- Os papéis preferenciais LAME4, das Lojas Americanas, entraram em queda brusca no início do pregão desta quinta-feira (29)
- Com baixa de 6,67% até 14h54, cotados a R$ 21,12, o movimento das ações repercute o anúncio de combinação de negócios
- No final, a fusão irá originar uma nova empresa, a americanas s.a, que terá lojas físicas e os marketplaces Submarino, Shoptime e Americanas.com
Os papéis preferenciais LAME4, das Lojas Americanas, entraram em queda brusca no início do pregão desta quinta-feira (29). Com baixa de 6,67% até 14h54, cotados a R$ 21,12, o movimento das ações repercute o anúncio de combinação de negócios com a companhia de comércio eletrônico B2W (BTOW3).
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O acordo dará origem a uma nova empresa, a americanas s.a, que terá lojas físicas e os marketplaces Submarino, Shoptime e Americanas.com. As ações da B2W, em alta de 5,26% até 14h54, cotadas a R$ 66,79, passarão a ser negociadas sob um novo ticker (AMER3). Já os papéis das Lojas Americanas continuarão a ser negociados como um ‘veículo de investimento’, listadas no nível N1, e cada PN ou ON dará direito a 0,8 AMER3.
Para Flavio Conde, chefe de análises da Inversa Publicações, não há criação de valor para os acionistas na combinação dos negócios. “A incorporação societária e operacional é um pedido de analistas que viram Magazine Luiza (lojas) e Magalu (e-marketplace) funcionando muito bem. Porém, “B2W ain´t Magalu”, ou seja, B2W não é a Magalu e dificilmente se tornará uma”, afirma. “Os sites Submarino e Shoptime perderam relevância no mundo digital faz anos. O americanas.com, sim, é um site muito bom, só que ele sozinho não faz verão.”
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Os papéis BTOW3 e LAME4 acumulam respectivamente queda de 11,77% e 19,43% no ano. “As ações até podem subir hoje por conta da incorporação societário e união operacional”, diz Conde. “Mas uma alta de 5% ou 8% não representará muita coisa [frente à desvalorização nos últimos meses].”
Para Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos, ainda existem muitas perguntas a serem respondidas, mas a princípio, o movimento é positivo. “Na verdade, a B2W não vai incorporar as ações das Lojas Americanas, ela vai incorporar os ativos, como as lojas, a AME, o Centro de Distribuições, entre outros, e vai mudar de ticker”, diz. “Haverá uma diluição de 14%, pois ao mesmo tempo que você está recebendo os ativos das Lojas Americanas, a B2W está emitindo novas ações. Essas novas ações vão pra mão de quem tem Lojas Americanas.”
De acordo com o especialista da Ativa, a B2W estaria caminhando em direção à tendência do segmento, de ganhar mais sinergia e agilidade. “Uma coisa que chamou atenção também na estratégia deles foi que vai ter a vertical de e-commerce, a de startups (para aquisição de empresas que agreguem), e uma vertical de franquias que eu achei interessante.”
Até o final do ano, o objetivo é listar os papéis da controladora no exterior, na NYSE ou NASDAQ. “Busca-se, com isso, maior acesso a investidores estrangeiros, aumento das fontes de financiamento, redução do custo de capital, aumento da liquidez das ações, alinhamento estratégico de longo prazo, exposição a novas coberturas de analistas, aumentando a visibilidade, e adequação da governança e compliance a padrões internacionais”, afirma a companhia, em relatório sobre a combinação de negócios.
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