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- Haverá espaço para mais altas da bolsa, seja por uma melhora no cenário econômico interno ou no ambiente externo?
- No front interno, as surpresas positivas podem vir do lado inflacionário e da aprovação da reforma tributária, enquanto do lado fiscal, os ventos já não são tão favoráveis. No cenário externo, se por um lado economia dos EUA continua a mostrar resiliência, por outro, o reaquecimento da economia da China preocupa
- Em resumo, no balanço de riscos, o cenário para os ativos brasileiros continua favorável com potencial de elevação de preço na renda variável e queda dos yields na renda fixa
Comentei nos meus últimos artigos que a aprovação do arcabouço fiscal e o arrefecimento da inflação levariam a uma alta do Ibovespa no curto prazo por conta da redução dos juros futuros. A dúvida agora é se haverá espaço para mais altas da bolsa, seja por uma melhora no cenário econômico interno ou no ambiente externo.
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No front interno, as surpresas positivas podem vir do lado inflacionário. Os IGPs, que captam os preços no atacado/produtor, têm tido variação menor do que a esperada pelo mercado. As quedas de preços no atacado podem resultar em menor inflação no varejo. É claro que esse movimento dependerá da capacidade de repasse dos menores custos da indústria e agricultura para o comércio.
A inflação no varejo também tem surpreendido positivamente. O arrefecimento dos núcleos da inflação, bem como a redução das projeções do IPCA no relatório Focus, reforçando o processo de ancoragem das expectativas inflacionárias, contribuem para a já esperada redução na taxa de juros. A discussão agora passou a ser quanto deverá cair a Selic em agosto e não mais “se” irá cair em agosto.
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Na última Ata do Copom, o documento no parágrafo 19 destacou a possibilidade de queda da Selic na próxima reunião. Diante do bom momento inflacionário, é possível que o corte seja superior a 0,25 p.p. Caso isso ocorra, a bolsa reagiria positivamente.
Do lado fiscal, os ventos já não são tão favoráveis. O arcabouço fiscal ficou menos rígido no Senado, voltando a tramitar na Câmara dos Deputados. Resta saber se os deputados irão derrubar as alterações do Senado ou mantê-las intactas. No entanto, mesmo que o Parlamento mantenha essas alterações, o efeito não deverá ser tão significativo, afetando mais os yields dos títulos públicos de prazos mais longos (elevação do prêmio de risco).
Outro ponto que poderia trazer uma alta adicional na bolsa no curto prazo seria a aprovação da reforma tributária, o que ocorreu na semana passada na Câmara. Mesmo com todos os atritos, o mercado tende a reagir positivamente ao longo das próximas semanas, com a sinalização de que o país será beneficiado com um sistema mais simples, dinâmico e justo.
No cenário externo, a economia americana continua a mostrar resiliência, indicando que as elevações da Fed Fund Rate devem levar os EUA mais para um “pouso suave” do que uma recessão de fato. Prova dessa resiliência é que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) sinalizou a possibilidade de novos aumentos da taxa de juros para conter a demanda e a inflação, na sua última ata. Caso isso ocorra, o dólar deverá apresentar ligeira alta por conta do diferencial de taxa de juros Brasil – EUA (carry trade).
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Já, na China, a preocupação é oposta: como reaquecer a economia. O gigante asiático tem apresentado dificuldades de crescimento, apesar de todas as medidas fiscais e monetárias expansionistas adotadas pelo governo. Caso a China retome um crescimento mais robusto, a Vale (VALE3) seria a empresa mais beneficiada da bolsa (é por essa razão e pelo seu preço bastante descontado que ela está em nossa carteira de ações, nestes patamares de preços).
Em resumo, no balanço de riscos, o cenário para os ativos brasileiros continua favorável com potencial de elevação de preço na renda variável e queda dos yields na renda fixa.