- Dentro dessa classe de ativos, existem duas modalidades de fundos de investimentos, os chamados exclusivos e os restritos. Os exclusivos estão limitados a uma pessoa. Já os restritos permitem mais de uma, mas é preciso ter proximidade, como, por exemplo, ser da mesma família
- “Principal motivo para a criação desse tipo de fundo é o benefício tributário”, explica Mário Avelar, head de derivativos da Ágora Investimentos
- Apesar de restritos e exclusivos à entrada de novos investidores, os fundos oferecem boas risadas
O mercado financeiro costuma ser um ambiente de seriedade, sem espaço para muita diversão. Contudo, há quem encontre momentos para descontrair e quebrar um pouco a rotina. É o que faz Rafael Paschoarelli, fundador da Com Dinheiro e colunista do E-Investidor, em sua conta no Twitter.
Hora do almoço me fez lembrar deste fundo: pic.twitter.com/yFQ3NzRUgS
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— Rafael Paschoarelli (@RafaelPaschoare) December 9, 2020
Paschoarelli conta que a ideia de buscar fundos com nomes peculiares surgiu de mais um dia normal de trabalho. Antes, ele só anotava os nomes diferente por curiosidade, mas quando começou a usar o Twitter, percebeu que seria legal compartilhar a brincadeira. “Não era uma curiosidade só minha. O pessoal realmente gosta desses posts descontraídos, principalmente aqueles com nomes peculiares”, explica.
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O mais interessante na visão do fundador da Com Dinheiro é especular de onde surgiram as ideias. “O nome de fundos exclusivos é uma das melhores maneiras que os ricos têm para extravasar sua criatividade”, diz Paschoarelli.
O E-Investidor reuniu 10 fundos com nomes bizarros e suas características. Todas as informações foram retiradas das plataformas Mais Retorno, Monetus e Status Invest.
CHEIRINHO MP FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES
- Classe – Ações;
- Status – Restrito;
- Gestor- Itaú Unibanco;
- Patrimônio Líquido – R$ 148,9 milhões;
- Aplicação mínima – R$ 1 milhão;
- Rentabilidade 12 meses: -1,23%.
NOVALGINA FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA
- Classe – Renda Fixa;
- Status – Restrito;
- Gestor – BNP Paribas;
- Patrimônio Líquido – R$ 195,5 milhões;
- Aplicação mínima – R$ 1 milhão;
- Rentabilidade 12 meses: 4,03%.
CINQUENTAO FIC DE FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO INVESTIMENTO NO EXTERIOR
- Classe – Multimercado;
- Status – Restrito;
- Gestor- Xp Advisory;
- Patrimônio Líquido – R$ 21,7 milhões;
- Aplicação mínima – ;
- Rentabilidade 12 meses: 8,48%.
FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FI MULT CREDITO PRIVADO PRINCESINHA INVESTIMENTO NO EXTERIOR
- Classe – Multimercado;
- Status- Restrito;
- Gestor- BTG Pactual;
- Patrimônio Líquido – R$ 101,4 milhões;
- Aplicação mínima – R$ 1 milhão;
- Rentabilidade 12 meses: 6,14%.
SUPER BACANA MULTIMERCADO FUNDO DE INVESTIMENTO CRÉDITO PRIVADO INVESTIMENTO NO EXTERIOR
- Classe – Multimercado;
- Status- Exclusivo;
- Gestor- Itaú Unibanco;
- Patrimônio Líquido – R$ 3,48 milhões;
- Aplicação mínima – ;
- Rentabilidade 12 meses: 10,97%.
NESCAU CDI FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA LONGO PRAZO
- Classe – Renda Fixa;
- Status- Exclusivo;
- Gestor- Santander;
- Patrimônio Líquido – R$ 165,1 milhões;
- Aplicação mínima – ;
- Rentabilidade 12 meses: 3,2%.
MOCINHO FI EM COTAS DE FI MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO – INVESTIMENTO NO EXTERIOR
- Classe – Multimercado;
- Status- Restrito;
- Gestor- BTG Pactual;
- Patrimônio Líquido – R$ 17,4 milhões;
- Aplicação mínima – R$ 1 milhão;
- Rentabilidade 12 meses: 6,75%.
BRUCUTU FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO INVESTIMENTO EXTERIOR
- Classe – Multimercado;
- Status- Exclusivo;
- Gestor- Zero Cinco Um Capital Gestão de Recursos;
- Patrimônio Líquido – R$ 26,8 milhões;
- Aplicação mínima – ;
- Rentabilidade 12 meses: 7,96%.
A3 VIKING FI EM QUOTAS DE FI MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO INVESTIMENTO NO EXTERIOR
- Classe – Multimercado;
- Status- Restrito;
- Gestor- A3 Performance de Gestão de Recursos;
- Patrimônio Líquido – R$ 65,7 milhões;
- Aplicação mínima – R$ 1 milhão;
- Rentabilidade 12 meses: 7,74%.
BALBOA FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO INVESTIMENTO NO EXTERIOR
- Classe – Multimercado;
- Status- Restrito;
- Gestor- UBS Brasil;
- Patrimônio Líquido – R$ 31,4 milhões;
- Aplicação mínima – R$ 1 milhão;
- Rentabilidade 12 meses: 4,6%.
Por que os fundos têm esses nomes?
Na indústria dos fundos de investimentos, o comum é um grupo unir um montante para investir em conjunto no mercado de capitais. Todo o recurso dos investidores é somado para formar o patrimônio do fundo, gerido por um profissional do ramo ou uma instituição.
Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o mercado de fundos de investimentos apresentou uma saída líquida de R$ 20,38 bilhões em novembro. Mas a captação líquida no ano continua positiva, em R$ 126,8 bilhões. O resultado negativo no mês foi puxado pelos fundos de renda fixa, que tiveram uma saída de R$ 18,87 bilhões.
Os nomes são curiosos, mas estes fundos não são abertos para todos os investidores. Dentro dessa classe de ativos existem duas modalidades de fundos de investimentos, os chamados exclusivos e os restritos. Os exclusivos estão limitados a uma pessoa. Já os restritos permitem mais de uma, mas é preciso ter proximidade, como, por exemplo, ser da mesma família.
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“Isso normalmente acontece com pessoas físicas que possuem um patrimônio muito grande, e em vez de investir diretamente como PF, ela constitui um fundo e faz por si mesmo as operações dentro dele. Seguindo esse processo, a pessoa obtém uma vantagem tributária”, explica Mario Avelar, Head de derivativos da Ágora Investimentos.
Ao operar na Bolsa como pessoa física, qualquer venda com retorno positivo acima de R$ 20 mil está sujeita ao imposto de renda de 15%. “Nos fundos de investimento exclusivos e restritos isso não acontece”, diz o head da Ágora.
Segundo Paschoarelli, existem dois motivos para constituir esse tipo de fundo. O primeiro é a vantagem tributária, pois o fundo só paga imposto no come-cotas – que só alguns têm – ou no momento de retirar o dinheiro. “O segundo é que, por ser fundo, o investidor ganha o rendimento do imposto que não foi pago”, afirma.
Nesse caso, o investidor pode movimentar o quanto quiser em matéria de recursos e, mesmo obtendo ganho de capital, consegue evitar o imposto. “No futuro, se ele resolver resgatar o dinheiro do fundo de volta para a conta pessoa física, aí sim pagará os 15% sobre o ganho de capital”, informa Avelar.
“Ao invés do investidor ficar pagando imposto todos os meses, esse dinheiro fica sendo recapitalizado. Uma vez que ele não recolhe o montante para a receita, tem à disposição um valor maior para investir”, conclui Avelar.
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