O que este conteúdo fez por você?
- Os volumes cresceram 7,7% em termos orgânicos em relação ao mesmo período do ano passado
- A receita líquida avançou 20,8%, a 18,5 bilhões de reais, com 8 dos 10 principais mercados crescendo também acima do terceiro trimestre de 2019
As ações da Ambev chegaram a disparar quase 11% nesta quinta-feira (28), após a fabricante de bebidas divulgar forte crescimento de receitas entre julho e setembro, quando atingiu os maiores volumes consolidados já registrados em um terceiro trimestre.
Leia também
Os volumes cresceram 7,7% em termos orgânicos em relação ao mesmo período do ano passado, para 45,7 milhões de hectolitros, e a receita líquida avançou 20,8%, a R$ 18,5 bilhões, com 8 dos 10 principais mercados crescendo também acima do terceiro trimestre de 2019.
“A AmBev mais uma vez superou as expectativas em uma execução de vendas de alto nível, o que permitiu que seus volumes atingissem o nível recorde no terceiro trimestre, ainda mais impressionante considerando as comparações difíceis do ano passado”, afirmou a analista do Credit Suisse Marcella Recchia em nota a clientes.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Por volta de 10h50, as ações da Ambev subiam 8,5%, a R$ 16,52, enquanto o Ibovespa avançava 0,29%. Na máxima, os papéis da companhia chegaram a R$ 16,87 (+10,84%), maior patamar intradia desde 8 de setembro.
A receita por hectolitro subiu 12,1%, mas o custo dos Produtos Vendidos por hectolitro (CPV/hl) aumentou 18,5%, segundo a fabricante de bebidas, em razão dos impactos esperados de câmbio e commodities.
As despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) também aumentaram, em 19,3%, impactadas por provisões de remuneração variável mais elevadas.
Nesse contexto, o resultado medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado aumentou 9,4%, para R$ 5,5 bilhões, com a margem Ebitda ajustado caindo 3,1 pontos percentuais, para 29,6%.
Publicidade
“A receita líquida continua impulsionando o nosso desempenho de Ebitda, que permanece sob pressão das commodities e do câmbio, e maiores despesas com vendas, gerais e administrativas, que por sua vez é impactado por provisões de remuneração variável mais elevadas”, afirmou a companhia.
O lucro líquido avançou 57,4%, para R$ 3,7 bilhões no terceiro trimestre. Em termos ajustados, aumentou 50,4%, para R$ 3,75 bilhões.
A unidade Cerveja Brasil mostrou crescimento de 7,5% em volume frente ao mesmo trimestre de 2020, em linha com as expectativas da empresa, enquanto a receita registrou elevação de 16,2%.
Em termos consolidados, a geração de caixa das atividades operacionais foi de R$ 6,4 bilhões, comparado a R$ 7 bilhões no terceiro trimestre do ano passado.
Publicidade
“A Ambev reportou um trimestre para lembrar”, afirmaram os analistas do BTG Pactual Thiago Duarte e Henrique Brustolin em nota enviada a clientes, avaliando que o resultado tem o potencial de desencadear algumas melhorias nas previsões para os resultados de curto prazo.
À medida que a concorrência muda para um novo modelo de distribuição e a capacidade da indústria retoma gradualmente, a equipe do BTG avalia que a Ambev está aproveitando para recuperar espaço em marcas principais que ficaram para trás por vários anos, mesmo à custa de lucratividade.
“Supondo que iniciativas comerciais como o (aplicativo) BEES e o (app) Zé sejam tão promissoras quanto parecem, a Ambev poderia sair dessa mais forte do que antes”, afirmaram.
Os analistas do BTG, porém, questionaram se “a Ambev pode reacender o poder de precificação e recuperar as margens (unitárias ou percentuais) de modo que permita que o desempenho da receita flua para os resultados financeiros”. A recomendação foi mantida em “neutra” para a ação por enquanto.
Publicidade