As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quinta-feira (20), em um ajuste depois da alta na véspera com a decisão do Federal Reserve de manter as taxas de juros estáveis, enquanto o banco central manteve a previsão anterior de duas reduções este ano.
O Dow Jones cedeu 0,03%, aos 41.953,32 pontos. O S&P 500 perdeu 0,22%, para 5.662,89 pontos, enquanto o Nasdaq teve baixa de 0,33%, encerrando 17.691,63 pontos. Os dados são preliminares.
A Nvidia subiu 0,86% depois que a empresa deu início ao seu Quantum Day inaugural durante a conferência anual Nvidia GTC. Executivos da IonQ (-9,3%), D-Wave Quantum (-18%) e Rigetti Computing (-9,24%) se juntaram ao CEO da Nvidia, Jensen Huang, em um painel para discutir o futuro da computação quântica.
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A Intel caiu 0,66%. As ações fazem uma correção após subirem acentuadamente desde que a empresa disse na semana passada que nomearia o ex-membro do conselho Lip-Bu Tan como seu novo CEO.
A Tesla terminou com baixa de 0,17%, a US$ 236,26. Os analistas da Piper Sandler reduziram sua meta de preço para as ações de US$ 500 para US$ 450, mas mantiveram sua classificação overweight. Separadamente, a Tesla anunciou um recall de 46 mil veículos Cybertruck.
As ações da FedEx cederam 0,4% e as da Nike caíram 1,55% antes da divulgação de resultados após o fechamento da sessão.
No front macroeconômico, os dados divulgados hoje mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego registrados na semana passada permanecem dentro da faixa de 200.000 a 250.000 observada desde outubro, indicando que as demissões no governo federal dos EUA não tiveram um impacto significativo. Para Jake Schurmeier, da Harbor Capital, isso sugere que funcionários públicos demitidos sob cortes do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) receberam ofertas de rescisão ou ainda estão na folha de pagamento, o que os impede de solicitar benefícios imediatamente.
Juros dos EUA recuam
Os rendimentos dos Treasuries chegaram ao fim desta tarde em baixa, depois de oscilarem durante a sessão, com o mercado ainda se ajustando à decisão de política monetária de ontem do Federal Reserve, dados de emprego dos EUA divulgados pela manhã e um leilão de títulos promovido pelo Tesouro americano.
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Neste fim de tarde, o juro da T-note de 2 anos caía para 3,956%. O rendimento do título de 10 anos recuava para 4,230%, enquanto a taxa do T-bond de 30 anos baixava a 4,552%.
Durante a madrugada, os rendimentos dos títulos americanos estenderam as quedas de ontem, mas ganharam força durante a manhã, após os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA ficarem ligeiramente abaixo das expectativas. Os juros da T-note de 10 anos e do T-bond de 30 anos chegaram a inverter sinal e subir, após o leilão de US$ 18 bilhões em títulos atrelados à inflação (TIPS) de 10 anos apresentar demanda abaixo da média recente.
Economistas do Barclays afirmaram, em nota, que o presidente do Fed, Jerome Powell, adotou um tom “excessivamente confiante”. “Sua retórica sobre a transitoriedade dos impactos tarifários nos preços e a rejeição das expectativas inflacionárias trazem o risco de o Fed ser pego de surpresa, como ocorreu na pandemia”, alertam.
Moedas globais: dólar sobe
O dólar se manteve em alta ante as principais moedas nesta quinta-feira (20), enquanto operadores ainda se ajustavam à decisão do Federal Reserve (Fed) de manter os juros americanos. A libra esterlina e o euro recuavam, com a moeda britânica influenciada pelos desdobramentos externos mesmo após o Banco da Inglaterra dar um suporte inicial com a manutenção da taxa básica de juros. Uma das moedas em alta frente ao dólar era a lira turca após aumento da taxa de juros em uma reunião não agendada do BC local.
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, subiu 0,41%, a 103,851 pontos. O dólar se apreciava a 148,81 ienes. O euro cedia a US$ 1,0852, enquanto a libra se desvalorizava a US$ 1,2965.
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A libra voltou a perder força, dissipando o movimento de redução da queda ante o dólar vista logo após o Banco da Inglaterra (BoE) decidir pela manutenção da principal taxa de juros. O BOE pode cortar as taxas de juros mais do que o mercado espera neste ano, o que pode afetar a libra esterlina no longo prazo, afirmou Nick Rees, da Monex Europe, em nota.
Para o Barclays, o BoE enfatizou a incerteza e colocou as expectativas de salários e inflação em primeiro plano para os próximos meses. “Mantemos nossa visão de que a taxa de juros do Banco atingirá 3,5% até setembro”, projetou o banco.
O euro recuava após a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertar que o aumento de tarifas dos EUA pode enfraquecer o crescimento econômico da zona do euro.
Já a lira turca mostrou vigor, após o BC da Turquia elevar a taxa de empréstimo overnight em uma reunião surpresa, tentando conter o impacto na inflação do recente tombo da lira. O rand sul-africano cedeu mesmo depois de a taxa básica de juros ter sido mantida em reunião decisória hoje do BC local.
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Na Argentina, o dólar blue cedia a 1.265,00 pesos argentinos no mercado paralelo, segundo o Âmbito Financiero, após o Banco Central vender reservas pelo quinto dia consecutivo diante da incerteza sobre um acordo com o Fundo Monetário Internacional. O presidente Javier Milei recebeu apoio do Congresso para selar um novo acordo com o fundo.
Bitcoin opera em queda
O bitcoin opera em leve queda no fim da tarde desta quinta-feira (20), em um movimento de ajuste após a forte valorização do dia anterior. A disparada ocorreu após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tranquilizar os investidores ao minimizar os riscos inflacionários das tarifas impostas por Donald Trump, classificando-os como “transitórios”.
Por volta das 16h10 (horário de Brasília), o bitcoin recuava 2,0%, cotado a US$ 83.981,00, enquanto o ethereum caía 3,98%, negociado a US$ 1.973,24, segundo dados da Binance.
De acordo com Ana de Mattos, analista técnica da Ripio, o preço do bitcoin subiu 4,64% ontem após a decisão do Fed de manter os juros inalterados e o discurso de Powell. “A criptomoeda saiu da faixa de US$ 83 mil e atingiu a máxima de US$ 87.453”, explica.
Já George Glover, da Barron’s, acrescenta que a valorização ocorreu porque o Fed não demonstrou pressa em reduzir os juros, reforçando que a economia dos EUA segue sólida. “Quanto mais forte a economia, maior tende a ser a demanda por ativos de risco, como ações e criptomoedas”, observa.
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Durante um evento de criptomoedas em Nova York, o presidente Donald Trump não trouxe novas informações sobre a reserva estratégica americana de bitcoin, criada por ele no início do mês. “Juntos, faremos dos EUA a capital mundial do bitcoin”, repetiu.
No noticiário corporativo relacionado a criptoativos, a bolsa Kraken anunciou a compra da plataforma de negociação de futuros NinjaTrader por US$ 1,5 bilhão, em uma das maiores aquisições já feitas no mercado de criptomoedas.
* Com informações da Dow Jones Newswires
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