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Como ficam os investimentos com a taxa Selic em 10,75% ao ano

Veja a rentabilidade de aplicações entre R$ 1 mil a R$ 50 mil com o menor patamar de juros desde março de 2022

Como ficam os investimentos com a taxa Selic em 10,75% ao ano
Simulações mostram rendimento dos melhores ativos da renda fixa. (Foto: Envato)
  • O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu nesta quarta-feira (20) a taxa básica de juros do País em 0,50 ponto percentual para 10,75% ao ano
  • Com a queda da Selic, ganhos fáceis que até pouco tempo eram alcançados na renda fixa podem não se repetir. Ainda assim, a classe mantém a sua relevância nas carteiras de investimento
  • Um levantamento mostra quais são os investimentos da renda fixa que mais rendem com a nova Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu nesta quarta-feira (20) a taxa básica de juros do País em 0,50 ponto percentual, seguindo o ritmo de cortes que já vem adotando desde o ano passado. Com isso, a Selic passou de 11,25% para 10,75% ao ano – o menor valor em dois anos.

Desde que o ciclo de afrouxamento monetário começou, em agosto de 2023, a Selic já caiu 3 pontos percentuais. Uma redução que deve continuar até que a taxa alcance a casa dos 9,0% ao ano até o final de 2024, como projeta o Boletim Focus.

Isso significa que aqueles ganhos de 1% ao mês que até pouco tempo atrás eram alcançados sem muito esforço por investidores mais conservadores na renda fixa podem não se repetir. Ainda assim, a classe mantém a sua relevância nas carteiras de investimento, destacam especialistas.

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“A queda da taxa Selic para 10,75% é amplamente esperada e já está precificada no valor dos ativos”, destaca Guilherme Sá, sócio-diretor da Grão Investimentos. “A renda fixa deve continuar atrativa, uma vez que a inflação esperada para frente está em queda e, portanto, ainda possibilita um juro real bastante elevado.”

Quais investimentos rendem mais com a Selic no novo patamar?

Um levantamento feito por Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, mostra a rentabilidade bruta e líquida dos principais ativos da renda fixa com a nova Selic de 10,75% ao ano. A simulação levou em conta uma estimativa de CDI de 9,90% em 1 ano, com base no contrato de DI futuro, e uma expectativa de inflação em 12 meses de 3,51%, baseado na projeção do Boletim Focus.

Quem paga mais ao investidor ainda são as Letra de Crédito Imobiliário (LCIs), Letra de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Debêntures Incentivadas. Por serem ativos isentos de Imposto de Renda, esses investimentos garantem retornos superiores aos outros títulos mais conhecidos da renda fixa, como o Tesouro Selic ou até mesmo os Certificados de Depósito Bancário (CDBs).

A simulação mostra que uma LCI de 96% do CDI oferece uma rentabilidade bruta de 9,50% em um ano, abaixo dos 11,08% oferecidos por um CDB de 112% do CDI, por exemplo. Mas o IR faz diferença nessa conta: um investimento de R$ 1 mil nos dois ativos renderia, após um ano, 9,50% versus 9,14%, descontando a alíquota do imposto.

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Títulos isentos como LCIs e LCAs passaram por mudanças recentes, quando, no início de fevereiro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) restringiu o lastro (garantia de valor) da maioria dos papéis e ampliou, de três para 12 meses, o prazo mínimo para as aplicações. Ainda que a liquidez dos ativos tenha sido reduzida, eles não perderam atratividade. "A oferta tende a diminuir, mas ainda há boas oportunidades", diz Bruno Monsanto, assessor da RJ+ Investimentos.

A orientação do especialista é priorizar aqueles títulos que tenham uma boa combinação entre prazos, taxas e qualidade do emissor. "Por exemplo, um título isento, de emissor com baixo risco de crédito, pagando algo próximo de IPCA+ 6% ou CDI+ 1,5% pode ser uma boa opção", avalia Monsanto. "Debêntures incentivadas, CRIs e CRAs, que normalmente têm prazos mais longos, mas com fluxos de pagamentos de juros antes do vencimento, costumam ter taxas mais interessantes também."

Para quem tem foco no longo prazo, uma boa alternativa é manter na carteira títulos indexados à inflação, que garantem sempre um juro real ao investidor. Essa é a preferência atual de Kaique Fonseca, economista e sócio da A7 Capital, mesmo no atual cenário de IPCA "comportado". Para ele, os ativos IPCA+ ainda apresentam uma boa relação de risco retorno e as taxas oferecidas ainda não caíram muito, como aconteceu com os prefixados.

"Em março de 2023, o Tesouro Prefixado para 2029 estava pagando aos investidores taxas na casa dos 13,50% ao ano, hoje esse mesmo ativo está pagando ao investidor em torno de 10,60%. Já o Tesouro IPCA+ estava pagando em torno de 6% acima da inflação, e hoje na casa dos 5,60%", destaca. "Ambos pagam menos do que pagavam, mas em uma proporção diferente."

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Segundo o levantamento do C6, um CDB IPCA + 6,50% ao ano paga a investidores uma rentabilidade bruta de 10,24% e uma rentabilidade líquida de 8,45% em 12 meses.

Os títulos indexados à inflação também são a preferência da Ágora Investimentos, que vê com bons olhos adicionar uma parcela de juros reais na carteira. "Continuamos com nossa preferência para papéis atrelados à inflação, porém olhando um prazo intermediário (próximo de 4 a 5 anos), para proteção da carteira e para não pegar a desaceleração de inflação no curto prazo", destaca Alexandre Marques, gerente de produtos de renda fixa da Ágora.

Quanto rende investir?

O levantamento do C6 também traçou uma simulação de rendimentos de aportes de R$ 1 mil, R$ 10 mil, R$ 25 mil e R$ 50 mil nos diferentes produtos da renda fixa com a Selic em 10,75% ao ano. Foi utilizada a rentabilidade líquida (descontada taxas e IR) e um período de 12 meses. Confira:

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