- Se fosse começar a investir em ações hoje, mais importante do que a rentabilidade é o aprendizado. Quando começamos a investir sofremos do efeito Dunning-Kruger, ou seja, acreditamos que sabemos muito mais do que realmente sabemos e isso é um perigo para os investimentos
- Hoje, se tivesse pouco dinheiro e quisesse entrar na renda variável, começaria investindo através de um ETF, ou seja, um fundo que investe nas 74 empresas que compõem o Ibovespa. Ou escolheria 5 ações de grandes empresas, líderes de mercado, focadas em tecnologia e em diferentes setores para diversificar
Com 3 milhões de CPFs cadastrados, a B3 (B3SA3) vive o seu melhor momento de toda a história do mercado financeiro. Com a taxa Selic em 2% e o CDI em 1,9%, a renda fixa, apesar de ser essencial dentro da diversificação, perdeu boa parte da sua atratividade.
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Não restou outra alternativa para o investidor a não ser ir para a renda variável, lembrando que, ações fazem parte da renda variável, mas existem muitos outros ativos, como ouro e dólar, por exemplo, e até mesmo criptomoedas.
Entretanto, quando o investidor abre uma conta em uma corretora, logo de cara vem a primeira dúvida: mas em quais ações devo investir?
Efeito Dunning-Kruger
Se fosse começar a investir em ações hoje, mais importante do que a rentabilidade é o aprendizado. Quando começamos a investir sofremos do efeito Dunning-Kruger, ou seja, acreditamos que sabemos muito mais do que realmente sabemos e isso é um perigo para os investimentos.
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Falo isso, porque eu já sofri deste mal. Logo que descobri as ações, achava que bastava investir em grandes empresas, sentar e aguardar. Não me contaram muito bem que renda variável varia para baixo e algumas vezes, muito para baixo, como aconteceu com a Petrobras (PETR3 e PETR4), na época, a maior empresa da B3 (B3SA3).
Começar por um ETF ou poucas ações?
Hoje, se tivesse pouco dinheiro e quisesse entrar na renda variável, começaria investindo através de um ETF, ou seja, um fundo que investe nas 74 empresas que compõem o Ibovespa. Ou escolheria 5 ações de grandes empresas, líderes de mercado, focadas em tecnologia e em diferentes setores para diversificar.
Isso seria apenas para começar. Sou da escola do professor de Warren Buffett, Benjamin Graham, que diz que devemos ter entre 10 e 30 ações na nossa carteira.
5 ações para investidores iniciantes
- Petrobras (PETR3 e PETR4): teria Petrobras na carteira por alguns motivos. O primeiro é pelo fato do petróleo ter sofrido muito durante a crise do novo coronavírus (covid-19), a ponto de bater US$ 16,00 o barril. Apesar de ter se recuperado, ainda existe uma margem grande de subida, principalmente quando a economia global voltar a acelerar, o que deve ocorrer a partir de 2021. Além disso, a empresa está focada em reduzir o seu endividamento e se tornar mais eficiente e, para isso, venderá ativos não essenciais e com baixa margem de lucro, como por exemplo, as refinarias. Além disso, é a segunda maior empresa da B3 (B3SA3) em valor de mercado e se tornou muito mais eficiente após a Lava-Jato. Além disso, no ano que vem, tende a ser uma das melhores pagadoras de dividendos.
- Vale (VALE3): a Vale é a maior empresa da B3 e possui o minério de ferro mais puro e com maior quantidade de pelotas de ferro do mundo. A China, principal compradora, está focada em reduzir a emissão de poluentes e as siderúrgicas têm um grande papel nisso. Portanto, quanto mais puro o minério, menos poluição para produzir e, consequentemente, maior é o seu valor. Outro detalhe importante é que, diferente da crise de 2008, desta vez o minério de ferro caiu pouco durante o coronavírus. Isso mostra a importância da commodity no mundo. Além de tudo isso, é uma pagadora de dividendos. Em relação a concorrentes ao redor do mundo, como as mineradoras australianas, a Vale está com seu preço descontado, ou seja, está barata.
- Itaú (ITUB3 e ITUB4): o banco privado da América Latina investe em tecnologia faz muito tempo. Hoje, independentemente do setor, busco empresas que estão focadas em tecnologia. Décadas atrás, o Itaú já tinha a Itaútec, empresa do grupo focada em desenvolver soluções. Além disso, assim como todos os grandes bancos de varejo, as ações destas empresas sofreram muito na pandemia da covid-19, principalmente em função do provisionamento da inadimplência, ou seja, o montante de dinheiro que as instituições financeiras separaram esperando que o calote dobrasse. Não creio que isso irá ocorrer. Em relação aos bancos digitais, apesar de serem uma ameaça, ainda precisam descobrir como serão rentáveis. Além disso, o principal negócio de um banco é pegar dinheiro barato e emprestar caro, ou seja, fornecer crédito. Para grandes operações financeiras, os grandes bancos ainda têm o oligopólio.
- WEG (WEGE3): sempre digo que a WEG é um orgulho nacional. Uma empresa autêntica de tecnologia com penetração e respeito global. Sua principal atividade é a fabricação de motores elétricos, que são considerados os melhores do mundo. O fluxo de caixa da empresa também é excelente, além de possuir um baixo endividamento. Alguns analistas acreditam que a ação já está cara, entretanto, é mais complicado avaliar um ativo de uma empresa de tecnologia, pois a sua possibilidade de crescimento nem sempre pode ser mensurada. Por exemplo, neste momento a WEG trabalha na fabricação de um modelo que permitirá transformar carros a combustão em carros elétricos. Além disso, estaria diversificado em mais um setor, que é o de bens industriais.
- Magazine Luiza (MGLU3): sem dúvida alguma é o maior case da B3 dos últimos 20 anos. Além do seu crescimento na velocidade da luz, o Magazine Luiza traduz com perfeição o que uma empresa de uma segmento tradicional, como o varejo, por exemplo, pode tornar-se uma companhia de tecnologia. A pandemia acelerou o e-commerce e nenhum outro player estava tão preparado quanto o Magalu. Assim, como a Weg, muitos analistas consideram a ação cara. Eu, se começasse a investir hoje, com certeza estaria entre as minhas primeiras aquisições. Nunca aposte contra o Magazine Luiza.
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Abaixo, assista ao vídeo exclusivo com Pedro Paulo Silveira sobre o impacto nos investimentos de uma segunda onda do novo coronavírus:
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