O que este conteúdo fez por você?
- Dados da Anbima apontam que em 2023 apenas 37% da população investia em algum tipo de produto financeiro
- Quanto mais jovem você for, mais simples e barata será a sua jornada rumo à independência financeira
- Se você possui uma renda regular, precisa criar a disciplina de guardar ao menos um pequeno percentual dela mensalmente
Investir no mercado financeiro com constância e disciplina é uma necessidade para qualquer pessoa que deseje alcançar autonomia financeira, sem depender de um emprego e, principalmente, da previdência social.
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Essa é uma afirmação óbvia, e eu tenho certeza de que a maioria das pessoas sabe disso e concorda. Ainda assim, dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que em 2023 apenas 37% da população investia em algum tipo de produto financeiro.
A projeção da Anbima para 2024 é de que esse número cresça para 41%, o que é positivo, mas ainda um número baixo – e os motivos para isso são inúmeros, desde o baixo letramento financeiro do brasileiro, nível de renda da maioria da população, até questões subjetivas ligadas a comportamento econômico.
- Leia mais: Quanto rendem R$ 1 mil, R$ 5 mil e R$ 10 mil na poupança, CDB e Tesouro com a Selic a 10,75%?
É mais fácil justificar do que mudar
Quando se fala em finanças pessoais, há muita coisa que você escuta e, se não pesquisar em profundidade, acaba incorporando como verdades potencialmente nocivas à sua saúde financeira.
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Falar sobre as inúmeras mentiras sobre investimentos que impedem as pessoas de evoluir financeiramente renderia uma série de artigos, então tentei listar as frases mais comuns que costumo ouvir quase diariamente de muitas pessoas que acompanham o meu trabalho no mercado financeiro.
Algumas são mentiras que você ouve e passa a acreditar, enquanto outras são autoenganos, ou seja, aquelas mentiras que a gente conta pra si quase que inconscientemente, para justificar nossa procrastinação.
Leia mais: Como ficam os investimentos com a Selic em 10,75% ao ano, na primeira alta de juros do governo Lula
“É cedo para pensar em investimentos. Sou jovem e tenho muito tempo”
Esse é um autoengano clássico. Nunca é cedo demais para começar a investir. Quanto mais jovem você for, mais simples e barata será a sua jornada rumo à independência financeira.
A combinação dos juros compostos com o fator tempo trabalhando a seu favor possibilita que com aportes bem menores e, consequentemente, com menor sacrifício, você consiga acumular montantes significativos, alcançando assim a sua independência financeira ainda jovem, e com toda vitalidade para usufruir desse dinheiro.
“Agora é tarde, já estou velho e nem adianta começar”
Um pensamento equivocado muito comum, e que pode custar caro quanto você chegar à fase de aposentadoria.
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Embora o ideal seja começar o mais cedo possível e, como eu acabei de mencionar, se beneficiar da ação dos juros compostos ao longo do tempo, se você não quis ou não pôde fazer desta forma, isso não inviabiliza que comece já.
A expectativa de vida está aumentando e isso é maravilhoso. Contudo, se você não tiver reservas financeiras para se sustentar na velhice, ficará à mercê exclusivamente do INSS, o que é totalmente inviável.
A Previdência Social no Brasil está em crise há muito tempo e a tendência é de que isso piore cada vez mais. A ausência de reformas estruturais, somada ao envelhecimento da população, faz com que a quantidade de beneficiários seja maior do que a de contribuintes. Ou seja, a conta não fecha.
Confiar que apenas os benefícios do INSS serão suficientes para você se manter é uma forma bem perigosa de se iludir. Então, mesmo que você já tenha passado dos 50 ou 60 anos, acredite: dá tempo de se planejar financeiramente e garantir uma reserva financeira para complementar sua renda.
“Para investir é preciso entender muito de economia e ser bom em matemática”
Essa frase é daquelas que se perpetuam no imaginário, e as pessoas passam a acreditar e repetir umas para as outras sem refletir o quanto isso é equivocado.
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Sempre recomendo que as pessoas dediquem algum tempo para entender ao menos o básico sobre investimentos, pois isso ajuda a fazer boas escolhas e garantir qualidade de vida, independentemente de quais sejam as metas de cada um.
Você não precisa se tornar especialista em finanças e nem tampouco um expert em matemática. Saber diferenciar os tipos de investimento é algo que se aprende com facilidade, pois nem são tantos tipos e, quanto à matemática, não se preocupe: hoje há inúmeras planilhas automatizadas e simuladores grátis na internet, que simplificam muito a vida do investidor.
Além disso, a maioria das corretoras têm uma área educacional que disponibiliza muita informação de qualidade para que você tome decisões fundamentadas e em linha com suas metas.
“Eu não tenho dinheiro para investir”
Eu sei que vivemos num país de profundas desigualdades sociais e para milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza essa frase infelizmente é verdade. No entanto, se você possui uma renda regular, precisa criar a disciplina de guardar ao menos um pequeno percentual dela mensalmente.
Claro que pode ser bem desafiador para quem tem uma renda pequena – contudo, é necessário. Mesmo que você só possa guardar, por exemplo, R$ 10,00 por mês, comece. Mais importante do que o montante, é criar a disciplina.
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Hoje já existem nas corretoras e bancos, fundos de investimento que aceitam aplicações a partir de R$ 1,00. Na renda variável, há ações que custam menos de R$ 10,00. Então comece já com o dinheiro que puder, mesmo que seja pouco.
Com o hábito incorporado, eu te garanto que gradativamente você irá perceber que dá para se planejar e ir aumentando seus aportes e, lá no futuro, quando os juros compostos tiverem te ajudado na multiplicação do seu dinheiro, você vai agradecer ao seu eu do passado por ter tomado a decisão certa.
“Só posso investir quando terminar de pagar minhas dívidas”
Claro, quitar as suas dívidas é essencial para uma vida financeira saudável. No entanto, focar apenas no pagamento delas pode te atrasar.
Divida a sua renda entre despesas, pagamento de dívidas e investimentos. Analise detalhadamente cada dívida e crie um plano para ir saldando uma a uma, começando por se livrar daquelas cujos juros sejam altos.
Dessa forma, você não só reduz o seu passivo, mas também começa a aumentar o seu patrimônio. E, ao criar uma pequena reserva, poderá resolver eventuais emergências com esse dinheiro, sem precisar se endividar novamente.
Se você não fizer o que precisa ser feito, ninguém fará por você
Como eu disse no início, a quantidade de crenças equivocadas que as pessoas têm sobre finanças é enorme. Certamente terei outras oportunidades de falar sobre isso com você.
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O mais importante é você compreender que investir não é tão difícil quanto talvez tenham te levado a acreditar. Cabe a você buscar informações e fazer suas próprias escolhas.
A canção Levanta e Anda, do rapper Emicida, tem uma frase maravilhosa: “Você é o único representante dos seus sonhos na face da Terra. Se isso não fizer você correr, chapa, eu não sei o que vai”. Sendo assim, deixe de lado o senso comum, e escolha acreditar e agir em função daquilo que te deixa mais perto de seus objetivos para investir.