- Para junho, as expectativas para os novos aumentos da taxa de juros dos Estados Unidos (EUA) devem trazer volatilidade para o BTC
- No entanto, mesmo com a desvalorização em maio, o BTC ainda sustenta uma alta de 57% no acumulado do ano
O bitcoin conseguiu sustentar desde janeiro um desempenho positivo na sua cotação, mas esbarrou em uma série de dificuldades em maio. Segundo dados do Coindesk, a maior criptomoeda em valor de mercado encerrou o período com uma desvalorização de 6,9% no acumulado mensal. Foi a primeira vez em 2023 que o BTC encerrou o mês com saldo negativo, o que faz maio ostentar o título de pior performance do ano até o momento.
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O cenário macroeconômico se apresentou como fator de maior peso para a desvalorização do ativo digital. Com a expectativa de continuidade do ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, a tendência é de que os investidores deem prioridade a investimentos de renda fixa em detrimento dos ativos de risco, como as ações e as criptomoedas.
Veja a performance mensal do Bitcoin em 2023
Mês | Retorno |
Janeiro | + 39,9% |
Fevereiro | + 0,03% (estável) |
Março | + 23,1% |
Abril | + 2,6% |
Maio | – 6,9% |
Fonte: Coindesk |
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A preferência dos investidores pela renda fixa se deve ao retorno dessas aplicações, que costuma estar associado aos juros e à inflação. “A perspectiva de que os juros americanos não vão ceder rapidamente continua sendo o maior impacto sobre o preço do bitcoin em 2023”, afirma Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos.
A próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) está prevista para acontecer no dia 14 de junho. O consenso do mercado vai para uma elevação de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros dos EUA. O motivo da percepção se baseia nas recentes declarações de membros do Fed sobre a trajetória da política monetária no país.
Na tarde da última terça-feira (30), Loretta Mester, presidente do Fed de Cleveland (cidade norte-americana do estado de Ohio), informou ao jornal Financial Times que ainda não há motivos para dar uma pausa na sequência de alta das taxas de juros, no atual momento. Pelo contrário, na sua avaliação, há espaço para novas altas.
No entanto, Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research, exclui o cenário macroeconômico como principal fator para a desvalorização do bitcoin em maio. Para ele, trata-se de uma “correção” dos recentes ganhos do BTC, já que o ativo acumula uma valorização de 57% em 2023.
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“Acho que teremos um cenário meio morno até o começo do segundo semestre. Claro, novos fatores podem surgir no meio do caminho, mas é natural esperar pouca volatilidade”, diz Bazan, sobre o que esperar da criptomoeda em junho. Os movimentos mais expressivos devem acontecer a partir do segundo semestre com a aproximação do fim do ano.
Ainda de acordo com Bazan, há chances do BTC alcançar o patamar dos US$ 40 mil no fim de 2023 caso haja uma melhora dos indicadores econômicos e com a proximidade do halving (processo de redução planejada nas recompensas que os mineradores recebem) previsto para acontecer em 2024.