O que este conteúdo fez por você?
- Antes de colocar em prática o plano de conseguir renda passiva por meio de criptomoedas, é preciso entender os dois mecanismos que validam as transações efetuadas dentro das blockchains
- Corretoras como Binance, Coinbase e Kraken permitem que seus usuários realizem o chamado staking. A Kraken divulgou em janeiro que seus clientes já possuem mais de US$ 1 bilhão de cripto ativos em staking na plataforma
- Por se tratarem de novidades do universo cripto, o investidor precisa ter em mente que essas funcionalidades ainda são experimentais
Obter renda passiva é um dos objetivos de muitos investidores com foco no longo prazo, o que agora também se tornou possível no mercado de criptomoedas. Por meio do chamado staking e de empréstimos, quem possui essa classe de ativos também tem boas chances de conseguir ganhos sólidos.
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Antes de colocar esse plano em prática, é preciso entender os dois mecanismos que validam as transações efetuadas dentro das blockchains: o Proof-of-Work (prova de trabalho) e o Proof-of-Stake (prova de participação).
O Proof-of-Work é um tipo de validação que garante a segurança da rede blockchain por meio da mineração de criptomoedas. Em troca, as pessoas que utilizam seus computadores para resolver as equações matemáticas da rede a fim de processar as transações e gravá-las na blockchain são recompensadas com ativos.
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Contudo, a prática não é considerada sustentável, tendo em vista a quantidade de máquinas ligadas necessárias para manter o sistema em funcionamento.
Já com o Proof-of-Stake, em vez de resolver problemas matemáticos, um participante pode utilizar seus tokens para validar essas transações. A pessoa garante o direito de transmitir o bloco de transações à rede com base na quantia de criptoativos em staking.
“São jeitos diferentes de se assegurar a rede. O Proof-of-Work é baseado em trabalho e energia elétrica despendida no mundo real, enquanto o Proof-of-Stake é baseado em capital, ou seja, é um trabalho virtual”, diz Felipether, co-fundador da Paradigma Education, a primeira plataforma brasileira de inteligência e dados 100% focada no mercado cripto.
O que é staking?
O staking das criptomoedas permite manter seus fundos em uma carteira de criptomoeda para participar da manutenção das operações realizadas na blockchain. Segundo Rudá Pellini, co-fundador da Wise&Trust, os stakers são como acionistas.
“As pessoas que são ‘shareholders’ de determinado protocolo podem colocar seus ativos e travá-los em uma determinada rede para participar do processo, garantindo a integridade desse sistema e o direito de ser remunerado pela sua contribuição”, diz.
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Felipether explica que o staking é sempre realizado por meio de contratos em uma blockchain de maneira descentralizada, mas algumas corretoras já estão desenvolvendo interfaces para tornar possível a realização do staking de dentro delas.
Corretoras como Binance, Coinbase e Kraken permitem que seus usuários realizem a ação. A Kraken divulgou em janeiro que seus clientes já possuem mais de US$ 1 bilhão de criptoativos em staking na plataforma.
Na visão de Pellini, a vantagem do staking é que quem acredita no projeto de determinada criptomoeda e é holder com foco no longo prazo gera novas criptos e ganha uma receita com mais ativos. Do ponto de vista negativo, há a exposição à volatilidade das criptomoedas, ativos que podem variar mais que o próprio Bitcoin.
Como ganhar dinheiro com criptomoedas?
A outra forma de ganhar dinheiro com criptomoedas é por meio dos empréstimos. Contudo, Felipe faz uma alerta para as pessoas não confundirem o staking com essa modalidade. “Os protocolos de crédito utilizam um esqueleto financeiro do qual todo mundo já conhece, enquanto o staking é um mecanismo de incentivo, inventado para coordenar alocação de capital e gerar segurança na rede”, diz.
Assim como os empréstimos tradicionais, os créditos de criptos partem do mesmo pressuposto: quem tem dinheiro dá para aqueles que não têm e os tomadores remuneram os credores com juros. É uma lógica bastante simples.
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No entanto, os bancos conseguem quantificar o risco de crédito dos indivíduos, o que não é possível no universo cripto, povoado por pseudônimos interagindo entre si.
Mas, além disso, para conseguir dar crédito, protocolos de empréstimo como AAVE e Compound exigem que as pessoas coloquem mais dinheiro do que estão tomando emprestado, como uma forma de garantia ou margem.
Felipether conta que a saída encontrada pode soar pouco inteligente em um primeiro momento, porque quem está pedindo empréstimo não tem dinheiro.
“Mas no mundo financeiro isso acontece a toda hora, se chama alavancagem. Você basicamente insere uma garantia e pega dinheiro emprestado para gerar uma exposição financeira maior do que o dinheiro que você tem”, diz o especialista.
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Além das plataformas descentralizadas, como AAVE e Compound, existem empresas como a BlockFi, que realizam a intermediação desses empréstimos e também fornecem suporte para os clientes. As taxas para os credores da plataforma vão até 8,6% ao ano.
Nas plataformas centralizadas como a BlockFi, segundo Felipether, o usuário não precisa da chamada sobrecolateralização, ou seja, não precisa depositar tanta garantia e os empréstimos são mais eficientes.
Mas uma plataforma que centraliza o trabalho pode sofrer ataques de hackers, assim como com a má gestão, o que pode até mesmo levar à falência. ”Se em algum momento a empresa quebrar, isso faria com que você perdesse seus fundos”, diz.
Qual é a melhor opção?
Por se tratarem de duas novidades do universo criptomoedas, o investidor precisa ter em mente que essas funcionalidades ainda são experimentais. “Mesmo sendo recente, já funciona bem, mas ainda é um experimento”, diz Pellini.
A diferença do empréstimo para o staking é que no crédito a remuneração sempre está vindo de outra pessoa. No staking, a remuneração é inflacionária, e é sempre o protocolo imprimindo moedas novas para remunerar quem está ali colaborando com a rede.
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Do ponto de vista do investidor, Felipether acredita que o empréstimo é mais simples de realizar, o que é uma grande vantagem. “Se você entende mais, consegue analisar melhor os riscos e as taxas são extremamente claras, podendo ser pré-fixadas ou flutuantes”, diz.
Já o staking, por ser um pouco mais complicado na visão do co-fundador, é menos vantajoso. Ambos os produtos, tanto o staking quanto os empréstimos, possuem taxas que podem ser atrativas para os investidores. “É mais uma questão de fundamentos e de saber filtrar o joio do trigo”, explica o especialista.