- Eduardo Mira, professor de finanças e analista CNPI-T do canal Me Poupe!, reforça que o investidor não deve perder tempo tentando encontrar o melhor ativo da B3. Isso acarreta no risco de apostar todas as fichas em um única companhia
- Quem está começando na renda variável deve procurar empresas de setores resilientes, ou seja, que mesmo no longo prazo continuarão existindo. Um exemplo é o setor bancário
- Mira destaca Itaúsa (ITSA4) e Weg (WEGE3) como as melhores ações da Bolsa, considerando investimentos de longo prazo
Iniciar a jornada na Bolsa de Valores não é uma tarefa fácil para investidores iniciantes, mas é possível. Nesta semana, Eduardo Mira, professor de finanças e analista CNPI-T do canal Me Poupe!, deu diversas dicas de como escolher as melhores ações na B3, durante a Live E-Investidor.
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“Diversificação é sempre a sua melhor amiga”, destaca o professor. Para Mira, o investidor não deve perder tempo tentando encontrar o melhor ativo da B3 porque isso acarreta o risco de apostar todas as fichas em um única companhia, “fazendo da bolsa um cassino”.
O mesmo risco aparece com o modismo que se criou em torno do day trade, atividade que exige muito conhecimento e que ele compara com a Fórmula 1. “O trade é a Fórmula 1. Você não sabe andar de kart e já quer correr de F-1?”, ironiza o professor. Para se tornar trader, o analista destaca que são necessários pelo menos dois anos de aprendizado. “Eu faço operações muito rápidas que me dão dinheiro, mas levei 20 anos para chegar neste nível. Não foi de um dia para o outro”, afirma.
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Segundo o especialista, é preciso comprar boas ações quando elas estão baratas e lembrar que, ao adquirir papéis na bolsa, o investidor se torna sócio da companhia. Portanto, é preciso se fazer algumas perguntas antes de qualquer decisão.
“A empresa é lucrativa? Há perspectiva de aumentar os lucros? Você está buscando uma empresa perene, ou seja, que daqui a vinte anos vai continuar existindo e ainda será maior do que é hoje?”, questiona Mira.
Outra alternativa que pode ajudar o investidor que inicia agora a sua jornada na bolsa é escolher empresas de setores resilientes, ou seja, que mesmo no longo prazo continuarão existindo. Um exemplo é o setor bancário.
“As instituições financeiras sempre vão existir. A maneira de se relacionar pode mudar um pouco, como já vem mudando há muito tempo. As pessoas usam aplicativos em vez de ir até as agências. Mas todas estão se adequando a isso”, esclarece Mira.
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O professor ainda cita os setores elétrico (com foco nas geradoras e transmissoras), de saneamento, de seguros e de telecomunicações, quando o foco é em ações. Ele também diz que os Fundos Imobiliários devem entrar no radar do investidor que busca segurança, por serem menos voláteis que ações.
“Com esse tipo de fundo é bem difícil de fazer besteira. Basta ter uma carteira bem diversificada. A chance de no longo prazo você perder dinheiro é muito pequena, pegando todo o histórico que a gente tem desses fundos até hoje”, afirma Mira.
Afinal, quais ações Mira aconselha ficar de olho?
Mira afirma gostar de diversas empresas, mas avalia que Itaúsa (ITSA4), principal fatia do seu portfólio, e Weg (WEGE3) disputam o posto de melhor ação da bolsa, considerando investimentos de longo prazo.
“Itaúsa é uma empresa extremamente resiliente. Se pegar o resultado nos últimos dez anos, ela já pagou 10% de bonificação e 10% de dividendo”, diz Mira, sobre a holding brasileira que controla nomes como Banco Itaú e Duratex (construção civil).
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Sobre a Weg, o analista CNPI-T do Me Poupe! explica que a empresa fez um movimento gráfico interessante e que tem fundamentos excelentes. “Boa parte da receita vem do Exterior e está diversificada, mas o preço subiu muito”, diz Mira.
Quando o papel estava na faixa dos R$ 37, o professor faz recomendação de compra. Porém, como hoje a ação está cotada na faixa dos R$ 65, Mira esclarece que o investidor precisa ter em mente como fará posição na fabricante de componentes elétricos.
“Se for comprar constantemente, todo mês, por exemplo, tudo bem porque você vai fazer um preço médio. Isso é mais importante do que escolher o melhor momento. Agora se você quer fazer uma compra única, pontual, aí tem que pensar porque a Weg subiu muito e pode sofrer correção”, alerta Mira.
No setor elétrico, uma possibilidade para os investidores, segundo o analista, é a Taesa (TAEE11). Ela é uma das maiores empresas brasileiras de transmissão de energia elétrica e tem a Cemig como principal acionista. “Pensando em dividendos, Taesa é uma excelente empresa. Ela tem contratos de longo prazo, com média de duração de mais de 20 anos. É uma companhia bem tranquila, resiliente e previsível”, diz Mira.
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