Comportamento

83% dos brasileiros fizeram cortes no orçamento em 2021, diz pesquisa

Impacto da pandemia fez 51% dos brasileiros acreditarem que as condições econômicas pioraram em relação a 2020

83% dos brasileiros fizeram cortes no orçamento em 2021, diz pesquisa
Impacto da pandemia nos orçamentos familiares fez 83% dos brasileiros cortar despesas. (Foto: Envato)
  • A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas escutou 600 brasileiros com idade maior ou igual a 18 anos, em diferentes regiões do país. A pesquisa aponta ainda que quatro em cada dez brasileiros avaliam que a própria condição financeira piorou em 2021

Oito em cada dez brasileiros precisaram fazer cortes no orçamento para fechar as contas em 2021, aponta uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil, em parceria com a Offer Wise Pesquisas, divulgada na última semana.

Desse grupo, 59% redirecionaram o dinheiro para pagamento de contas do dia a dia, enquanto 35% para contas em atraso.

O impacto da pandemia da covid-19 no orçamento familiar, com o aumento do desemprego e inflação, levou 51% dos brasileiros a acreditar que as condições econômicas pioraram em relação a 2020, antes do início da crise sanitária.

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A CNDL entrevistou 600 brasileiros com idade maior ou igual a 18 anos, em diferentes regiões do país. A pesquisa aponta ainda que quatro em cada dez brasileiros avaliam que a própria condição financeira piorou em 2021.

Nesse grupo, 60% consideram que o salário não aumentou na mesma proporção dos preços dos produtos e serviços – o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado chegou a 10,06% em 2021, o maior valor de inflação desde 2015.

Outros 44% tiveram redução da renda familiar e 35% ficaram desempregados ou tiveram alguém da família que perdeu o emprego nesse período.

José César da Costa, presidente da CNDL, destaca que apesar de a vacinação contra a covid-19 estar avançando, as consequências econômicas e sociais da pandemia ainda impactam na renda da população. “O desemprego elevado é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo País e isso está ligado diretamente ao retorno do crescimento econômico, que ainda não alavancou. A renda da população foi fortemente afetada nos últimos dois anos e isso, somado aos preços elevados, traz insegurança para as famílias”, afirma em nota.

Com o aperto financeiro, 40% dos entrevistados renunciaram a produtos ou serviços que costumavam comprar, enquanto 32% tiveram que fazer uso de alguma reserva de dinheiro que possuem.

Temor com o futuro

A pesquisa da CNDL/SPC Brasil mostra como a situação econômica impactou nos planos e projetos das famílias: 92% dos consumidores deixaram de realizar algum projeto que tinham para 2021, principalmente juntar uma reserva de dinheiro (29%), comprar ou reformar a casa (25%), fazer uma grande viagem (25%), pagar dívidas em atraso (20%) e comprar um carro/moto (18%).

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Entre as principais justificativas estão o aumento dos preços, a redução da renda ou a insegurança com o futuro.

As incertezas com a recuperação da economia do País afetam nove em cada dez brasileiros, que afirmaram na pesquisa possuir algum temor quanto a sua vida financeira em 2022.

Já 52% teme não conseguir pagar as contas e 39% não ser possível guardar dinheiro; 24% receia precisar abrir mão de consumir o que gosta e 24% teme não conseguir um emprego.

A maior parte dos entrevistados espera, ainda, que a economia se recupere com o avanço da vacinação. Entre os pessimistas, porém, há um temor de que o governo não realize as reformas necessárias para desenvolver a economia do País – o que respingaria no futuro das finanças pessoais.

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