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Lucro atraente reforça investimento na renda fixa; veja os melhores títulos para setembro

Recordes da Bolsa atraem o investidor para a renda variável, mas títulos conferem estabilidade à carteira, com retornos vantajosos. Veja os títulos

Lucro atraente reforça investimento na renda fixa; veja os melhores títulos para setembro
Especialistas indicam as melhores opções da renda fixa. (Imagem: alphaspirit em Adobe Stock)
  • Títulos públicos atrelados à inflação se destacaram no último mês de agosto
  • Bolsa de Valores brasileira voltou a subir e chamar atenção dos investidores
  • Antes de sair da renda fixa para a renda variável, especialistas recomendam cautela

A renda fixa se tornou refúgio dos investidores desde o início do ano, quando a aversão a risco tomou conta dos mercados e o Ibovespa viu sua pontuação nominal cair paulatinamente. No entanto, no último mês o jogo virou para a Bolsa de Valores — que atingiu sua máxima histórica, fechando o mês aos 136.004,01 pontos, com uma valorização acumulada de 6,54% em agosto, no melhor desempenho mensal registrado em 2024—, enquanto as taxas do Tesouro tiveram queda. Será hora de voltar para a renda variável em setembro?

Para o professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) e colunista do Estadão, Fabio Gallo, o investidor precisa ter cautela antes de se deixar levar pela emoção. “Quando a Bolsa sobe, as pessoas se animam e querem ir pra lá também. Só que nem todos os ativos estão baratos para os brasileiros e nem todos aceitam bem a imprevisibilidade do mercado de ações.”

E mesmo diante desse cenário, os ativos prefixados da renda fixa mostraram um bom desempenho em agosto. Pelo menos essa é a avaliação de Pedro Sequeira, analista de renda fixa e crédito privado do Grupo SWM. Ele aponta que o índice IRF-M, que acompanha a evolução a preços de mercado, de uma carteira de títulos públicos prefixadosLTN, também chamada de Tesouro Selic, e NTN-F, o Tesouro Prefixado), registrou rentabilidade de 1,32%.

Além disso, o IMA-B, índice composto por títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B, conhecido também como Tesouro IPCA+), apresentou uma rentabilidade de 1%, enquanto o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) obteve um ganho de 0,71% no último mês. “Esse desempenho reflete o alívio observado ao longo da curva de juros. Os títulos prefixados encerraram o mês com taxas mais baixas do que no início, o que elevou seus preços”, explica Sequeira.

Disparada do Ibovespa indica saída da renda fixa?

Embora a Bolsa brasileira tenha subido no último mês, a razão que levou à disparada vem de fora. Isso porque os sinais de que o início do corte dos juros nos Estados Unidos está prestes a começar deu gás aos investidores avessos a risco — com destaque para os estrangeiros.

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Régis Chinchila, head de Research da Terra Investimentos, segue o mesmo raciocínio de Gallo e alerta que migrar os investimentos para o Ibovespa demanda cautela. “A decisão de sair da renda fixa e investir na Bolsa depende de vários fatores, como seu perfil de risco e objetivos financeiros. Embora o mercado de ações esteja em alta, a renda fixa ainda pode ser atraente devido à sua estabilidade e menor volatilidade”, diz.

Além disso, o especialista ressalta que o cenário econômico global, junto às expectativas de política monetária, podem influenciar nos retornos futuros da renda fixa. “Avalie a relação entre risco e retorno e considere diversificar seu portfólio para equilibrar segurança e crescimento”, recomenda Chinchila.

Para o mês de setembro, entre os eventos previstos que devem causar impactos a essa modalidade de investimentos está a próxima reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Ela terá um papel significativo, pois alterações na taxa de juros americana podem impactar o fluxo de capital para mercados emergentes, como o Brasil. Espera-se que o Fed inicie um ciclo de cortes em setembro, sobretudo após a divulgação de dados de atividade mais fracos nos EUA.

Já no Brasil, o mercado está precificando altas de juros no mercado futuro, influenciado por uma postura mais conservadora do Banco Central (BC) e de seus diretores em suas últimas declarações. “Se o comitê surpreender o mercado com sua decisão, isso poderá alterar a precificação dos ativos de renda fixa”, afirma Pedro Sequeira, do Grupo SWM.

Os melhores títulos da renda fixa para setembro

Embora a expectativa seja de alívio monetário nos EUA, no cenário doméstico, as incertezas fiscais e a desvalorização cambial alimentam projeções mais pessimistas para os próximos anos. De acordo com o último Boletim Focus, a projeção para a Selic em 2026 é de 9,5%. Para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as estimativas apontam para 4,25% e 3,93% para o final de 2024 e de 2025, respectivamente.

Para a especialista em renda fixa na Ágora Investimentos, Simone Albertoni, dados da inflação acima do esperado no Brasil, junto aos números da atividade que segue aquecida, podem sustentar os juros em um patamar alto por mais tempo, junto a possíveis elevações da taxa Selic nas próximas reuniões do BC. Sob esse cenário, ela destaca o investimento no Tesouro IPCA+ (NTN-B). “Além de buscar ganhos acima da inflação no período, também estão com patamares de juros reais atrativos para carregar com prazos de cinco ou seis anos”, afirma.

Régis Chinchila, da Terra Investimentos, reforça que os títulos públicos atrelados à inflação oferecem proteção contra a alta dos preços. “Títulos com vencimentos mais curtos podem ser uma escolha segura se houver expectativa de aumento nas taxas de juros”, diz. Ele ainda destaca que é prudente considerar títulos de crédito privado com boa classificação de risco e cupons atraentes. “Já que o cenário de juros em queda pode beneficiar esses ativos, oferecendo retornos acima da média.”

Seguindo nessa linha de raciocínio, Fabio Gallo, professor da FGV, lembra que há opções de títulos de Certificado de Depósito Bancário (CDB), cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). “São boas opções de renda fixa para aqueles investidores com visão de médio e longo prazo, que faz uma aplicação de 15 anos, por exemplo.”

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