseado no livro da jornalista Malu Gaspar, o filme parte da criação da petroleira OGX, durante a euforia da descoberta do pré-sal. Batista, muito bem interpretado por Nelson Freitas, já tinha a companhia de minério MMX e quis expandir seu império para outros setores, mesmo contra a opinião de pessoas de confiança que trabalhavam com ele.
No longa, quase todos os personagens que gravitavam em torno do outrora bilionário ganharam nomes fictícios. Mas quem acompanhou a trajetória da OGX saberá reconhecer quem é quem de fato. O CEO Laerte (Marcelo Valle) é Rodolfo Landim, ex-Petrobras, que divergiu de Batista em vários momentos e foi aos tribunais exigir que o empresário cumprisse a promessa de lhe dar 1% do grupo X.
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Odorico (Xando Graça), chamado de Mr. Oil por Batista, é Paulo Mendonça, também ex-funcionário da petrolífera, responsável pelo setor de exploração da OGX. O nome do então governador do Rio, Cesar Sobral (André Valle), é uma alusão não muito sutil a Sérgio Cabral, hoje preso.
O filme mostra um Batista ambicioso e imprudente, sem se deixar abalar por negativas como a do banqueiro Tonico (Jonas Bloch). Próximo de Eliezer Batista, pai do empresário e ex-presidente da Vale, ele inicialmente se recusa a investir na OGX. E em um setor como o de petróleo, altamente controlado pelo poder político, o empresário diz não ser “um empresário que precisa de ajuda do governo”, para depois recorrer a Sobral em busca de um abatimento de multa por desmatamento.
O governador também solicita ocasionalmente como favor o empréstimo do avião particular de Batista, mostrando como podem ser as relações entre o público e o privado no Brasil.
A partir daí se instala um clima de thriller, envolvendo informações especulativas – divulgadas abertamente por Batista em entrevista, para preocupação de Laerte –, insider trading e o relatório de banco de investimento sinalizando a inviabilidade do negócio.
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Um fio paralelo do roteiro mostra o investidor pessoa física Carlos (Adriano Toloza) simbolizando várias pessoas comuns que aplicaram suas economias nas ações da OGX que se tornaram pó.
Passagens do romance entre batista e Luma de Oliveira (Carol Castro) aparecem rapidamente como alegoria, quando um inventor tenta vender ao empresário a ideia de um aparelho de realidade virtual. Ao testá-lo, o empresário revê o que passou com a ex-mulher, desde que a conheceu até a separação que envolveu rumores de um caso da célebre modelo com um bombeiro.
O roteiro também deixa claro que a mãe de Batista, nascida na Alemanha, foi quem o treinou para ser um vencedor. Ainda que a realidade tenha sido diferente. Mas, como aponta o letreiro final, Batista diz que dará a volta por cima. É esperar para ver.