A Ambipar (AMBP3) informou na noite de quarta-feira (29) que a gestora Trustee reduziu sua participação acionária na empresa para 8,98% do capital social, o equivalente a 15 mil ações ordinárias. A casa já chegou a ter uma posição de 15,03% na companhia de soluções ambientais.
Em comunicado, a Trustee destacou que a porcentagem detida por ela considera a existência de instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações de emissão da companhia, devidamente registrados no ambiente de Bolsa. Também comunicou que não celebrou contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela empresa.
A Trustee reforçou ainda que, em razão da redução no percentual de participação na Ambipar, não tem mais interesse na indicação de membros para o conselho de administração. Em comunicações passadas, a gestora chegou a manifestar a vontade de nomear um ou mais membros para compor o conselho da empresa.
As movimentações da Trustee na Ambipar
Em 12 de julho de 2024, veio a primeira informação ao mercado de que a Trustee tinha alcançado 11.030.300 ações da Ambipar, o equivalente a 6,60% do capital social. Cerca de duas semanas depois, em 25 de julho, a casa anunciou um novo aumento de posição acionária na empresa, atingindo 11,03%, do capital social, o correspondente a 18.419.100 ações.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Já em agosto, a gestora chegou a deter 15,03% do capital social da Ambipar, reiterando o desejo de indicar dois novos nomes para integrar o conselho da empresa. “Oportunamente, também enviaremos um novo comunicado para a companhia para indicação dos nomes, bem como solicitação de Assembleia Geral Extraordinária de Cotistas para deliberarem sobre o tema”, reforçou a casa à época.
Nos corredores da companhia, conforme mostramos nesta reportagem, o aumento de posição da Trustee foi visto com bons olhos. O pensamento era de que a experiência da casa poderia ajudar no plano de desalavancagem da empresa e melhorar a sua estrutura de capital. Rumores também apontam que, por trás da gestora, está o megaempresário Nelson Tanure, conhecido por suas estratégias de gestão mais agressivas.
Em outubro, no entanto, a Trustee começou a reduzir sua posição na Ambipar. Na época, a casa deixou de deter 15,03% para possuir 11,89% do capital social, o equivalente a 19.862.870 ações ordinárias – porcentagem novamente reduzida agora em janeiro.
Ações da Ambipar registraram maior alta da Bolsa em 2024
No ano passado, as ações da empresa tiveram a melhor performance da Bolsa brasileira, acumulando ganhos acima de 730%. O desempenho positivo fez a companhia alcançar um valor de mercado próximo a R$ 22,5 bilhões e atingir o posto de 36ª empresa mais valiosa listada na B3, conforme mostramos nesta reportagem.
Analistas do mercado destacaram que, por trás do movimento, estavam dois investidores de destaque. Um deles era a própria gestora Trustee. Já o outro era o CEO da empresa, Tércio Borlenghi Junior. O executivo anunciou em julho de 2024 que estava aumentando sua participação acionária na companhia para 73,135% do capital social total e votante, o equivalente a 122.165.450 ações.
Publicidade
O aumento na posição de grandes players gerou uma movimentação conhecida como short squeeze. Ela ocorre quando investidores com posições vendidas (short) desfazem suas apostas na queda do papel e recompram a ação para zerar a posição. Outros pessoas que estão na mesma situação, ao verem seus pares desistirem das posições, fazem o mesmo, o que eleva a pressão de compra do ativo e faz o preço disparar.
Depois da forte oscilação em 2024, a Ambipar deixou em janeiro o índice Small Cap (SMLL) da B3. O SMLL tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de uma carteira composta pelas empresas de menor capitalização.