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O que esperar da Bolsa para o segundo semestre?

Perspectiva é positiva, embora trajetória apresente desafios

O que esperar da Bolsa para o segundo semestre?
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
  • Apesar da volatilidade continuar alta, especialistas apontam um segundo semestre mais positivo para a bolsa
  • Segmentos ligados ao minério de ferro e petróleo podem ser as grandes apostas para os próximos meses
  • Segundo especialistas, IBOV não deve ter dificuldades para romper a barreira dos 90 mil pontos

Desde o fundo de poço em março, a bolsa vem em uma trajetória de recuperação robusta. Em junho, a valorização acumulada foi de 8,76%, aos 95.055 pontos, no melhor junho em 20 anos. Na visão dos especialistas, o segundo semestre ainda pode ter bastante volatilidade devido às eleições americanas e as relações conturbadas entre Washington e Pequim, mas o viés deve continuar positivo.

“Nós acreditamos que o Ibovespa não terá grandes problemas para chegar à barreira dos 100 mil pontos e esperamos uma volta aos níveis pré-crise em 2021”, explica Ilan Arbetman, analista de equity research da Ativa Investimentos. “O mercado, hoje, está mais preocupado com a recuperação, já que a queda está muito bem precificada.”

No primeiro semestre os setores apontados pelos especialistas como mais resilientes à crise foram e-commerce e commodities, como minério de ferro. Na outra ponta, os segmentos mais penalizados foram os relacionados ao turismo. Os papéis da CVC (CVCB3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3), por exemplo, ainda estão caindo 58%, 65% e 59% no ano, respectivamente.

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“Para aquecer a economia, muitos países investem em infraestrutura”, apontou Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos. “E quando a gente fala de infraestrutura, a gente fala de minério de ferro. Portanto as empresas ligadas à siderurgia devem continuar a valorizar bem também no próximo semestre.”

Petróleo, bancos e shoppings podem ser próximas oportunidades

Após a diminuição das tensões entre Arábia Saudita e Rússia e o choque de demanda que fez o petróleo atingir cotação negativa, o óleo também é visto como oportunidade para os próximos meses. “Nós acreditamos que houve um desconto muito grande nas ações de Petrobras e PetroRio, por isso são nossas indicações de compra”, diz Carvalho.

Essa também é a opinião de Arbetman. “A gente já vê o Brent estável, em cerca de US$40, e essas )empresas poderão continuar crescendo”, afirma. “Especificamente sobre Petrobrás, o planejamento de crise foi bom, com a empresa se antecipando a eventuais riscos e buscando se conectar mais ao ritmo internacional.”

O especialista da Ativa também destaca o setor de bancos para o próximo semestre.  “Um segmento bastante descontado, o Itaú por exemplo se preparou bem, tem um índice de cobertura bacana e tem espaço para evoluir mais”, afirma. “A nível de preço a gente vê que Pão de Açúcar tem espaço para evoluir, eles não tiveram muitas questões com fluxo de caixa e etc.”

Outro segmento que pode ser uma boa aposta para o investidor, seriam os de shoppings. “As empresas ainda estão sofrendo e vão continuar debilitadas no curto prazo, mas os papéis estão muito descontadas e são ações interessantes no longo prazo”, disse o analista da Toro. “Desse segmento, nossa indicação de compra é Iguatemi.”

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