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Por que analistas indicam Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) para 2023

Ações de serviços essenciais vão bem em tempos difíceis da economia; outros fatores favorecem as estatais

Por que analistas indicam Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) para 2023
Cemig. (Foto: Divulgação / Cemig)
  • Uma alternativa à volatilidade das estatais federais são as ações de companhias públicas ligadas aos estados, como é o caso de Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3)
  • Em Minas, o governo reeleito é favorável a privatizações e já declarou que prioridade é dar andamento à desestatização da Cemig em 2023
  • Um cenário positivo na visão dos especialistas e que pode ajudar o papel a sustentar ganhos no ano

Quando o assunto são empresas estatais, as primeiras ações que vêm à mente do investidor costumam ser das gigantes Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3). Duas companhias na mira de discussões sobre possíveis intervenções do governo federal, e que estão sofrendo bastante volatilidade desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito em outubro de 2022.

Uma alternativa, portanto, pode ser olhar para as companhias públicas ligadas aos estados, como é o caso de Copel (CPLE6), Cemig (CMIG4), Copasa (CSMG3) e Sabesp (SBSP3).

Tratam-se de empresas do setor de utilities, que prestam serviços essenciais e costumam ser mais resilientes em momentos mais difíceis da economia; e que vira e mexe têm algum salto na Bolsa com rumores de privatização. Depois da desestatização da Eletrobras, em 2022, quem deve passar primeiro pela operação que retira do estado o controle acionário da companhia é a Copel. Nesta reportagem, mostramos que isso pode fazer as ações subirem em 2023.

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Quando o assunto são as estatais de Minas Gerais, joga a favor de Cemig e Copasa a reeleição do governador Romeu Zema (Novo) em 2022. Um político declaradamente a favor de privatizar as companhias do estado e que, no segundo mandato, pode ter mais espaço para seguir adiante com as propostas.

“A reeleição de Zema, em primeiro turno e com a formação de uma bancada maior, faz com que as potenciais desestatizações voltem a ser destaque”, diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA BS. “Isso costuma destravar valor para estas companhias”.

Segundo declarações do próprio governador, a ideia é privatizar primeiro a Cemig, nos moldes da desestatização da Eletrobras. O processo é bem visto pelo mercado financeiro como uma forma de destravar valor na empresa, vender ativos que não sejam diretamente ligados ao negócio principal e impulsionar melhorias operacionais. Um cenário que pode ser de oportunidade de valorização para essas empresas em 2023, destaca Bruno Tebaldi, analista de risco da Nova Futura Investimentos.

Entre as duas estatais de MG, a preferida da casa é a CMIG4, que consta inclusive na carteira de dividendos da corretora para janeiro. “A Cemig é uma empresa do setor de Energia com um bom fluxo de dividendos e que, com poucas exceções, sempre teve bons resultados financeiros”, destaca Tebaldi.

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Esta também é a preferência do PagBank, que incluiu as ações da Cemig nas recomendações de dividendos para o primeiro mês do ano. Veja aqui as carteiras de outras 8 corretoras.

Márcio Lorega, gerente de pesquisa e economia do PagBank PagSeguro, destaca que no 3T22 a Cemig reportou uma alta no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), mostrando mais eficiência operacional, o que o especialista espera que se repita em 2023. “É uma empresa integrada, de um setor conhecidamente defensivo e bom pagador de dividendos”, destaca Lorega. “As ações tiveram um Dividend Yield de aproximadamente 8,5% em 2022 e vemos espaço para crescimento desse número à medida que a companhia for realizando seu plano de desinvestimentos e redução de custos”.

A visão otimista, porém, não é unanimidade. Em dezembro, como contamos nesta reportagem, o Bradesco BBI rebaixou a recomendação de CMIG4 para neutra. Na visão do banco, a Cemig deve ter uma redução no fluxo de caixa com receitas de spread da tarifa do uso de sistema de distribuição (Tusd) mais baixas.

“Com relação à privatização, como já dissemos, não contamos com isso para a Cemig e esperamos que Minas Gerais venda primeiro a Codemig e depois as concessionárias Copasa e Gasmig. Esta última beneficiaria a Cemig (dona de 100% da Gasmig), mas uma discussão efetiva pode ser adiada até 2024”, afirmaram Francisco Navarrete, João Fagundes e André Silveira, em relatório.

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