- Apesar do desempenho negativo do Ibovespa no ano, quatro ações têm valorização superior a 50% no período
- Três empresas de varejo on-line se destacam entre os melhores papéis até aqui em 2020
- WEG completa o ranking puxada pela estabilidade do seu modelo de negócio
O Ibovespa vive uma montanha-russa em 2020. O índice, que se aproximava da marca dos 120 mil pontos no início do ano, caiu para a casa dos 63 mil com a pandemia, se recuperou e agora já rompeu a barreira dos 100 mil pontos de novo. Nesta quinta-feira (16), o Ibovespa fechou aos 100.553,27 mil pontos, com baixa de 1,22% no dia. No acumulado do ano, a queda é de 13,05%.
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O desempenho já é bem melhor no momento, dado que a queda em março era de mais de 45%. Porém, apesar da crise, quatro papéis se destacam com valorização superior a 50% em 2020. Em ordem alfabética, são eles: B2W (BTOW3), Magazine Luiza (MGLU3), Via Varejo (VVAR3) e WEG (WEGE3).
Para entender melhor o movimento tão destoante da média das ações da Bolsa, o E-Investidor conversou com especialistas do mercado. Se por um lado a boa performance das empresa de varejo são explicadas pelo boom do e-commerce no período de quarentena, na outra ponta a WEG se apresenta como a empresa mais resiliente à crise nos demais setores, sendo uma das mais confiáveis na Bolsa para os investidores.
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Abaixo confira a tabela e as análises dos especialistas consultados:
As ações com valorização superior a 50% no ano
Empresa | Variação |
B2W (BTOW3) | 75,96% |
Via Varejo (VVAR3) | 70,10% |
Magazine Luiza (MGLU3) | 68,09% |
WEG (WEGE3) | 57,39% |
Fonte: Estadão/Broadcast
E-commerce
Com três ações do setor entre as maiores valorizações do ano, o setor de e-commerce é o grande destaque da Bolsa no ano. Segundo os especialistas, há diferentes fatores para cada empresa estar entre as maiores rentabilidades do ano, mas é inegável que o varejo on-line foi beneficiado como um todo até aqui.
Victor Hasegawa, gestor de ações da Infinity Asset, destaca que as restrições de isolamento social impulsionou a migração para o e-commerce. Assim, o volume de vendas na modalidade, que já tinha uma tendência de alta nos próximos anos, foi adiantada para os meses da crise. “As três empresas se beneficiaram do crescimento robusto do segmento no período”.
Além deste fator, Ricardo França, analista de investimentos da Ágora Investimentos, pontua que o grande apetite dos consumidores no varejo digital deve continuar mesmo após o fim das restrições. Com isso, a perspectiva para essas empresas continua boa e por isso suas ações subiram tanto. “O processo de migração ainda não acabou e vai trazer mais boas consequências no longo prazo”, afirma França.
Com a maior valorização no ano, as ações da B2W (BTOW3) subiram 75,96% e foram impulsionadas pela aposta no modelo de integração de seus pontos de venda físicos e on-line. Hasegawa explica que a empresa entregou tudo o que prometeu ao mercado e foi beneficiada por isso. “Ela mostrou que sua estratégia estava correta”.
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Já em relação a Via Varejo (VVAR3), que tem variação de 70,10%, Hasegawa comenta que o papel sofreu muito no começo da crise devido ao atraso da digitalização. Porém, como o processo já estava em andamento, quando o Ibovespa voltou a subir, a ação foi a que aproveitou melhor a alta. “Conseguiu converter o momento ruim e, além de zerar as perdas, passou a ser uma das maiores valorizações do ano”.
Vale lembrar que a VVAR3 foi a ação com o maior turnover do primeiro semestre e, desde o pior momento do Ibovespa até hoje, o papel já se valorizou mais de 300%.
Em relação aos papéis da Magazine Luiza (MGLU3), que tem alta de 68,09%, o gestor da Infinity Asset diz que o bom desempenho se deu, principalmente, pela continuidade do processo de digitalização que a empresa já promovia. “Além do número de compradores que aumentou por conta da pandemia, também cresceu o número de lojas que vendem no seu marketplace”.
WEG
Com alta de 57,39% no ano, os especialistas creditam o bom desempenho da WEG aos seus bons fundamentos, que tornam o modelo de negócio estável. “É um papel muito procurado em períodos de incertezas e instabilidade do mercado como foi o primeiro semestre”, afirma França, da Ágora.
Segundo ele, isso acontece porque grande parte de sua receita está atrelada a ciclos de longo prazo. Com isso, ela não corre o risco de ter seus acordos cancelados como os de curto prazo. “Ela sofre menos com queda de demanda repentina causada pela crise”, diz França.
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Além disso, Hasegawa, da Infinity Asset, também lembra que a companhia tem grande parte da sua receita baseada nas exportações. “O dólar subindo mais de 30% no ano e impulsionou seus lucros”, diz o gestor.
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