- Nesta segunda-feira (8), a economista e filha do megainvestidor Luiz Barsi dá o start nas primeiras aulas do MBA Value Investing
- O objetivo do curso é preparar as pessoas para investir de maneira profissional com os mellhores acadêmicos e investidores bilionários
- "O value investing já é uma estratégia consolidada, com mais de 50 anos. Está na hora de o mercado tradicional mostrar que a estratégia não saiu de moda e está tão atemporal quanto era há décadas", diz Louise Barsi, em entrevista exclusiva ao E-Investidor
Quem ouve o sobrenome “Barsi” logo pensa no maior investidor pessoa física da bolsa brasileira. Mas Louise Barsi, aos 27 anos, já construiu uma carreira sólida no mercado financeiro. Analista CNPI formada em economia e contabilidade, a sócia-fundadora da empresa de educação digital Ações Garantem o Futuro (AGF) já tem mais de 350 mil seguidores nas redes sociais. Além da trajetória de empreendedorismo, a filha mais jovem de Luiz Barsi também é integrante de conselhos de diversas empresas listadas na B3, como IRB, Santander, Eternit, Klabin e Unipar.
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Sucessora do ‘jeito Barsi de investir’, Louise já poderia se aposentar e viver de rendimentos, mas isso está longe dos seus planos. Sua missão agora é transmitir a metodologia de sucesso responsável pela fortuna bilionária do pai.
Os primeiros passos já foram dados. Nos últimos cinco anos, ela lançou o projeto AGF e o curso Jeito Barsi de Investir. Nesta semana, em parceria com o Grupo Primo, ela dá mais um passo para completar esse ecossistema: o MBA Barsi, voltado para value investing.
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Nesta reportagem, a jovem empresária explica todos os detalhes do curso que promete mexer com o mercado. O objetivo do programa, com certificação do MEC, é ensinar a filosofia de value investing – compra de boas ações negociadas abaixo do seu valor que tendem a valorizar no longo prazo – para quem tem interesse em viver de renda ou trabalhar como analista de investimentos em gestoras, casas de research, corretoras ou bancos.
“Com a influência dos juros caindo nos últimos três anos, o investidor de valor saiu de foco. Agora que a Selic voltou a subir, a “moda voltou”. Queremos mostrar que é importante escolher uma linha e seguir essa estratégia com foco no longo prazo”, diz Louise em entrevista exclusiva ao E-Investidor. “Está na hora de o mercado tradicional mostrar que a estratégia não saiu de moda e está tão atemporal quanto era há décadas.”
Veja os principais trechos da entrevista sobre o novo ‘MBA Barsi’:
E-Investidor – A educação financeira está comprometida em função do excesso de informação na internet e nas rede sociais?
Barsi – Acho que a busca por mais informação relacionada a educação financeira e finanças pessoais está cada vez maior. A inflação impulsionou isso. As pessoas entenderam que precisam buscar novas fontes de renda para conseguir ir ao supermercado, se divertir com a família, fazer planos e ainda investir. O brasileiro está rebolando e muito para conseguir conciliar tudo.
O que torna mais difícil o nosso trabalho é o aumento na taxa básica de juros. Com a Selic alta, há um interesse maior pela renda fixa. As pessoas se perguntam por que correr risco em um cenário de volatilidade se podem ir por um caminho mais “seguro”. Mas quem compreender que é nesses momentos de juros altos que abrem-se novas oportunidades na bolsa. É um momento de ver ações que estão descontadas hoje, mas no futuro não estarão. Mas é necessário ter estômago e paciência.
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E-Investidor – E o que é o MBA Barsi?
Barsi – É um guia definitivo que deseja investir de maneira profissional, ter a confiança de ser o seu próprio gestor. Este também é um curso para quem está em transição de carreira, que não trabalha com finanças, mas quer se inserir no mercado financeiro. O MBA vai abrir essas portas.
E-Investidor – Quem fizer o curso estará apto a operar com tranquilidade no mercado de capitais?
Barsi – A ideia é que o aluno consiga tirar uma certificação CNPI, CFP ou CGA, por exemplo. Ele vai sair preparado para o mercado de trabalho.
E-Investidor – Quem pode se inscrever?
Barsi – Todos. Temos módulos de nivelamento para iniciantes, fase intermediária até a transição para investir de forma profissional.
E-Investidor – Como será a divisão dos módulos?
Barsi – Os primeiros meses serão de nivelamento, com aulas de matemática financeira, estatística e introdução ao mercado financeiro. O segundo bloco é mais intermediário, focado em contabilidade e valuation. E o terceiro momento voltado para análise mais avançada, tributação, análise de fundos, derivativos e conhecimentos que o investidor vai se deparar ao longo da sua trajetória.
E-Investidor – E qual é o diferencial de vocês?
Barsi – Nós temos muita influência no mercado. Temos acessos que o investidor comum não consegue chegar hoje, até por uma questão de recurso e deslocamento. Em função disso, vamos gravar algumas aulas diretamente nas empresas. Vamos desbravar as perguntas que precisam ser feitas e o que o investidor precisa olhar.
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E-Investidor – Qual é o ponto que vocês querem provar?
Barsi – Queremos mostrar que o que é muito provável de acontecer é investir no longo prazo para que no futuro você tenha um patrimônio que gere renda suficiente para viver. Hoje as pessoas sobrevivem com o que o INSS dá. Em outros países isso é normal já, buscar alternativas privadas para complementar essa conta. O que é pouco divulgado é que é possível fazer isso diretamente na bolsa. O mercado está muito mais acessível do que há cinco anos, por exemplo.
E-Investidor – Qual efeito vocês esperam que o MBA gere ao mercado?
Barsi – Mostrar que existe espaço no mercado financeiro para aplicar a filosofia do value investing. Nos últimos três anos, com a influência dos juros caindo, as fintechs e empresas de crescimento caíram no gosto popular e o investidor de valor saiu de foco. Agora que a Selic voltou a subir, a “moda voltou”. O investidor não tem que entrar ou sair da moda. Queremos mostrar que é importante escolher uma linha de pensamento e seguir essa estratégia com foco no longo prazo.
Essa já é uma estratégia consolidada, com mais de 50 anos. Está na hora de o mercado tradicional mostrar que a estratégia não saiu de moda e está tão atemporal quanto era há décadas.
E-Investidor – E por que o value investing ainda faz sentido?
Barsi – Por que o mercado é cíclico. A cada dez anos acontece algum fato e achamos que vamos voltar para a era medieval. Desde que a humanidade existe, as pessoas se adaptam e evoluem. Isso aconteceu agora com a pandemia, um período extremamente desafiador, mas a contrapartida também veio: nunca fomos tão digitalizados. E na bolsa de valores também sempre foi assim. Nunca há certeza de que uma empresa não vá quebrar, mas buscamos características que mostrem que este cenário aconteça. A ideia é escolher empresas que estarão na sua carteira pelos próximos dez anos e entregando bons dividendos. A estratégia do ‘buy and hold’ não é só comprar e esquecer. É necessário acompanhar e cobrar resultados.