- O atacante da seleção brasileira Neymar, o cantor Justin Bieber, o rapper Snoop Dogg, a estrela do futebol americano Tom Brady. Não são poucos os nomes famosos que se renderam aos NFTs nos últimos meses
- As buscas na internet pelo termo “NFT” estão em tendência de alta nos últimos dois meses, mostram os dados levantados pela Similarweb, empresa de inteligência do mercado global que analisou o comportamento do consumidor brasileiro. Nesse período, foram mais de um milhão de cliques em termos de buscas relacionados ao assunto
- Pensando nisso, o E-Investidor pediu para que especialistas no assunto respondessem às principais dúvidas que os investidores podem ter quando o assunto é NFTs
Imagine uma ilustração de um macaco de boné ou coroa, mascando chiclete ou fumando um cigarro em um fundo colorido e descolado. Para alguns, pode ser apenas uma imagem comum da internet, mas uma arte digital muito parecida a essa descrição pode chegar a valer milhões de dólares no mundo dos criptoativos.
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O atacante da seleção brasileira Neymar Jr., o cantor Justin Bieber, o rapper Snoop Dogg e a estrela do futebol americano, Tom Brady, são alguns dos nomes famosos que se renderam aos NFTs nos últimos meses. Mas o conceito de tokens não-fungíveis, representado pela sigla, pode ainda não estar claro para grande parte dos investidores.
Como reflexo disso, as buscas na internet pelo termo “NFT” estão em tendência de alta nos últimos dois meses, conforme mostram os dados levantados pela Similarweb, empresa de inteligência do mercado global que analisou o comportamento do consumidor brasileiro.
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Nesse período, foram mais de um milhão de cliques em termos de buscas relacionados aos tokens não-fungíveis, sendo 98.81% via tráfego orgânico. As buscas feitas pelo público brasileiro representam 5,91% do volume total no mundo.
Os dados da Similarweb mostram ainda que, depois do próprio termo, a principal busca no Google pelo tema foi a pergunta “o que são NFTs?”. Pensando nisso, pedimos a especialistas no assunto que respondessem às principais dúvidas que os investidores podem ter quando se trata de NFTs. A seguir, confira as 7 principais perguntas e respostas sobre o tema!
1. O que são NFTs?
NTF é a sigla em inglês para tokens não-fungíveis, uma categoria de criptomoedas focada em ativos únicos e exclusivos, conforme afirma Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move. “Por exemplo, existem várias notas de R$ 10, então é algo fungível, replicável. Um token não-fungível é algo único, irreplicável. Assim surgiu a febre de NFTs, dando origem a coleções que valem hoje milhões de dólares”, diz.
Lago explica que por trás dos NFTs existe um viés muito especulativo, cujo valor está baseado em um tipo de acesso e exclusividade a comunidades criadas pelos detentores dos tokens, o que garante o valor elevado de alguns dos ativos. “Ganhou até um status de ostentação. Consequentemente, criações que não têm comunidades fortes não têm valor. Mas também existem outras utilidades que podem surgir disso, como na área da música, da fotografia”.
2. Como se cria um NFT?
Fausto Vanin, co-fundador da OnePercent explica que os NFTs são a representação de um ativo real no universo do blockchain. O processo de criação de um token não-fungível, portanto, começa com a transmissão dos dados do ativo para a rede blockchain.
“Um passo importante é descrever para o mundo digital como esse ativo é acessado, percebido no mundo tradicional – ou seja, você levanta dados descritivos desse item, que são os metadados. Esses dados vão ser enviados em conjunto para a pessoa que for acessar o item. No caso de um imóvel, por exemplo, pode ser uma foto da fachada, a metragem, a data da construção. Se for uma arte digital, vai ter esses metadados da obra”, explica Vanin.
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A blockchain serve como uma memória técnica de todas as operações que envolvem determinado NFT e o processo de descrever os dados do ativo na rede funciona como uma certidão de originalidade do item. Para esse processo de criação do NFT na rede técnica de blockchain, dá-se o nome de mintagem, por conta do termo “mint”, em inglês.
3. Qual a diferença entre NFTs e criptomoedas?
A principal diferença entre NFT e criptomoeda é que as criptomoedas são consideradas ativos fungíveis. Dessa forma, podem ser substituídos por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade, além de poderem ainda serem fracionadas, o que não ocorre com os NFTs.
Embora também façam parte da blockchain, os tokens não-fungíveis possuem uma finalidade diferente dos outros criptoativos. “O NFT é capaz de transformar qualquer foto, vídeo, áudio, pinturas ou outro item em um token único e que pode se valorizar com o passar do tempo”, explica Fabricio Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin e colunista do E-Investidor.
Se o investidor realizar uma transação em Bitcoin, por exemplo, ele pode receber de volta uma unidade da criptomoeda e continuar tendo o mesmo valor. Já o NFT de uma obra de arte não pode ser trocado por outra obra igual, pois só existe o quadro original.
4. NTFs podem ser usados como um investimento?
Sim. O NFT pode se valorizar e ser vendido por um preço maior, gerando receita ao dono do ativo. Mas, para Felipe Veloso, economista e fundador da Cripto Mestre, quem quiser comprar NFTs pensando em retorno financeiro deve ficar atento ao valor que o token traz ao portador.
“As coleções de NFT são limitadas, mas existem milhares delas, então só comprar um NFT não garante retorno. No entanto, a revolução dos NFTs e seu valor está no possível uso delas como ingresso para eventos, grupos, ou até utilização dentro de jogos e metaversos. O legal disso tudo é você comprar a participação em um clube e poder vender com um lucro depois de utilizar o token para expandir o seu network. O valor está no grupo, não no NFT em si”, afirma.
5. Quais os riscos?
Por serem ativos negociados digitalmente, o investidor precisa tomar cuidado com a segurança digital das transações e das plataformas. Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest, alerta para os sites falsos, chamados de phishings, e para o Catfish, nome dado aos golpes aplicados na internet por meio de perfis que fingem ser outra pessoa.
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“Muitos influenciadores já são bastante conhecidos e acontece de alguém criar um perfil falso dessa pessoa para recomendar ou fazer um marketing em cima de algum NFT que, na realidade, não tem o endosso daquela celebridade. Então é importante saber identificar”, diz.
Farto reforça a importância de acompanhar as movimentações do token antes de efetivar a compra para garantir que o preço não esteja manipulado ou que o ativo não seja falsificado. “Uma maneira de evitar isso é olhar o registro da carteira do projeto em que você está interessado para dar ver a transparência desse blockchain, no volume de transações dela”.
6. Por que tantos famosos estão interessados em NFTs?
Para Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance, a atenção recebida pelos NFTs é natural, já que se trata de um mercado novo e que começou a despontar dando lucros exorbitantes em algumas das coleções. A entrada de famosos no mercado ajuda a dar ainda mais relevância.
“É muito além de ser somente uma oportunidade de ganhar dinheiro, é fazer parte de uma comunidade onde artistas renomados, pessoas famosas estão envolvidos. Te coloca no mesmo patamar que uma estrela mundial como o Justin Bieber, em um seleto grupo onde poucos artistas de caráter internacional podem fazer parte. É isso que os NFTs vem entregar: comunidades digitais através de ativos que são únicos, não fundíveis”, explica.
7. Quais as perspectivas de crescimento do mercado de NFT?
Até quem não gosta das artes digitais precisa reconhecer o tamanho da onda em torno dos NTFs. Mas será que o mercado tem um real potencial de crescimento? Para Rocelo Lopes, especialista em blockchain e CEO da Smartpay, sim – e muito.
“Quando olhamos para NFT, temos que ver o lado da paixão e o lado financeiro. No da paixão, é quanto estou disposto a pagar por aquilo, quanto acho que aquele NFT vale. Já o financeiro é o que a tecnologia de blockchain vai trazer para o mercado. É um mercado bilionário nos próximos anos”, afirma Lopes.
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O especialista destaca que a tecnologia blockchain utilizada para transacionar os tokens pode destravar burocracias em outros mercados, como o setor imobiliário e de comércio, por exemplo. Mas a mudança e a expansão esbarram ainda na necessidade de regulamentação.