- No acumulado de junho, todos os papéis do segmento fecham em alta. Alguns chegaram a ultrapassar 10% de valorização
- Para analistas do setor, a concorrência entre as empresas pode equilibrar possíveis altas de matrícula e mensalidade, embora a inflação e o desemprego possam aumentar custos, como salário de profissionais da área e material escolar
- De olho no início de um novo semestre, as empresas preparam-se para uma retomada com investimentos em inovação e tecnologia
O setor educacional ainda é diretamente impactado pelo aumento da taxa de imunizados contra a covid-19. De olho no início de um novo semestre, as empresas preparam-se para uma retomada com investimentos em inovação e tecnologia, embora ainda exista a preocupação com a influência direta de altas na inflação e no desemprego.
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No acumulado de junho, todos os papéis do segmento fecham em alta. Alguns chegaram a ultrapassar 10% de valorização.
Para analistas do setor, a concorrência entre as empresas pode equilibrar possíveis altas de matrícula e mensalidade, embora a inflação e o desemprego possam aumentar custos, como salário de profissionais da área e material escolar. Segundo Victor Hasegawa, gestor da Infinity Asset, o otimismo está aumentando com o aumento da vacinação no País. “Shopping e varejo sentiram impacto mais visível, inicialmente, mas o setor de educação vem crescendo por conta da retomada”, afirma.
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O maior crescimento mensal do setor foi da Cruzeiro do Sul Educacional (CSED3), com alta de 11,14% e ações cotadas a R$ 15,55. Em seguida, ficou a a rede Ser Educacional, com valorização de 11,07% e ações custando R$ 18,42.
O desempenho das ações de educação em junho
Empresa | Ticker | Cotação atual* | Variação no dia | Varição no mês |
ANIMA | ANIM3 | R$ 13,93 | 1,68% | 10,56% |
BAHEMA | BAHI3 | R$ 78 | 0,91% | 5,41% |
COGNA | COGN3 | R$ 4,48 | -1,97% | 6,16% |
CRUZEIRO EDU | CSED3 | R$ 15,55 | -0,26% | 11,14% |
SER EDUCA | SEER3 | R$ 18,42 | 0,00% | 11,07% |
YDUQS PART | YDUQ3 | R$ 33,30 | -2,15% | 1,22% |
Fonte: Broadcast. *Referente ao dia 29 de junho de 2021 |
De acordo com Rafael Antunes, sócio da Inove Investimentos, o mercado de educação começou a precificar as metodologias que vão se destacar no pós pandemia. Segundo ele, apesar do ensino presencial ainda ser a maior fonte de lucro das empresas, a possibilidade do ensino híbrido e à distância pode alavancar os próximos resultados. “Mesmo com a adaptação ao EAD, principalmente entre os maiores players do mercado, ainda há uma dependência grande da presença de alunos nas salas de aula”, comenta.
Para Hasegawa, o segundo semestre não tem um fluxo de novas matrículas tão intenso quanto no início do ano. Por isso, as expectativas para o início de 2022 são ainda maiores. “A pandemia deixou muito brasileiro desempregado, o que atrasou o plano de estudo para muita gente. Talvez a partir de janeiro as empresas consigam retomar os resultados que tinham antes da pandemia”, diz.
Segundo o especialista, o mercado começa a precificar as ações com a eliminação da “variável pandemia”, o que aumenta o otimismo para o setor no longo prazo. “Apesar da possibilidade de oscilação e de leves quedas, a reabertura pós-vacinação vai excluir um risco que foi decisivo para o resultado destas empresas desde o início da pandemia”, explica Antunes.
Inovação tecnológica e EAD
Apesar de a vacinação influenciar na melhora do setor, os sinais de investimentos para o desenvolvimento em inovação e tecnologia, principalmente por meio de aquisições, também impulsionaram as altas.
No dia 18 deste mês, a Yduqs (YDUQ3) divulgou a aquisição da edtech QConcursos. No fim de maio, o CEO da Ser Educacional (SEER3), Jânyo Diniz, afirmou que aquisições em edtechs estão sendo analisadas pela companhia. A Ânima, no fim de 2020, fez a aquisição do Grupo Laureate.
A expectativa do setor é que a digitalização cresça em todos os níveis. “Daqui a 10 anos, por conta dos avanços tecnológicos, a educação vai ser completamente diferente. A pandemia veio para acelerar, mas já é um fato considerado pelo mercado. As ações são precificadas justamente pensando em valores futuros”, explica Leo Monteiro, analista de research da Ativa Investimentos .
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Para o head de análises da Ágora Investimentos, José Cataldo, o movimento de aquisições pós-crise é esperado não só no setor de educação, mas no mercado como um todo. Isso acontece, segundo ele, porque pequenas empresas não conseguem adaptar-se e acabam sendo compradas por companhias robustas. “Empresas maiores como Yduqs (YDUQ3) e Cruzeiro do Sul (CSED3) nos chamam atenção para o crescimento no médio e longo prazo por conta da capacidade de novas aquisições”, explica.
Cataldo sugere ainda que o financiamento estudantil é outro ponto que pode alavancar o setor, se considerar as perspectivas para 2022, sobretudo com a possibilidade de ensino à distância aumentar os índices educacionais com pessoas de baixa e média renda.