- A Aneel aumentou a tarifa de transmissão de energia em 26,6% e consumidores terão acréscimo de cerca de 3,9% na conta
- Para quem está com dificuldade financeira, os especialistas recomendam negociar esse aumento
- Controlar os gastos junto com a família também é fundamental para não deixar de pagar as contas essenciais
O ano de 2020 não deu trégua para a renda dos brasileiros. A pandemia da covid-19 fez boa parte da população perder o emprego ou ter o salário reduzido. O auxílio emergencial criado pelo governo ajudou a dar fôlego para as pessoas deixarem as contas em dia, mas a equipe econômica do governo já sinalizou que o benefício não será prorrogado para 2021.
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Neste cenário, os reajustes anuais feitos pelas empresas terão um peso ainda maior no bolso dos consumidores. “Início de ano é sempre um período difícil para as pessoas devido aos reajustes das contas. Em 2021, esse peso será ainda mais sentido por conta da crise”, diz Cláudio Ferro, educador financeiro e CEO do PoupaBrasil.
Uma das contas essenciais que os brasileiros sofreram com isso será a de energia elétrica. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa de transmissão de energia para o ciclo 2020-2021 é de 26,6% – isso significa que haverá um acréscimo de cerca de 3,9% na conta dos brasileiros no ano que vem.
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Na prática, uma família que antes gastava R$ 150 por mês com o consumo de energia, por exemplo, passará a pagar R$ 155,85. A diferença pode até parecer baixa, mas a soma dos reajustes nas outras contas fixas do mês pode assustar.
Negocie desconto na conta de luz
Segundo especialistas consultados pelo E-Investidor, o principal conselho para quem está com dificuldade financeira para pagar as contas é tentar negociar esse aumento. “As concessionárias estão mais flexíveis neste período de pandemia”, afirma Janser Rojo, planejador financeiro CFP pela Planejar.
A flexibilização acontece porque não é de interesse das companhias cortar a energia das famílias, pois se trata de um monopólio de transmissão e distribuição da Aneel e é melhor ter um cliente pagando menos do que sem pagar nada. “A pessoa deve demonstrar que não terá capacidade de pagar e que a negociação é vantajosa para os dois lados”, explica Ferro.
O planejador financeiro reforça que quanto antes essa negociação for feita, melhor, porque o poder do consumidor será maior se ele não estiver inadimplente. “Com planejamento financeiro, a pessoa consegue segurar a bomba para ela não estourar”, afirma Rojo.
Controle dos gastos
Além de tentar rever o acordo da conta, outro ponto que vale a pena fazer é o controle dos gastos supérfluos. O primeiro passo é separar quais são os gastos de luxo (como viagens), os de conforto (como canais de televisão e troca de carro) e essenciais (como energia elétrica e compras do dia a dia no supermercado).
Com esse levantamento, você pode enxergar com mais facilidade onde há espaço para redução dos gastos e visualizar o que pode sobrar para as contas essenciais. “Controlar os custos é sempre importante e é um grande passo para colocar as contas em dia”, diz Ferro, da PoupaBrasil.
Além disso, é sempre importante deixar a família ciente sobre as finanças para que a redução de gastos seja feita de forma coletiva e eficaz. “Essa clareza sobre os gastos é essencial para ter bons resultados”, afirma Rojo, da Planejar.
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