Mercado

Por que Vale (VALE3), MRV (MRVE3) e Hypera (HYPE3) tiveram os melhores desempenhos do dia na Bolsa

Os três papéis registraram as maiores altas no pregão da B3 desta terça-feira

Por que Vale (VALE3), MRV (MRVE3) e Hypera (HYPE3) tiveram os melhores desempenhos do dia na Bolsa
Foto: Denis Balibouse/Reuters
  • O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (4) em baixa de 1,57%, aos 101.215,87 pontos, e teve giro financeiro de R$ 40,1 bilhões
  • As três ações que mais ganharam preço foram Vale (VALE3), MRV (MRVE3) e Hypera (HYPE3)

A Bolsa brasileira teve um dia de perdas expressivas. Os papéis do setor financeiro já vinham pressionados desde o início da sessão desta terça-feira, após o Itaú Unibanco apresentar, na véspera, resultados do segundo trimestre considerados neutros por investidores. Depois, o setor acabou por derrubar o mercado como um todo, com a notícia que o Senado Federal colocou na pauta da próxima quinta-feira, 6 de agosto, um projeto para limitar os juros do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito até o fim do período de calamidade pública, em dezembro.

Os senadores discutem fixar em 20% ao ano os juros pagos em operações durante o estado de calamidade pública, ou seja, de 20 de março a 31 de dezembro deste ano. Se aprovado na Casa, o projeto precisará passar por crivo da Câmara dos Deputados, sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governo federal ainda precisará regulamentar a lei. Itaú Unibanco PN caiu 5,83%, Bradesco teve queda de 3,00% (ON) e 2,07% (PN), Banco do Brasil ON caiu 3,06% e units de Santander Brasil recuaram 2,80%.

“Um projeto como esse tem influência muito grande no setor em um contexto que os bancos ainda estão se recuperando do baque do segundo trimestre, então só pela seu peso no Ibovespa é normal ter puxado o mercado como um todo”, destaca Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Na mínima, o Ibovespa bateu nos 100.209,45 pontos, com absolutamente nenhuma ação no campo positivo, e ameaçou ceder o importante suporte de 100 mil pontos – nível que, uma vez rompido, tenderia a acentuar as perdas da sessão, com o disparo de ordens de stop loss.

Depois, porém, o principal índice da B3 limitou as perdas em direção ao fechamento, em baixa de 1,57%, a 101.215,67 pontos. Ainda assim, fechou no menor nível desde 16 de julho (100.553,27).

O giro financeiro, a R$ 40,1 bilhões, foi reforçado pelo início da operação de venda de ações da Vale detidas pelo BNDES. A redução da participação do banco de fomento na mineradora, de 6,12%, foi iniciada nesta terça-feira com a venda de mais de 135,6 mil ações em circulação, o que representa 2,56% do capital social total da Vale.

No final da sessão, algumas ações conseguiram se destacar positivamente, ainda que de forma singela: Vale (+0,73%), MRV (+0,65%) e Hypera (+0,58%). Confira o que influenciou o desempenho desses três papéis.

Vale (VALE3): +0,73%

As ações ordinárias da Vale encerraram a sessão em alta de 0,73%, a maior do Ibovespa, após o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, confirmar que a instituição vendeu R$ 8,1 bilhões em ações da mineradora, em operação realizada nesta manhã.

Em entrevista ao Broadcast, Daniel Sasson, analista do setor de mineração, siderurgia e celulose no Itaú BBA, afirma que, mesmo com a transação vultosa, a ação está em um bom momento de resultados e isso favorece o desempenho dos papéis.

Publicidade

Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, diz que a operação já era esperada pelo mercado apesar da surpresa de ter acontecido sem aviso prévio hoje. “Era um movimento um tanto quanto esperado, o BNDES já havia sinalizado o desembarque na participação acionária de empresas como Vale, Petrobras, Suzano e outras para fomentar outros setores”, comenta.

MRV (MRVE3): +0,65%

Entre as construtoras, MRV Engenharia teve o segundo maior ganho do dia (0,65%), enquanto Cyrela perdeu 3,21%. Carvalho, da Toro, pondera que um possível corte na taxa Selic, que será definido amanhã na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), pode favorecer a MRV, que atua no “resiliente” segmento do Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

“Se o cenário econômico se sustentar, com baixas taxas de juros e o segmento MCMV continuar com a mesma força, a prévia operacional recorde que a empresa teve no segundo trimestre vai continuar dando frutos”, diz.

Hypera (HYPE3): +0,58%

Hypera ON teve o terceiro melhor desempenho do pregão. Não houve um fato relevante envolvendo a empresa na sessão.

Vale assinalar, contudo, que as ações da farmacêutica foram beneficiadas pelo balanço do segundo trimestre, que mostrou alta de 16,6% no lucro na comparação anual, para R$ 396,41 milhões, apesar de a venda de medicamentos ao consumidor final ter sido prejudicada por medidas de restrição à circulação em vigor no País ao longo do período.

Os resultados foram impulsionados pelo controle de gastos e despesas, o que ajudou a melhorar as margens, ponto destacado pelo BB Investimentos. Já o Citi, que também considerou os números positivos, escreveu que a ação da Hypera está barata, e que há pouco espaço para que caia mais.

*Com Estadão Conteúdo

Publicidade

Nossos editores indicam este conteúdo para você investir cada vez melhor:
Acordo da Oi (OIBR4) pode demorar um ano. O que o investidor precisa saber?

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos