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Ibovespa hoje: índice sofre com cautela fiscal e petróleo, e vira para o negativo

As decisões de juros no Brasil e no exterior esta semana também movimentam o Índice Bovespa hoje

Ibovespa hoje: índice sofre com cautela fiscal e petróleo, e vira para o negativo
Ibovespa, o principal índice da B3. (Foto: Adobe Stock)

O Ibovespa hoje perdeu tração nas últimas horas e inverteu o sinal positivo registrado na abertura dos negócios desta segunda-feira (29). Às 12h56, o índice cede 0,63%, aos 126.687 pontos.

A desvalorização do principal índice da B3 hoje acompanha o aumento do risco fiscal e à espera de decisões de juros no Brasil e no exterior. O recuo destoa da alta da maioria das bolsas americanas.

A variação das commodities também movimenta os ativos no Índice Bovespa hoje. O petróleo recua 1,83% (WTI) e 1,32% (Brent). O minério de ferro, por sua vez, fechou em leve alta de 0,06% esta manhã na China.

O que mexe com o Ibovespa hoje

Decisões de juros

O ganho dos índices em Nova York é moderado, com os investidores à espera de balanços e da decisão de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

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A expectativa para a decisão do Fed é de manutenção dos juros agora, após a inflação benigna em junho consolidar apostas em um início de corte de juros em setembro e em um montante de 75 pontos-base neste ano.

Já as expectativas para a decisão do Banco do Japão (BoJ) nesta semana ganham força na direção da elevação das taxas de juros.

Para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), é unânime a visão de que a taxa Selic permanecerá em 10,50% ao ano. No caso do Banco da Inglaterra (BoE), há dúvidas sobre a redução dos juros.

Cautela fiscal

O temor fiscal foi reforçado nesta segunda-feira após a divulgação do setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras (PETR3; PETR4).

Houve déficit primário de R$ 40,873 bilhões em junho, ante déficit de R$ 63,895 bilhões em maio, informou o Banco Central (BC). Foi o maior déficit para o mês desde 2023 e o dado ainda foi um pouco maior do que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de rombo de R$ 39,4 bilhões.

Por isso, na terça-feira (30), é grande a expectativa pelos detalhes do contingenciado de R$ 15 bilhões anunciado recentemente para o cumprimento das regras fiscais, para saber de onde sairão os recursos.

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“Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçar que está comprometido com o fiscal, dificilmente deixará de conceder benefícios sociais para controlar as contas públicas. Por isso, o mercado acredita cada vez menos no comprometimento fiscal”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Como reforça, Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, a expectativa pelo detalhamento do contingenciamento fica no radar dos investidores, em meio à baixa confiança com a dinâmica das contas públicas. “A política monetária também está no foco da semana por aqui, à espera dos sinais do Copom, que deve reconhecer o quadro inflacionário mais desafiador à frente”, estima o economista em relatório.

“O fiscal continua preocupando”, pontua Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, citando que além do déficit do setor público em junho um possível comprometimento das contas públicas em função da política de salário mínimo do governo, conforme mostra reportagem publicada hoje pelo Estadão/Brodcast, também eleva a falta de confiança dos investidores.

Boletim Focus

Além do novo resultado negativo do setor publico de junho, o boletim Focus trouxe mais uma rodada para cima nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – de 4,05% para 4,10% em 2024 e de 3,90% para 3,96% em 2025.

Já a mediana do relatório do BC para a taxa Selic no fim de 2024 continuou em 10,50% pela sexta semana consecutiva. Considerando apenas as 92 respostas dos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária também se manteve em 10,50%. Confira todas os detalhes nesta matéria.

Destaques na Bolsa

A Petrobras fica no radar dos investidores em razão do seu relatório de produção que será divulgado após o fechamento da B3. A petroleira fez uma oferta não vinculativa para a Galp Energia para comprar uma grande participação em uma descoberta de petróleo offshore (“fora da costa”, o que se refere a uma forma de investir no exterior) na Namíbia – saiba mais como a decisão pode afetar os dividendos da Petrobras aqui. A estatal cai 3,01% (PETR3) e 2,84% (PETR4), cotada a R$ 39,63 e R$ 36,57 respectivamente.

Em relação à Vale (VALE3), a empresa informou que a potencial participação da companhia em qualquer aquisição, desinvestimento, joint venture (cooperação entre empresas que geralmente implica em uma nova organização societária) ou outras oportunidades de negócios, é avaliada à luz das suas prioridades estratégicas. O posicionamento da mineradora vem em resposta aos rumores acerca de uma possível combinação de negócios com a canadense Teck Resources.

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Na ponta positiva da principal referência da Bolsa hoje, estão as ações da 3R Petroleum (RRRP3), com alta de 3,04%, no valor de R$ 26,44. O movimento ocorre após o Santander destacar a petroleira como principal escolha no setor.

Já os ativos do Magazine Luiza (MGLU3) puxam a ponta negativa do Ibovespa hoje, com recuo de 6,31%, cotados a R$ 11,14.

*Com informações do Broadcast