- O principal motivo para as desistências seria investigações conduzidas pela Petrobras sobre supostos conflitos de interesse na atuação dos executivos
- "Apesar dos motivos alegados serem outros, o mercado está de olho se existe alguma pressão do governo para que o novo comando seja conivente com algum tipo de mudança na política de preços da companhia”, afirma Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed
A Petrobras, gigante brasileira do petróleo, segue mais um dia com sua governança indefinida. Na manhã desta segunda-feira (4), Adriano José Pires e Luiz Rodolfo Landim, indicados respectivamente à CEO e presidente do conselho de administração da estatal, desistiram de assumir os cargos.
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O principal motivo para as desistências seria as investigações conduzidas pela própria Petrobras sobre supostos conflitos de interesse na atuação dos executivos. De acordo com o jornal O Globo, Pires foi contratado como consultor pelo empresário Carlos Suarez, dono de distribuidoras de gás e da associação das distribuidoras de gás (Abegás). Landim também teria enfrentado resistências a seu nome na estatal, por ligações com empresários e empresas do setor de óleo e gás.
Com as recusas, ainda não se sabe quem ficará no lugar do general Joaquim Silva e Luna, demitido no dia 28 de março em meio a alta dos preços dos combustíveis. Para Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, a situação acende um sinal amarelo nos investidores.
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“Acredito que o mercado possa estar vendo algo de estranho lá dentro para essas recusas. Apesar dos motivos alegados serem outros, o mercado está de olho se existe alguma pressão do governo para que o novo comando seja conivente com algum tipo de mudança na política de preços da companhia”, afirma Oliveira.
Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos, vê dias de bastante volatilidade à frente, até que haja definição sobre a governança da empresa. “Víamos a indicação de Landim como positiva para a companhia, já que era um nome técnico, com conhecimento grande do setor e interlocução boa com o executivo. Agora ficamos de olho em quem serão os próximos indicados, porque se trata de um órgão importantíssimo (conselho). Aqui também gostávamos bastante do nome do Adriano Pires, que é uma ‘entidade’ quando se fala no setor de óleo e gás”.
Essa também é a visão da Genial Investimentos. “Tais eventos devem trazer volatilidade ao papel na semana. Como já explicamos, os posicionamentos públicos do sr. Pires em relação (e principalmente) à paridade de preços do petróleo são quesitos importantes para a empresa e o cargo a ser assumido”, afirma em comunicado divulgado à imprensa.
Até às 13h03, os papéis PETR4 estavam em queda de 1,64%, aos R$ 32,62.
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