- Em um financiamento de longo prazo e de grande valor, uma pequena redução de juros gera uma grande economia
- Expectativa do mercado aponta para redução da taxa básica, com Selic fechando o ano a 11,75%
Para quem está pensando em financiar um imóvel até o fim do ano, os especialistas recomendam que o ideal é reavaliar a decisão. “É melhor esperar para encontrar condições mais atrativas”, alerta José Miguel de Oliveira, diretor executivo da Anefac, Associação Associação Nacional de Executivos.
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O Banco Central está afrouxando a taxa de juros da economia, mas o ambiente ainda não está propício para se comprometer com uma dívida tão alta e prolongada quanto o crédito imobiliário. “Num financiamento de longo prazo e de grande valor, uma pequena redução de juros, de meio ponto na taxa anual, vai conseguir uma economia grande no bolso”, reforça. Desde agosto, o BC já cortou em 1 ponto percentual a taxa.
Atualmente, o juro básico da economia está em 12,75%. Mas o mercado financeiro espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, volte a cortar a taxa Selic no mesmo patamar de 0,50 ponto percentual, em novembro, mesmo ritmo dos dois últimos cortes.
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Com isso, a expectativa dos analistas para a Selic no fim de 2023 se mantêm a mesma há oito semanas seguidas, apontando uma taxa básica de 11,75%. Depois de novembro, o colegiado se reúne mais uma vez em dezembro. Para o final de 2024, a projeção média se mantém em 9%.
Com essa perspectiva é esperado que os bancos também repassem a queda das taxas para as suas operações de crédito. “Se a pessoa vai contrair um financiamento hoje e, na próxima reunião, o Copom reduz os juros, ela não vai se beneficiar porque já contratou o financiamento”, lembra o especialista.
Financiamentos bancários
Os bancos oferecem taxas diferenciadas que dependem bastante do nível de relacionamento com o cliente. Como se trata de um financiamento de longo prazo, as instituições têm interesse em oferecer condições melhores para aqueles clientes que queiram manter um bom relacionamento com seus produtos e serviços.
Por essa razão, a maioria dos bancos oferecem em seus sites simuladores de financiamento, onde o interessado pode colocar informações sobre sua vida financeira e seu nível de relacionamento com o banco. As taxas mudam de acordo com o perfil de cada cliente.
No Banco do Brasil, por exemplo, as taxas partem de 9% a.a + TR para as operações contratadas com recursos de FGTS. Em operações com recursos da poupança, as taxas começam em 9,76% ao ano mais a TR.
O Santander, por sua vez, pratica uma taxa de juros a partir de 10,99% ao ano + TR. A Caixa, que oferece as menores taxas desse mercado, oferta juros anuais a partir de 8,99% e com recursos do FGTS para habitação popular, os juros nominais são de 4% + TR, dependendo da renda familiar e localização do imóvel.
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É importante lembrar que todas as operações possuem custos administrativos e seguros obrigatórios e exigem do cliente um comprometimento de renda de, no máximo, 35%, variável que influencia diretamente na análise e rating de crédito.
No geral, as linhas financiam até 80% do valor do imóvel. Portanto, o interessado precisa ter uma boa poupança para começar a pensar no financiamento. Um imóvel de R$ 200 mil, por exemplo, vai exigir uma entrada de R$ 40 mil do futuro mutuário.
Veja algumas simulações
Na simulação é importante informar a renda da família, a idade do tomador e o valor do imóvel pretendido. Na Caixa, maior agente financeiro do mercado imobiliário, imóveis com valores acima de R$ 350 mil têm juros de 9,50% ao ano. Abaixo desse valor e renda familiar menor que R$ 8 mil, os juros estão 8,16% ao ano.
"No caso de um imóvel financiado pelo Minha Casa, Minha Vida, na faixa 1 e faixa 2, os juros vão de 4,50% até 7% dependendo da renda familiar, com direito a subsídio", diz o vice-presidente do Conselho Regional de Fiscalização do profissional Corretor de Imóveis (Crescisp), Gilberto Yogui.
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