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80% do Ibovespa está em queda; hora de ir às compras?

Ibovespa caminha para seu pior mês desde agosto de 2023; mas analistas mantém otimismo com as ações brasileiras

80% do Ibovespa está em queda; hora de ir às compras?
Painel da Bolsa de Valores. (Imagem: Adobe Stock)
  • Até o fechamento desta quinta-feira (25), o Ibovespa acumulava uma queda mensal de 4,48%
  • Das 87 ações que compõem a carteira teórica do índice, apenas 17 estão conseguindo arrancar uma alta; cerca de 19,5% do total
  • Mas analistas mantém visão positiva e baixas podem ser janela de oportunidade para investidores

O ano de 2024 começou com um mercado otimista com os investimentos em Bolsa. Depois de um rali nos últimos dois meses de 2023, que levou o Ibovespa a um ganho anual de 22% em seu maior patamar da história, bancos e corretoras iniciaram o novo ciclo com projeções de que o índice poderia ir ainda mais além. Mas isso não está se concretizando; ao menos, ainda.

Até o fechamento desta quinta-feira (25), o Ibovespa acumulava uma queda mensal de 4,48% – se janeiro acabasse agora, este seria o pior desempenho da Bolsa desde agosto de 2023, um mês que foi marcado por uma onda de aversão a risco nos mercados. Das 87 ações que compõem a carteira teórica do índice, apenas 17 estão conseguindo arrancar uma alta; cerca de 19,5% do total.

Mas, como contamos nesta reportagem, analistas de mercado não parecem muito preocupados. A queda de janeiro tem a ver especialmente com dois fatores, um externo e um interno: os juros nos Estados Unidos e o fiscal no Brasil, os mesmos pontos que ditaram o ritmo da Bolsa em 2023.

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“Há uma expectativa de que os juros nos Estados Unidos não sejam reduzidos ou cortados no curto prazo. Agora, investidores estão colocando no preço que a taxa de juros americana vai começar a cair no segundo semestre, o que gera uma realocação nos investimentos no mundo todo, com saída de emergentes e o dinheiro migrando para a renda fixa americana novamente”, explica Max Bohm, estrategista de ações da Nomos.

Por aqui, a volta das discussões fiscais também está fazendo preço. O recém anunciado plano de política industrial de R$ 300 bilhões desagradou o mercado, que, enquanto o Congresso ainda não retorna do recesso, passou a olhar com ainda mais ceticismo a possibilidade de o governo entregar déficit zero em 2024.

“As bolsas globais iniciaram o ano mais forte, o que me leva a crer que esse movimento de queda aqui no Brasil está mais associado a fatores internos e o principal deles, na minha opinião, é a percepção de risco fiscal”, diz Ricardo França, analista da Ágora Investimentos.

A combinação desses dois fatores, no entanto, não mudou a expectativa positiva dos analistas para o resto do ano. Com o ciclo de queda de juros no País em andamento e a perspectiva de início da redução na taxa nos EUA, 2024 ainda deve ser pautado pelo otimismo.

Isso significa que as quedas de janeiro podem ter aberto oportunidades de investimento para comprar boas ações a preços mais baixos. Indicamos nesta outra reportagem 4 papéis que os analistas veem como “baratos” depois da desvalorização do mês. 

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