O que este conteúdo fez por você?
- No acumulado do ano, o BTC já sofreu uma desvalorização de aproximadamente 54%
- Com a entrada dos investidores institucionais, os eventos macroeconômico passaram a pesar no desempenho do BTC
- A elevação da taxa de juros nos EUA e as incertezas da situação da plataforma Celsius podem derrubar ainda mais o preço do BTC
O bitcoin segue em um movimento intenso de desvalorização nas últimas semanas em virtude da aversão ao risco dos investidores, de forma que analistas consultados pelo E-Investidor já consideram recuo da criptomoeda para baixo do patamar dos US$ 20 mil. No início da manhã desta quarta-feira (15), o bitcoin chegou a ser negociado na faixa dos US$ 20 mil. No entanto, voltou, em seguida, para o patamar dos US$ 21 mil.
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De acordo com os dados da Titanium Asset, o BTC registrou nove semanas consecutivas de queda durante o intervalo entre o dia 28 de março até o dia 23 de maio deste ano. A derrocada só teve pausa a partir do último dia 30, mas logo prosseguiu no dia 6 de junho.
Para Cazou Vilela, o diretor de marketing do Zro Bank, o BTC não deve permanecer por muito tempo nesta faixa de preço e há riscos de ser negociado abaixo dos US$ 20 mil nos próximos dias. “O suporte na análise gráfica aponta para uma possível queda até a faixa dos US$ 18 mil. Eu acho pouco provável do BTC cair mais do que isso (US$ 18 mil), mas vai depender do cenário nas próximas semanas”, avalia Vilela.
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O principal vilão para a derrocada do bitcoin nas últimas semanas foi o pessimismo do cenário macroeconômico. Com o movimento de alta de juros nos principais mercados, os investidores ficam mais receosos com os ativos de riscos, o que impacta nas decisões de investimento na criptomoeda.
Na avaliação de Ayron Ferreira, chefe de análise da Titanium Asset, nos últimos anos o ativo digital ganhou relevância entre os investidores institucionais. Por esse motivo, os eventos macroeconômicos, como a elevação da taxa de juros nos Estados Unidos, passaram a ter peso no seu desempenho. “O elevado nível de inflação nos EUA obrigará o Fed (Banco Central dos EUA) a aumentar de forma mais incisiva os juros no país. Existe a expectativa de que as taxas de juros estejam em mais de 3% em janeiro de 2023”, afirma Ferreira.
Na tarde desta quarta-feira (15), o Fed deve aumentar a taxa de juros dos EUA em 0,75 ponto porcentual. Caso a previsão se concretize, será o primeiro aumento dessa magnitude no país desde 1994. “A possibilidade de ter um ativo livre de risco (títulos norte-americanos) pagando juros assim e em dólar afasta os investidores das classes de ativos mais arriscadas, como é o caso do bitcoin”, acrescenta Ferreira.
No entanto, essa não é a única situação que incomoda os investidores na hora de investir no ativo digital. De acordo com Ney Pimenta, CEO do BitPreço, a situação da plataforma Celsius, empresa de empréstimos, sinaliza um problema semelhante ao colapso da plataforma Terra LUNA.
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Nesta semana, o token nativo da Celsius despencou 70% após ocorrer pânico entre os investidores sobre um possível risco de solvência (capacidade de pagamento da companhia). “A situação da plataforma Celsius não está clara sobre o que pode acontecer. Caso ocorra um colapso haverá um forte impacto no mercado de criptomoedas, podendo baixar consideradamente o valor dos ativos”, avalia Pimenta.
Em caso de colapso da plataforma, Pimenta afirma que será um difícil precificar o impacto para o BTC. Ao analisar o cenário a partir de 2018 até 2021, da máxima histórica para o menor preço no período houve uma queda de quase 85% do preço do bitcoin. “Logo, uma queda tão acentuada como aquela pode voltar a ocorrer (nos próximos quatro anos) e o BTC pode, então, chegar a US$ 12 mil, a US$ 10 mil”, ressalta Pimenta.
O momento é de compra?
O atual momento do BTC pode representar uma oportunidade de compra caso a estratégia de investimento seja a longo prazo, na avaliação de analistas. Para o investidor que tem a intenção de se posicionar nesse momento de queda, Ferreira sugere que as alocações no ativo sejam realizadas de forma fracionada.
“Trata-se de um ativo volátil, por isso, a alocação deve ser de uma parte pequena do patrimônio. Outra alternativa é o investimento via fundos, em que o investidor não precisa se preocupar com abertura de conta em exchange nem com custódia”, recomenda Ferreira.
Flávia Jabur, community manager da Liqi, fintech de ativos digitais em blockchain, também traz a mesma recomendação quando se trata dessa classe de ativo. “Se você olhar o gráfico do bitcoin no longo prazo, apesar da grande volatilidade, você enxerga uma alta”, afirma Jabur.
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Ela acrescenta ainda que o investidor precisa avaliar se o BTC irá conseguir fixar no patamar acima dos US$ 20 mil após a decisão do FED sobre a taxa de juros nos EUA. “Se você olhar o gráfico semanal, o BTC sempre se manteve acima dessa média (US$ 20 mil). Então, é importante o BTC encerrar a semanal acima desse valor”, destaca Jabur.