- Banco concluiu em setembro a aquisição do FIS Privatbank, de Luxemburgo
- O BTG também adquiriu, por meio de um fundo, o Tavira Gran-Plaza, no Algarve (Portugal)
- Em 2022, adquiriu um hotel em Cascais, vila costeira distante 30 quilômetros de Lisboa
O BTG Pactual (BPAC11) é o maior banco de investimentos da América Latina e, agora, se esforça para expandir suas operações para outras importantes regiões globais como os Estados Unidos. A organização já atua no território da maior economia do mundo, mas estuda a compra de uma instituição financeira para consolidar presença no mercado norte-americano.
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Na Europa, o banco concluiu em setembro a aquisição do FIS Privatbank, de Luxemburgo, pelo preço de 21,3 milhões de euros. Por lá, o BTG Pactual possui corretoras em Portugal e no Reino Unido e aguarda licença para operar na Espanha.
O BTG também chamou a atenção do mercado, recentemente, ao adquirir via fundo o Tavira Gran-Plaza, no Algarve (Portugal), em parceria com o investidor Renato Rique, presidente do Conselho de Administração da Allos (ALSO3), anteriormente denominada Aliansce Sonae, um dos principais players do setor de shoppings do Brasil.
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Já em abril de 2022 o banco comunicou a compra de um hotel em Cascais, vila costeira distante 30 quilômetros de Lisboa. Esse movimento se deu por meio da área de Real State do BTG, que tem R$ 15 bilhões sob gestão. Quem conduziu a operação foi o sócio Ricardo Borgerth, responsável pela área de wealth management (gestão de patrimônio).
De acordo com analistas consultados pelo E-Investidor, é justamente esse segmento que o banco pretende fortalecer com estes movimentos corporativos. “O BTG quer acelerar sua oferta de produtos e serviços na Europa e nos EUA, visando montar uma estrutura que atenda ao brasileiro que pretende internacionalizar seu patrimônio”, afirma Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord.
Mas o que tais movimentos significam para a ação do BTG Pactual?
Segundo Barbosa, por mais vultosas que sejam estas aquisições, elas são pequenas para o real tamanho do BTG. “Elas nem dão uma grande diferença no resultado do banco”, diz, acrescentando que o “grosso” dos ganhos vem da captação realizada no próprio Brasil, principalmente entre os clientes Private que vão utilizar esses serviços lá fora.
A Nord tem recomendação de compra para BPAC11 e considera que o banco está entre os melhores do Brasil, conforme Barbosa, que também é o analista de ações da casa de research. “O BTG reporta resultados recorrentes, tem resiliência e rentabilidade considerável”, destaca.
Os bons números do banco, afirma, ocorrem mesmo frente a um mercado brasileiro bastante ruim, pois o País teve um “péssimo” ciclo de crédito em anos recentes – falta de ofertas iniciais (IPOs), bem como a escassez de emissão de dívida, que é quando o governo emite títulos para se capitalizar.
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Destrinchando os investimentos
O analista de ações Milton Rabelo, da VG Research, afirma que sua empresa tem recomendação de compra para BPAC11, com preço-alvo em R$ 40, e a tese leva em consideração o ciclo de afrouxamento monetário em curso.
“O BTG está entre as instituições que serão mais beneficiadas [com o ciclo de corte dos juros], com um forte potencial de aumento de receitas. Vale apontar também que o banco é um player de referência no setor e alia grande crescimento de lucros com um alto nível de rentabilidade sobre o seu capital”, explica.
Rabelo esclarece que os movimentos de expansão do banco para outras regiões do globo são positivos, ainda que esses investimentos não sejam tão expressivos se comparados ao patrimônio líquido e lucros totais do BTG.
Ele lembra que a aquisição do FIS Privatbank custou aproximadamente R$ 116 milhões, enquanto o investimento no shopping Tavira girou em torno R$ 95 milhões, ao passo que o investimento no Hotel Eden, realizado em 2022, foi de mais ou menos R$ 543 milhões.
“A título de comparação, o BTG tem um patrimônio líquido de R$ 46,7 bilhões e lucrou no primeiro semestre de 2023 R$ 4,8 bilhões. Cada investimento tem a sua particularidade, porém os executivos do banco têm prognósticos promissores sobre os investimentos”, diz.
Em se tratando da ação BPAC11 no longo prazo, ele ressalta que apesar de ainda não serem tão expressivas frente ao PL do banco, os investimentos realizados não são desprezíveis e, caso os negócios maturem de forma bem-sucedida, podem impactar positivamente o lucro do BTG e, consequentemente, as suas ações negociadas em bolsa.
Atualização de preço-alvo
O BB Investimentos atualizou o preço-alvo de BPAC11 em agosto, agora em R$ 35,20 para o final de 2024, segundo o analista Rafael Reis. A recomendação é de compra por incorporar novas premissas para o ativo, baseadas nos resultados fortes dos últimos trimestres.
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Reis explica que o banco reduziu o custo de capital próprio refletindo a melhora no ambiente macro, com impacto no valuation (valor do ativo). Com este novo panorama, o potencial de valorização está em 15,8%.
O analista ressalta que o BTG entregou no segundo trimestre de 2023 um resultado que o BB considera positivo, com lucro líquido recorrente de R$ 2,6 bilhões, equivalente a um retorno sobre patrimônio médio (ROAE) trimestral anualizado de 22,7%.
“Em se tratando das perspectivas, o BTG não decepciona em sua posição como nossa Top Pick (primeira escolha) para 2023 no setor bancário. A ação BPAC11 reagiu com a melhoria do ambiente macro, sendo que no ano sua variação já ultrapassa 40%”, ressalta.