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Ações da Apple e Google podem estar em risco após processo da Justiça dos EUA

Analistas do Itaú BBA acreditam que o lucro por ação das empresas pode estar em risco de um a dois dígitos

Ações da Apple e Google podem estar em risco após processo da Justiça dos EUA
(Imagem: Adobe Stock)

O Google perdeu um processo inicial iniciado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta segunda-feira (5), o que pode impactar no lucro das ações da empresa na bolsa americana (GOOGL). A ação civil questionou os acordos entre a companhia e partes interessadas ou parceiros, como a Apple (AAPL), que, na visão do Itaú BBA, também pode ser afetada negativamente.

No final do pregão desta terça-feira (6), as ações da Alphabet, controladora do Google, recuaram 0,60%, enquanto as ações da Apple desvalorizaram 0,97%. Na quarta (7) os papéis da Alphabet subiram moderadamente, com alta de 0.13%. As da Apple devolveram perdas, com avanço de 1,27%.

A gigante de buscas foi acusada de monopolizar vários produtos de tecnologia de publicidade digital em violação do Sherman Act, lei que regula a competitividade entre indústrias, mas ainda tem a opção de recorrer da decisão. “Embora o caso não especifique as exatas medidas a serem impostas, e nós não somos advogados, acreditamos que isso coloca o acordo entre Google e Apple em maior risco. Isso representa um risco material para o lucro por ação das empresas de tecnologia“, afirmam os analistas do BBA.

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De acordo com a casa, o impacto inicial na Apple provavelmente será negativo e, caso o Google não puder mais pagar pelos direitos de exclusividade, a empresa da maçã deve ser afetada “de uma só vez”. O risco do lucro por ação da Apple é de dois dígitos, pois o Google estima recuperar apenas 30% de sua participação de mercado no iOS (móvel) se perdesse seu padrão default.

Já a empresa de buscas será impactada a partir da resposta da Apple. Isso porque ela pode “sugerir” aos usuários um determinado player mesmo que não tenha um acordo de exclusividade com o Google. No entanto, os analistas destacam que a análise subestima o impacto nas receitas do Google. “Os padrões da GOOGL não se limitam à AAPL. De acordo com um memorando de opinião, em 2017, o Google estimou que metade de sua receita total de busca vinha de colocações padrão (sendo a Samsung um dos parceiros). É provável que essa proporção tenha crescido. Isso significa que nossa análise pode estar subestimando o impacto nas receitas afetadas”, comentam.

Para o lucro por ação, o risco é de um dígito alto a dois dígitos. O Itaú BBA comenta ainda que a mudança poderia ser neutra ou ligeiramente positiva para o Google caso a empresa acabasse retendo uma participação de mercado substancial, mas pagando um custo de aquisição total menor à Apple. No entanto, os analistas acreditam que esse cenário é muito improvável.

Entenda o processo da Google com a Justiça americana

Em 24 de janeiro de 2023, o Departamento de Justiça americano, juntamente com os Procuradores Gerais da Califórnia, Colorado, Connecticut, Nova Jersey, Nova York, Rhode Island, Tennessee e Virgínia, entrou com uma ação civil contra o Google por monopolizar vários produtos de tecnologia de publicidade digital em violação das Seções 1 e 2 do Sherman Act.

A denúncia alega que os editores de sites dependem da empresa para vender anúncios e que os anunciantes contam com ela para comprar anúncios e alcançar potenciais clientes. Por meio da ação de monopolização, o objetivo é restaurar a concorrência nesses mercados importantes e obter alívio equitativo e monetário em nome do público americano.

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O Google agora controla a ferramenta digital que quase todos os grandes editores de sites usam para vender anúncios em seus sites (servidor de anúncios do editor); controla a ferramenta dominante do anunciante que ajuda milhões de anunciantes grandes e pequenos a comprar inventário de anúncios (rede de anúncios do anunciante); e controla a maior bolsa de publicidade (bolsa de anúncios), uma tecnologia que realiza leilões em tempo real para combinar compradores e vendedores de publicidade online.

Nesta segunda (5), o Tribunal Distrital dos EUA confirmou as alegações mencionadas. O Procurador-Geral Merrick B. Garland, a respeito da decisão contra o Google, expressou que “nenhuma empresa — não importa quão grande ou influente — está acima da lei. O Departamento de Justiça continuará a aplicar vigorosamente nossas leis antitruste”.