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Investimentos

Relógios de luxo entregam valorização expressiva em um ano. Vale investir?

Levantamento com marcas como Rolex, Patek Philippe e Audemars Piguet mostra bom desempenho, mas existem riscos

Relógios de luxo entregam valorização expressiva em um ano. Vale investir?
Além de estudar o mercado, é preciso buscar um ambiente de confiança antes de iniciar as negociações | Foto: Rolex
O que este conteúdo fez por você?
  • Relógios de luxo apresentam valorização média de 20% ao ano nos últimos cinco anos
  • Artigos da Rolex, Patek Philippe e Audemars Piguet tiveram ganhos superiores ao Ibovespa
  • Riscos envolvem baixa liquidez, falsificação e peças oriundas de crimes

Os relógios de luxo estão no radar de investidores arrojados que buscam por investimentos alternativos. Um levantamento feito pela consultoria Boston Consulting Group (BCG) mostra que os itens têm apresentado valorização média de 20% ao ano nos últimos cinco anos. No entanto, antes de apostar nesse mercado, é importante considerar as várias complexidades envolvidas.

O levantamento da BCG observou os preços de artigos usados da Rolex, Patek Philippe e Audemars Piguet entre agosto de 2018 e janeiro de 2023. Com essa alta de 20%, os ganhos foram superiores ao Ibovespa de 2018 (15%), 2020 (2,92%), 2021 (-11,92) e 2022 (4,70%), só sendo inferior à marca atingida em 2019 (31,58%).

“Assim como o mercado de artes, jóias e metais preciosos lá atrás, hoje vemos artigos de luxo como relógios, tênis e bolsas apresentando uma rentabilidade muito interessante”, observa Rodrigo Azevedo, economista, planejador financeiro e sócio-fundador da GT Capital.

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Marlon Glaciano, especialista em finanças e planejador financeiro, diz que ao considerar que a ideia base de um investimento é a expectativa de retorno, o mercado de relógios de fato tem se mostrado uma ótima alternativa. Contudo, Glaciano pondera: “É uma modalidade muito específica para um perfil também muito específico de investidor”.

Avaliação

Os especialistas consultados pelo E-Investidor concordam que esse tipo de artigo é recomendado para o investidor que já possui um patrimônio constituído com uma carteira de ativos bem diversificada. Não só pelo alto valor de aquisição, mas por características como a baixa liquidez, já que a venda pode demorar muito mais que o esperado.

Outro ponto a ser analisado é o gosto do investidor por relógios. “É preciso ter um perfil de apreciador desses itens. Cada detalhe conta em um relógio, desde sua marca aos componentes. Quem aprecia consegue observar com facilidade essas questões no momento da compra e da venda”, destaca Glaciano.

O objetivo não pode ser de curto prazo, com demonstrações de que o potencial de valorização pode ocorrer depois de 5 a até 10 anos. Muitos dos modelos são altamente favorecidos após deixarem de ser fabricados, por exemplo. “Mas há algumas peças que tendem a apresentar uma valorização no curto prazo em função de ser uma série limitada”, explica Azevedo.

Riscos

Além de estudar o mercado, é preciso buscar um ambiente de confiança antes de iniciar as negociações. “Ao mesmo tempo que hoje existem portais on-line de negociação de relógios de luxo que facilitaram muito e já movimentam boa parte do mercado de usados, a falsificação e as peças oriundas de crimes são muito comuns”, alerta.

Outro grande risco é a baixa liquidez. “Se você usar uma fatia do patrimônio investido em relógios e precisar vendê-los antes da valorização, terá problemas, porque é possível que precise vender até mais barato do que comprou”, afirma Glaciano.

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Já os cuidados com as peças são ainda mais complexos, envolvendo tanto a conservação como a proteção contra roubos e furtos. Na parte de segurança, dependerá de um cofre em casa ou mesmo em um banco. Já para a conservação, irá contar a rotina de uso e mesmo o objetivo futuro com as peças.

“Tem pessoas que compram exatamente pensando em vender no futuro. Nesse caso, muitas nem tiram da caixa”, diz Glaciano. Já para aqueles que compram para uso pessoal, mas consideram uma revenda no futuro, é preciso redobrar os cuidados, já que uma troca de peças pode representar desvalorização.

Outro ponto importante é lembrar que esse tipo de patrimônio também deve constar na declaração do Imposto de Renda, conforme mostramos nesta reportagem.

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