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- Especialistas ouvidos pelo E-Investidor consideram os BDRs boas opções para quem busca diversificar os investimentos em ativos de maior risco.
- Entre as principais vantagens, a exposição a empresas com atuação em diferentes países, além da possibilidade de ganho cambial.
- Como ponto de atenção, os investidores devem considerar o perfil de risco e os objetivos - com prazos - traçados.
Uma opção para o investidor brasileiro que busca ter parte do seu dinheiro investido fora do Brasil é se tornar acionista de uma empresa estrangeira. E para isso não há a obrigação de abrir conta em corretora fora do País, basta investir em algum BDR (Brazilian Depositary Receipt) – título emitido no Brasil que representa uma ação de companhia aberta no exterior – na Bolsa para ter um “pedacinho” de uma companhia global. Especialistas ouvidos pelo E-Investidor consideram os BDRs boas alternativas para quem busca diversificar os investimentos em ativos de maior risco.
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Os certificados que espelham as ações gringas possuem, entre as principais vantagens, a exposição a empresas com atuação em diferentes países, além da possibilidade de ganho cambial. “BDRs são sempre interessantes”, afirma Thiago Guedes, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Bridgewise no Brasil. “São uma forma muito fácil de diversificar os investimentos com ativos indexados ao dólar ou a outra moeda.”
Para Guedes, o dólar está em um preço “interessante”, atualmente por volta de R$ 4,90, e algumas projeções indicam que, neste ano, o real poderá se valorizar mais contra a moeda norte-americana. “É melhor você entrar (no ativo) quando o real está valorizado do que quando está desvalorizado, porque além do ganho com a ação o investidor pode ganhar com o câmbio”, diz Guedes.
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Como ponto de atenção, os investidores devem considerar o perfil de risco e seus objetivos – com prazos – traçados. “Sempre deve olhar como um investimento de longo prazo, porque ações não são indicadas para o curto e o médio prazos”, reforça Guedes.
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Bruna Allemann, head de Investimentos Internacionais da Nomos, também chama atenção para o objetivo com a aplicação. Embora veja espaço um leve crescimento neste ano no mercado de BDRs, ela acredita que a expansão não se sustenta em menos de dois ou três anos. “Não pelo ativo em si, mas pela expansão da dolarização direta que está ocorrendo na vida dos brasileiros”, justifica Alleman.
Quais BDRs vão se destacar em 2024?
Matheus Popst, sócio da Arbor Capital, vê oportunidades no mercado de BDR neste ano e indica um candidato do setor de tecnologia, o BDR TSMC34, da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC). A companhia é a maior fabricante de chips do mundo e tem parceiras de peso, como Apple, Nvidia, Intel entre outras empresas de tecnologia. “Enxergamos a organização bem atrativa por questão de receita e geração de caixa. E o monopólio de chips tem espaço para uma expansão de múltiplos”, avalia Popst.
Também entre candidatos da tecnologia, a head de Investimentos Internacionais da Nomos cita a Microsoft (MSFT34). Para Alleman, apesar de o setor ter vivido um boom em 2023 ainda há espaço para crescimento, que poderia ser aproveitado pela companhia, por exemplo, no segmento de inteligência artificial (IA). Entre as perspectivas positivas para a Microsoft, Alleman cita a possível queda dos juros, projetada para o segundo semestre, nos Estados Unidos.
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Ainda no mesmo segmento, Guedes destaca a Dell (D1EL34), dada a divulgação de números fortes nos resultados do terceiro trimestre de 2023, como receitas de US$ 22,2 bilhões, lucro líquido de US$ 1 bilhão e aumento no lucro por ação de aproximadamente 312% em relação ao mesmo período de 2022. “É uma empresa bem consolidada nos mercados em geral, principalmente corporativos, como um serviço muito diferenciado de suporte”, destaca Guedes.
A segunda indicação de Guedes está no setor de energia elétrica: NRG Energy (N1RG34). A fornecedora norte-americana, com sede em Houston, no Texas, tem operação com usinas de carvão e fontes renováveis, como solar e eólica. “É uma companhia que está com um balanço muito bom, uma demonstração de resultados muito acima da média e com um fluxo de caixa legal, além de estar bem pontuada frente aos seus pares”, avalia Guedes.
Alleman destaca ainda o setor financeiro e de bens de consumo com potencial de crescimento neste ano. Para ela, estes mercados sofreram nos últimos dois anos e, agora, com o freio da inflação e a queda da taxa de juros, têm oportunidade de brilhar. Os destaques vão para JP Morgan (JPMC34) e Procter & Gamble (PGCO34).
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