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Ano do varejo? Magalu, Via Varejo, Natura e mais 7 ações que se destacam em 2020

Segundo levantamento feito pela iHub, o melhor papel tem alta de 350% considerando a cotação mínima do ano

Ano do varejo? Magalu, Via Varejo, Natura e mais 7 ações que se destacam em 2020
A Via Varejo é dona da Casas Bahia e do Ponto Frio (Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo)
  • Magazine Luiza, Via Varejo e Natura acumulam valorização de 350%, 280% e 150%, respectivamente, desde a cotação mínima do ano até o preço atual
  • Para Paulo Cunha, sócio fundador do grupo, os destaques do ano são as empresas do setor que já possuíam plataformas de vendas digitais mais robustas;
  • “Toda a crise acaba criando uma seleção natural. Muitas empresas acabam falindo e as que continuam existindo, principalmente as maiores, se aproveitam do market share.

O ano de 2020 na astrologia chinesa está sendo governado pelo Rato de Metal – até 11 de fevereiro, estão favorecidas atividades de comércio, empreendedorismo e a compra e venda de ações. Independentemente de acreditar no misticismo chinês, os varejistas têm sido beneficiados no mercado de ações neste ano de pandemia global.

Segundo a iHub, a assessoria de investimentos credenciada à XP , mesmo atravessando o momento mais agudo da pandemia (o início da quarentena em março e abril), as ações das varejistas Magazine Luiza, Via Varejo e Natura tiveram aumentos de 350%, 280% e 150%, respectivamente. O levantamento fez a análise do preço do papel de cada uma delas desde a cotação mínima do ano até o dia 27 de novembro de 2020.

Ação Preço em 31/12/2019 Preço atual* Mínima no período Valorização no acumulado do ano Valorização desde a minima
Via Varejo (VVAR3) R$ 11,17 R$ 17,82 R$ 3,96 59,53% 350%
Magazine Luiza (MGLU3) R$ 11,90 R$ 24,85 R$ 6,24 108,82% 298%
CVC (CVCB3) R$ 43,80 R$ 14,66 R$ 4,87 -66,52% 201%
Natura (NTCO3) R$ 38,67 R$ 51,00 R$ 20,44 31,88% 150%
B2W (BTOW3) R$ 62,86 R$ 75,27 R$ 39,00 19,74% 93%
Lojas Renner (LREN3) R$ 56,08 R$ 47,50 R$ 26,27 -15,29% 81%
Hering (HGTX3) R$ 34,04 R$ 18,18 R$ 10,57 -46,59% 72%
Lojas Americanas (LAME4) R$ 25,90 R$ 23,58 R$ 14,39 -8,95% 64%
GPA (PCAR3) R$ 88,88 R$ 69,08 R$ 53,00 -22,27% 30%
Atacadão SA (CRFB3) R$ 23,35 R$ 19,78 R$ 17,02 -15,28% 16%

*Fechamento do pregão no dia 27 de novembro de 2020

Apesar de a natureza do negócio ser diferente, estas empresas figuraram a lista das 10 ações de varejistas que melhor performaram em 2020.

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O E-Investidor conversou com Paulo Cunha, sócio fundador da iHub Assessoria de Investimentos, para entender porque o setor de varejo performou tão bem e quais são as perspectivas para 2021.

Para o sócio-fundador, as empresas do varejo que estão listadas em bolsa são, em sua maioria, companhias robustas e já têm desenvolvidas as suas plataformas dos meios digitais, por isso acabaram se beneficiando em um cenário de pandemia, quando muitas lojas físicas fecharam.

“Apesar de muitas delas terem boa parte do faturamento correspondente às vendas em lojas físicas, sofrem muito menos que todas as outras, como comércios pequenos de bairro ou mesmo varejistas que são 100% físicas, por exemplo”, explica.

Segundo o levantamento, pode-se observar a relação entre o valor mínimo e o máximo das ações. “Em um primeiro momento, as varejistas foram muito impactadas porque foi o papel mais óbvio que o pessoal saiu vendendo. Chegaram a cair cerca de 80%, mas depois recuperaram boa parte”, diz. “Isso é o que chamamos de volatilidade”, explica Cunha. Esse tipo de ação é mais volátil do que a média e, quando começou a subir, subiu muito, porque havia chegado em um ponto extremamente baixo.

Para o executivo, são dois os motivos que fizeram essas ações de varejo performarem tão bem. O primeiro foi justamente a volatilidade desses ativos, que atingiram patamares bem baixos e depois começaram a subir bastante. O segundo ponto é o fato dessas empresas que estão listadas em bolsa possuírem plataformas digitais desenvolvidas.

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“É preciso fazer um distinção do setor do varejo. Se separarmos as empresas mais capitalizadas, que têm a sua plataforma digital desenvolvida, é possível enxergar que hoje são até mesmo mais vistas como companhias de tecnologia. Essas, sem dúvidas, foram os grandes destaques de 2020, que é o caso de Submarino, Magazine Luiza e Via Varejo”, explica o sócio.

Muitas empresas já tiveram uma performance razoável. “Magazine Luiza, por exemplo, está sendo negociada a patamares mais altos até mesmo do que no período antes da crise. A Via Varejo também”, afirma.

Para 2021

Segundo o sócio, os investidores devem continuar vendo bons resultados, principalmente nessas grandes empresas que se beneficiaram do ambiente de crise. “Toda a crise cria uma seleção natural. Muitas empresas acabam falindo e, as que continuam existindo, principalmente as maiores, que já estão capitalizadas e possuem uma plataforma digital sólida, conseguem se aproveitar do aumento de market share. Então, o varejo continua sendo um setor bastante recomendado para 2021”, explica.

Inclusive, em 2021 será possível ver muitas empresas que não estão listadas na bolsa se preparando para a abertura de capital. “Tivemos a oferta pública do grupo São Mateus e a da Havan, que tentou fazer o IPO, mas estava em um mau momento. É muito provável, porém, que a Havan volte a tentar em um segundo momento”, diz.

“A concorrência nesses meios digitais vai crescer muito porque o que a pandemia fez foi reforçar a tese de que é obrigatório ter o canal de venda online. As empresas que não tinham passaram a ter, e aquelas que já contavam com as plataformas digitalizadas, intensificaram seus investimentos no meio. Se antes você via apenas duas ou três empresas que dominavam na internet, agora verá todo mundo querendo fazer parte”, afirma.

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