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Ações da Ambev caem após rumor de rombo fiscal levantado por rivais

Estudo da CervBrasil, associação formada por cervejarias concorrentes da Ambev, levanta suspeitas de manobras fiscais de R$ 30 bi

Ações da Ambev caem após rumor de rombo fiscal levantado por rivais
Logo da Ambev (ABEV3) (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

As ações da Ambev (ABEV3) derreteram na tarde desta quarta-feira (1) após a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) afirmar que existe um rombo no balanço da empresa de R$ 30 bilhões. Às 14h24, as ações estavam cotadas a R$ 12,93, em queda de 5,34%. As perdas foram reduzidas ao longo do dia, mas os papéis não conseguiram escapar da desvalorização, encerrando o pregão com queda de 3,51% a R$ 13,18.

A CervBrasil é formada por cervejarias concorrentes da Ambev, como o Grupo Petrópolis, a Cervejaria Lund e a Brassaria Ampolis.

As suspeitas de irregularidades nas contas da empresa cervejeira surgem na esteira da descoberta do rombo fiscal nas contas da Americanas (AMER3), que levou a companhia a um processo de recuperação judicial – veja aqui a história completa do caso.

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Ambas as empresas estão sob o guarda-chuva dos três homens mais ricos do Brasil, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios da 3G Capital.

O estudo contratado pela Associação de concorrentes CervBrasil aponta um rombo estimado em 30 bilhões de reais em manobras tributárias na Ambev. O levantamento foi realizado pela consultoria AC Lacerda. A associação acusa a empresa de inflacionar o preço de componentes necessários à produção de bebidas que são passíveis de isenção e geração de créditos fiscais na Zona Franca de Manaus. A suspeita foi noticiada pela revista Veja.

Flavio Conde, analista de ações da Levante Ideias de Investimentos, pede calma para a análise das suspeitas. “Na CervBrasil há concorrentes da Ambev, então a associação não é isenta para falar sobre a companhia. Esse setor de cervejaria já teve problemas com impostos várias vezes na história, então tem que ser provado. O benefício da dúvida é pró-Ambev”, diz.

Para Pedro Menin, sócio-fundador da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, a queda da Ambev na Bolsa está ligada às suspeitas levantadas pela CervBrasil. “O mercado suspeita, e teme, que seja uma prática corriqueira do grupo”, disse Menin, em relação a manobras contábeis que levou a Americanas à crise.

Desde o escândalo da Americanas, a Ambev esteve sob os holofotes do mercado como uma candidata a uma nova crise, seja por suas próprias causas ou afetada pela quebra da varejista. “Se essa narrativa da CervBrasil ganhar força é mais um tiro no pé da 3G, que vai perder mais credibilidade. E se for verdade, aumentam as chances de possíveis represálias contra o grupo na Justiça”, completou Menin.

Ele faz referência à 3G Capital, companhia de investimentos do trio de bilionários. No entanto, nos casos da Americanas e da Ambev, os acionistas de referência são os executivos, e não a 3G Capital. Confira nesta reportagem quem é a 3G Capital.

O que diz a Ambev sobre a acusação

Procurada pelo E-Investidor, a Ambev diz que as acusações não têm embasamento.

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“Calculamos todos os nossos créditos tributários estritamente com base na lei. Nossas demonstrações financeiras cumprem com todas as regras regulatórias e contábeis, as quais incluem a transparência do contencioso tributário. A Ambev está entre as 5 maiores pagadores de impostos no Brasil”, diz a empresa, em nota.

Em paralelo, o BTG enviou um relatório aos clientes se posicionando sobre a acusação da CervBrasil. No report, assinado por Thiago Duarte e Henrique Brustolin, o banco diz que a reação sobre o caso é muito exagerada e que a dívida tributária da Ambev é “indiscutivelmente menor”.

 

 

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