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Nike, Twitter, Uber: os 10 BDRs que mais se valorizaram em setembro

O índice que mede o comportamento das BDRs, papéis espelham ações estrangeiras, registra alta de 51,82% no ano

Nike, Twitter, Uber: os 10 BDRs que mais se valorizaram em setembro
Foto: Pixabay
  • Comprar BDRs é uma forma simples de diversificar em ativos do exterior. Os Brazilian Depositary Receipts são certificados negociados na B3 que espelham ações, índices e títulos de dívida estrangeiros
  • O BDR campeão em rentabilidade foi o do Fedex (FDXB34), com salto de 17,79% em setembro. Os papéis iniciaram o primeiro pregão do mês negociados a R$ 1212 e chegaram ao final cotados a R$ 1426,01
  • Em segundo lugar ficou a famosa empresa de calçados, roupas e acessórios Nike (NIKE34), com uma escalada de 15,58%. Com a medalha de bronze também aparece um velho conhecido: o Twitter (TWTR34), que teve 13% de valorização

Comprar BDRs é uma forma simples de diversificar em ativos do exterior. Os Brazilian Depositary Receipts são certificados negociados na B3 que espelham ações, índices e títulos de dívida estrangeiros. Isso significa que o investidor compra uma ‘réplica’ da rentabilidade desses ativos, sem precisar abrir uma conta em corretoras de fora do País ou investir por meio de fundos.

No ano, por exemplo, o índice que mede o comportamento das BDRs, o BDRX, registra alta de 51,82%, puxado por papéis de empresas de tecnologia como Tesla (TSLA34), Nvidia (NVDC34) e Mercado Livre (MELI34). Entretanto, em setembro, o indicador teve variação negativa, com baixa de 1,97%, e as gigantes de tecnologia não entraram no ranking das maiores rentabilidades. Os dados são da plataforma Economatica.

“No mês, houve essa baixa muito por conta do medo político lá fora, com o Trump eventualmente não aceitando os resultados, caso o Biden vença as eleições”, explica Matheus Jaconeli, economista da Nova Futura. “Também existe uma volta de ativos de tecnologia para ativos mais tradicionais, que caíram muito e começaram a se mostrar oportunidades de negócio.”

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O BDR campeão em rentabilidade foi o do Fedex (FDXB34), empresa de logística e entregas, com salto de 17,79% em setembro. Os papéis iniciaram o primeiro pregão do mês negociados a R$ 1212 e chegaram ao final cotados a R$ 1426,01. Em segundo lugar ficou a famosa empresa de calçados, roupas e acessórios Nike (NIKE34), com uma escalada de 15,58%, passando de R$ 616 para R$ 711,99. “No caso da Fedex, a empresa passou a não ter a concorrência das empresas que também se utilizavam do transporte de passageiros para fazer as entregas”, explica Jaconeli.

Já no caso da Nike, a alta estaria mais relacionada à divulgação dos resultados do primeiro trimestre do ano fiscal 2021 (entre junho e agosto deste ano). “A companhia surpreendeu o mercado apresentando resultados fortes em algumas de suas principais regiões de atuação”, afirma André Kim, sócio e analista de investimentos da GeoCapital. “Além disso, a empresa tem sido bastante eficiente em acelerar as vendas no canal direto (Nike Direct Sales), sendo que as vendas online representaram cerca de 30% do total deste trimestre.”

Com a medalha de bronze, aparece um velho conhecido: o Twitter (TWTR34), que teve 13% de valorização. Os certificados da rede social eram negociados a R$ 111,50 no último dia de agosto e chegaram ao fim do mês cotados a R$ 126.

Outra companhia que faz parte do dia-a-dia do brasileiro é a Uber (U1BE34), cuja BDR está em sexto lugar após dar um salto de 9,79%, passando de R$ 184,90 para R$ 203. Logo em seguida vem a  empresa de logística C.H. Robinson Worldwide (C1HR34), com alta de 9,44%, para R$ 292,96.

Mario Goulart, analista da Polyface, explica que em setembro as casas de análise do exterior subiram as recomendações para o Twitter, com a expectativa de aumento no número de usuários durante a pandemia. “O retorno dos eventos esportivos também contribui, porque as pessoas usam mais a plataforma para comentar os jogos durante as temporadas”, diz.

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Já no caso do Uber e da Robinson Worldwide, as perspectivas de retomada econômica ajudaram a impulsionar as empresas em setembro. “Com as pessoas saindo mais de casa, essas empresas foram bem beneficiadas”, explica Jaconeli.

Dólar influencia rentabilidade

O investidor que deseja diversificar utilizando BDRs tem que ter alguns cuidados. Os certificados seguem a variação do dólar, para cima ou para baixo. Uma parcela dos dividendos pagos por esse tipo de ativo vai para o banco que disponibiliza a aplicação.

“Se o dólar cai, o BDR pode cair mais que proporcionalmente à ação lá fora. E tem tamPapéis espelham ações estrangeirasbém o fator de liquidez do volume de negócios, já que é um produto novo”, explica Jaconeli. “Agora, com mais pessoas podendo investir, esse volume tende a aumentar, mas no curto prazo o investidor deve ter atenção”.

Até agosto, só investidores qualificados – aqueles com pelo menos R$ 1 milhão em patrimônio investido – poderiam ter acesso às BDRs. Agora, com a flexibilização feita pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), qualquer investidor poderá comprar esse tipo de produto. A finalização dos trâmites relacionados à regulamentação deve acontecer ainda em outubro, de acordo com divulgação feita pelo órgão em setembro.

Ranking: desempenho de BDRs em setembro

Empresa Código Retorno
do fechamento
no mês*
1 Fedex Corp FDXB34 17,79%
2 Nike, Inc NIKE34 15,58%
3 Twitter, Inc TWTR34 13,00%
4 Duke Energy Corp DUKB34 12,23%
5 L Brands, Inc LBRN34 10,80%
6 Uber Technologies, Inc U1BE34 9,79%
7 C.H. Robinson Worldwide, Inc C1HR34 9,44%
8 Aptiv Plc APTV34 8,93%
9 Micron Technology, Inc MUTC34 8,66%
10 Oracle Corp ORCL34 7,99%

*Dados coletados entre o dia  31 de agosto de 2020 até 30 de setembro de 2020

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