- Uma das principais perguntas dos investidores e dos agentes de mercado das criptomoedas é o que está por vir no setor
- Em uma mesa de conversas no evento Criptorama, que ocorreu na semana passada em São Paulo, especialistas apontaram quais são suas expectativas
- Hoje, o mercado vê um derretimento em diversas cotações, principalmente no BTC, que serve como âncora para outras altcoins
Uma das principais perguntas dos investidores e dos agentes de mercado das criptomoedas é o que está por vir no setor. Em uma mesa de conversas no evento Criptorama, que ocorreu na semana passada em São Paulo, especialistas apontaram quais são suas expectativas.
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Lucas Nembri, sócio da Dealmaker, acredita que as grandes companhias devem comprar as menores para a expansão geográfica e para complementação de produtos. Rodrigo Comazzetto, partner da Crescera Capital, tem opinião semelhante. Ele afirma que o mercado cripto será dominado por fundos gringos e que são os grandes agentes que vão ajudar as empresas a crescer. “Ninguém no Brasil tem bolso para fomentar coisas tão disruptivas”.
Já o superintendente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Bruno Gomes acredita que a tecnologia blockchain, assim como as criptomoedas, vai ampliar cada vez mais o acesso de companhias ao mercado, já que o custo dos processos financeiros, como transações financeiras, ficam mais baratas.
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Ele argumentou também que haverá uma presença maior do órgão na regulação. Em outubro, a CVM publicou o parecer 40, no qual esboçou critérios para diferenciar quais criptomoedas podem ser enquadradas como valores mobiliários.
Por sua vez, o CBDO do Travelex Bank, João Manuel, afirmou que as stablecoins funcionarão como cartão de débito, em que pessoas poderão viajar e usar seus cartões para realizar pagamentos em restaurantes e em hotéis com criptos ao invés de moedas fiduciárias. “Vai ser um impacto muito grande para a sociedade”.
Relembre o histórico do mercado cripto
Antes de 2021, o sócio da Dealmaker explica que era muito difícil um investidor conseguir analisar uma companhia do mercado cripto, já que não existia uma companhia consolidada para se ter referência. Antes, os balanços eram confrontados com empresas do setor de tecnologia.
“Essa comparação era inválida, já que as companhias do setor [de criptomoedas] são afetadas pela volatilidade das moedas digitais e pela aderência do blockchain, enquanto o mercado tradicional não”, afirmou o especialista. Essa comparação tradicionalmente afastava os investidores por acharem que não havia grandes players.
O analista afirmou então que o cenário mudou quando a Coinbase realizou uma oferta pública inicial (IPO) em abril de 2021, na Nasdaq, e estreou no mercado a US$ 381 por papel. “Os investidores usaram a companhia norte-americana como referência para entender o que é uma empresa cripto e tentaram espelhar o que aconteceu com a Coinbase no IPO em outros investimentos”, destacou Nembri.
Hoje, o mercado vê um derretimento em diversas cotações, principalmente no BTC, que serve como âncora para outras altcoins. Esse movimento de recuo é conhecido como inverno cripto. A própria Coinbase derreteu 80% desde que estreou na bolsa – a expectativa dos especialistas é de que essa queda geral continue nas próximas semanas.
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