Conheça o fundo que rendeu mais de 300% do CDI no auge da crise

Antiga 'Orbe Investimentos', gestora tem tido bons resultados em seus três principais produtos
Em março, com alta volatilidade, o fundo Tropico Vex Fim chegou a bater 306% do CDI
O principal fundo de ações da casa, até o dia 16 de junho, já havia devolvido quase todo o prejuízo do 'Corona Crash' em março

No meio de turbulência que engoliu o primeiro trimestre do ano e a volatilidade que se seguiu no mercado, a Trópico Latin America Investments conseguiu bons resultados com seus três principais produtos nacionais: os fundos Trópico Vex Fim e Trópico SF2 Cash FIM, multimercados, e o Trópico Value FIA, de ações. Estaria surgindo uma nova queridinha no mercado?

A antiga ‘Orbe Investimentos’

A gestora foi fundada em 2002, ainda sob o nome de Orbe Investimentos, com o foco em investimentos de longo prazo. Depois de oito anos, os sócios responsáveis decidiram ampliar a atuação em mercados da América Latina, quando surgiu então o nome ‘Trópico Latin America Investments’.

“Somos bem criteriosos, hoje a gente olha apenas para o Peru, Chile e Colômbia”, explica Fernando Camargo Luiz, gestor da Trópico. “Esses países nos dão uma certa previsibilidade nas questões institucionais e de regulação, além de terem empresas muito boas”, disse.

Atualmente, a Trópico possui um único fundo que investe nesses ativos do exterior. O Selligson Tropico LATAM, sediado na Finlândia, está disponível apenas para investidores estrangeiros. Entretanto, para os brasileiros as opções de fundos não perdem em nada para a aplicação finlandesa.

Vex Fim e SF2 Cash Fim: Sempre acima do CDI

O Vex Fim e o SF2 Cash Fim são fundos multimercados que mesclam investimentos em ações e títulos públicos. Apesar de possuírem finalidades diferentes, as duas aplicações se mostraram resilientes na crise, conforme levantado pela plataforma de investimentos Economatica.

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“O Vex Fim é um fundo de arbitragem em que a execução dele é toda sistemática e a decisão quem toma é a gente”, afirma Fernando Camargo Luiz, gestor da Trópico. “Ele tenta pegar correlações de preço entre dois ou três ativos diferentes ao longo do tempo e performa melhor quando o mercado tem muita liquidez e volatilidade.”

De fato a aplicação, aberta para cotistas em maio de 2019, nunca teve um único mês negativo e vem entregando bons resultados, mesmo na crise. Em março desse ano, no auge da volatilidade provocada pelo coronavírus na bolsa de valores, o fundo bateu 306% do CDI. “O risco é muito baixo, porque o fundo fica comprado de um dia pro outro em LFT, título público federal”, explicou Luiz.

O segundo produto voltado para renda fixa da casa, o SF2 Cash Fim, é um fundo criado ainda em 2014 para alocar caixa de empresas e reserva de emergência de pessoa física e, por isso, uma das principais características do investimentos é não ter ativos de crédito privado corporativo – apenas bancário. “Ele foi feito para dar de 110% a 115% do CDI, com uma volatilidade de 0,10 por ano”, disse o gestor.

Com pelo menos 61 (dos 69 meses no total) acima do CDI e rendimento ao redor de meta, o fundo de investimentos SF2 se destacou em períodos de crise no crédito privado, como em março deste ano. “É um dos fundos mais consistentes do mercado em termos de retorno”, disse. Atualmente, a aplicação mínima de ambos os fundos é de R$1 mil.

Fundo de ações teve queda, mas já se recuperou da crise

Atualmente o Trópico Value FIA, fundado em 2003, está em 12º lugar entre os fundos de ações que melhor se recuperaram do choque provocado pela covid-19 na bolsa de valores em março. Depois do valor de cota ter chegado ao mínimo de R$712 em 23 de março, a aplicação subiu 64% até 6 de junho, para R$1173.

Para Camargo, o bom desempenho do fundo de ações é resultado de utilizar uma boa estratégia não só durante a crise, mas antes. “No final do ano passado, nós percebemos que tinham algumas empresas muito mais caras do que achávamos razoável”, disse. “Então, decidimos ir vendendo alguns negócios e fazendo bastante caixa.”

A decisão foi acertada, já que, segundo ele, a estratégia para impulsionar o fundo após o tombo de março foi viabilizada pelo dinheiro em caixa. “Quando aconteceu a desvalorização total dos ativos em março, foi o momento em que começamos a aumentar nossas posições em ações de empresas capitalizadas e resilientes, que estavam baratas”, afirmou Mello.

Algumas das ações adquiridas em março pela gestora, por preços mais baixos, foram Vale, que estava cotada em R$42, Banco do Brasil, por R$22, e JSL Logística, que na época de compra estava a R$17. Nesta sexta-feira, os papéis das mesmas empresas estavam cotadas em R$55.17, R$33.94 e R$23.10, respectivamente.

“E essas empresas ainda estão descontadas, então tem muito mais para crescer nos próximos meses”, conclui Camargo. O fundo de ações da Trópico tem resultados superiores ao Ibovespa desde 2006 e aplicação mínima de R$1 mil.