- Por trás do pseudônimo de sucesso está o cantor e empresário Daniel Garcia.
- Se hoje ele administra uma fortuna e quebra recordes no mundo da música, aos 13 anos vivia na periferia de São Paulo e trabalhava para equilibrar as finanças dentro de casa
- "Não tenho lembrança de ver a minha família em uma situação financeira estável. Em função disso, comecei a ajudar desde cedo", disse Groove em uma breve conversa com o E-Investidor durante o evento FIRE Festival
(Valéria Bretas e Luíza Lanza) – Antes de explodir no streaming global e receber o título de drag queen mais ouvida do mundo no Spotify, quando lançou a música ‘A Queda’, Gloria Groove já tinha uma carreira sólida como dubladora. A artista deu voz ao personagem Aladdin, na versão traduzida do live action da Disney; dublou Malick, do seriado Elite da Netflix, e Ben, na trilogia Descendentes.
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Por trás do pseudônimo de sucesso está o cantor e empresário Daniel Garcia. Se hoje ele administra uma fortuna e quebra recordes no mundo da música, aos 13 anos vivia na periferia de São Paulo e trabalhava todos os dias para equilibrar as finanças dentro de casa.
“Não tenho lembrança de ver a minha família em uma situação financeira estável. Em função disso, comecei a ajudar desde cedo”, disse Groove em uma breve conversa com o E-Investidor durante o evento FIRE Festival, promovido pela Hotmart em Belo Horizonte (MG).
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Engana-se quem pensa que ela cedeu às tentações do sucesso. Desde que viu o seu faturamento engordar, ela usava o suficiente para viver e reinvestia todo o dinheiro nos próprios negócios. “Isso foi planejamento financeiro e um exercício de treinar a paciência para focar em um trabalho cada vez maior e melhor. Eu sabia que isso traria retorno em algum momento”, diz.
Veja os principais trechos da conversa:
E-Investidor – O Daniel precisa administrar as finanças como um empreendedor de sucesso. Como era a sua relação com o dinheiro na infância, quando ainda morava na Zona Leste de São Paulo?
Gloria Groove – Não tenho nenhuma lembrança de ver a minha família em uma situação financeira estável. Sempre havia algo ao ponto de dar errado e estávamos sempre com a corda no pescoço. Não tive uma lições financeiras e não falávamos sobre dinheiro. Tenho a memória de que eu tinha que correr atrás e, que, se parasse de trabalhar, alguma coisa ia furar. Em função disso, comecei a ajudar desde cedo. Como gostava do trabalho que eu fazia, essa ajuda acontecia com uma naturalidade muito grande. A dublagem foi o que mais trouxe suporte financeiro para dentro da minha casa durante a minha adolescência.
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Eu dublava durante horas, todos os dias da semana, e era isso que trazia retorno. Eu fui aprendendo a lidar com as minhas economias aos 13 anos, quando foi possível abrir uma conta e a minha mãe deixou um cartão nas minhas mãos. Nessa altura, eu já fazia o meu próprio dinheiro.
Na minha cabeça isso foi gerando um entendimento natural de que para “ter” eu precisaria “fazer”. Fui entender o que eu estava fazendo e como lidar com o que eu movimentava por volta dos meus 15 anos.
Você afirmou que deixava de investir em itens pessoais, como carro e propriedades, para injetar capital no seu trabalho. Você já conseguiu equilibrar essa equação hoje?
Groove – Eu me sentia uma pessoa completamente maluca. Ao observar o orçamento do pré e pós produção de um vídeo de 3 minutos eu percebia a quantia de dinheiro que eu estava investindo e pensava em todos os cursos de faculdade que eu poderia ter feito com aquele montante. Fazer investimento exige uma frieza grande. Ainda mais aos 19 anos, quando comecei a investir. Por um bom tempo, as grandes quantias que eu movimentava eram para reinvestir no meu trabalho e vivia somente com o necessário.
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Já conseguiu encontrar um equilíbrio entre o reinvestimento nos negócios e a vida pessoal?
Groove – Sim. Nos últimos dois anos eu consegui me estabelecer e ter coisas que não tinha antes. Ajustei o que estava faltando e deixei de viver somente para a injeção de recursos nos negócios. Eu consegui investir na minha própria casa e outras coisas.
É claro que eu tive muita vontade, nos primeiros quatro anos, de resolver as minhas necessidades pessoais. Mas entendi que, olhando para o longo prazo, e esperando mais um pouquinho, eu poderia ter algo ainda melhor. Isso foi planejamento financeiro e um exercício de treinar a paciência para focar em um trabalho cada vez maior e melhor. Eu sabia que, em algum momento, isso traria retorno.
Como não perder o controle das finanças em meio ao sucesso?
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Groove – Eu não sou uma pessoa de muitos luxos. Como fico muito fora, quando estou em São Paulo eu gosto de ficar em casa. Aprendi a gastar meu dinheiro nos momentos de descanso. Eu espero uma janela livre na minha agenda e invisto em um bom lazer nesse curto de período de tempo.
Pode dar um exemplo?
Groove – Com o fim da minha turnê na Europa agora em julho, passei uma semana na Grécia e tive uma experiência fora do comum. Estou aprendendo a fazer mais isso. Do mesmo jeito que eu investia grande em meus clipes, por exemplo, agora eu tenho feito a mesma coisa do ponto de vista de lazer e para a minha saúde. Estou investimento no meu próprio amadurecimento e em eu como pessoa.
No seu painel, você respondeu uma questão sobre o que quer para a Gloria Groove do futuro. A sua resposta foi tranquilidade. Isso passa pelo campo financeiro?
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Groove – Sim. Eu acredito que a Gloria pode me trazer uma boa tranquilidade financeira no futuro. Se eu for fiel ao meu planejamento de hoje e rentabilizar com o trabalho do jeito que está na minha cabeça, acredito que posso chegar numa fase em que eu consiga ajudar outros artistas, focar em outro projeto e voltar investir em um projeto como Daniel Garcia e viver uma outra realidade artística. A Gloria é um canal aberto que está além de mim. Ela é uma entidade cultural e musical. Quanto mais eu trabalhar nas adjacentes artísticas dela, e mostrar tudo o que eu posso fazer, mais portas vão se abrir. Em algum momento, eu quero não precisar viver mais em um ritmo insano. Quero que a minha arte de hoje garanta a minha tranquilidade financeira de amanhã.