Por dentro da declaração
A declaração, publicada pela presidência da França, não especificou quais bancos russos foram afetados pela decisão. O comunicado acrescentou que uma força-tarefa transatlântica será criada em breve para coordenar as sanções contra a Rússia.
O Sistema Swift, Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais, é um sistema de comunicação que permite o pagamento e a transferência de recursos entre empresas de diferentes países, padronizando as informações financeiras globais.
Em comunicado divulgado pela Casa Branca, as nações escreveram que a medida “garantirá que esses bancos sejam desconectados do sistema financeiro internacional e, consequentemente, tenham prejuízos em sua capacidade de operar globalmente”.
Sistema Swift: o que é?
Sediada e gerida na Bélgica, a Swift (ou Sistema Swift) foi criada por americanos e europeus em 1973 e reúne hoje 11 mil instituições financeiras conectadas em mais de 200 países.
Na prática, funciona como um sistema de mensagens em tempo real que permite que os bancos e as empresas informem uns aos outros sobre os pagamentos que serão realizados e já foram recebidos. Só no ano passado, mais de 42 milhões de mensagens foram trocadas por dia.
O objetivo do consórcio é garantir que os usuários em todo o mundo se comuniquem de forma rápida e segura.
Reforçando: não é um sistema de pagamento, e sim um serviço de mensagens.
Consequências da expulsão
A remoção da Rússia da Swift bloqueia os bancos russos de viabilizar pagamentos em suas transações comerciais. Como o país é um grande exportador de petróleo e gás natural para a União Europeia, muitos países dependem desse fornecimento.
A maior implicação é que as empresas de outros países também ficam impedidas de fazer negócios, ou seja, há efeitos colaterais para as economias e o sistema financeiro global.
Preocupações diante do cenário
Alguns países relutaram em cortar o acesso da Rússia à rede de transferência interbancária. Isso acontece devido às preocupações sobre como os pagamentos das importações de energia russa seriam feitos e se os credores da UE seriam pagos.
“A Swift é a arma nuclear financeira, é o que permitiria que as instituições financeiras russas fossem cortadas de outras instituições em todo o mundo”, disse o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, aos jornalistas. “Quando você tem uma arma nuclear nas mãos, pensa antes de usá-la, alguns Estados-membros têm reservas, a França não é um deles”, acrescentou.
Ainda, o porta-voz do governo alemão disse que a expulsão da Rússia da Swift tem um enorme impacto nas transações para a Alemanha e para empresas alemãs na Rússia.