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Bolsas da Europa refletem temor com escalada da guerra no Oriente Médio

O clima no bloco, que já era de tom negativo diante de inflação do Reino Unido e dados da China, só piorou

Bolsas da Europa refletem temor com escalada da guerra no Oriente Médio
Foto: Envato Elements

As bolsas da Europa fecharam em queda nesta quarta-feira (18), prejudicadas por aversão ao risco diante de aumento nas tensões no Oriente Médio, após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, indicar que vai pedir ao Congresso americano o envio de um pacote de apoio “sem precedentes” para a segurança de Israel. O clima na Europa, que já era de tom negativo diante da inflação do Reino Unido e dados da China, piorou no fim do pregão, com índices caindo cerca de 1%.

Na bolsa de Londres, o FTSE 100 fechou em queda de 1,14%, aos 7.588,00 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 1,03%, aos 15.094,91 pontos; em Paris, o CAC 40 recuou 0,91%, aos 6.965,99 pontos; em Milão o FTSE MIB teve perdas de 0,82%, aos 28.135,79 pontos; em Madri, o Ibex 35 registrou baixa de 0,93%, aos 9.211,60 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 foi na contramão e teve ganho de 0,05%, aos 6.147,03 pontos. As
cotações são preliminares.

Segundo o analista do City Index Fawad Razaqzada, a queda de hoje “se resume ao apetite pelo risco”, visto que neste momento os mercados não têm interesse em assumir riscos excessivos “dados os tempos incertos e os riscos geopolíticos muito elevados”. Em análise sobre o índice DAX, ele pondera que o viés no médio prazo é negativo para a bolsa de Frankfurt, que deve presenciar uma queda diante de “novos ventos contrários que devem aparecer nos próximos dias”.

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em visita histórica a Tel-Aviv que seu país vai seguir apoiando Israel pelo tempo que se fizer necessário e se comprometeu a lutar por um pacote de apoio de defesa para o território judeu do Oriente Médio, em meio a confrontos com o Hamas. A mensagem forte do presidente americano busca frear o envolvimento de demais países no conflito contra as forças israelenses, mas a
explosão de um hospital em Gaza parece ter deixado investidores mais cautelosos.

Outros fatores de impacto

Hoje, além da questão geopolítica, o Produto Interno Bruto (PIB) da China apontou para persistência da crise no setor imobiliário da segunda maior economia do mundo, o que parece ter alimentado o temor de empresas europeias do setor industrial relacionados à demanda chinesa.

Além disso, a taxa anual do índice de inflação ao consumidor (CPI) do Reino Unido diminuiu as chances de o Banco da Inglaterra (BoE) repetir a pausa na alta de juros ocorrida na última reunião de política monetária, visto que o dado indica inflação acima do esperado por investidores britânicos.

Enquanto isso, a pesquisa da Eurostat sobre inflação na zona do euro indicou desaceleração e levanta possibilidades para uma possível pausa no ciclo de aumentos de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).

As ações da mineradora chilena Antofagasta caíram 2,90% na bolsa de Londres depois de, aparentemente, ter dado indícios de que vai rebaixar suas projeções para o próximo ano, mesmo tendo aumentado sua produção de cobre em 16%. Também em Londres, as ações do Grupo BHP recuaram 1,32%, na esteira do anúncio de queda na produção de minério de ferro da terceira maior produtora global da commodity.