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- Termo "blue chip" faz alusão às fichas azuis do pôquer, as mais altas do jogo
- Integram o time das ações mais preciosas da B3 a Vale (VALE3), a Petrobras (PETR3 e PETR4), o Itaú (ITUB4), a própria B3 (B3SA3), o Bradesco (BBDC3 e BBDC4), o Magazine Luiza (MGLU3) e a Ambev (ABEV3)
- Papéis pertencem a setores bem posicionados para aproveitar a recuperação da economia, e devem ser os mais beneficiados pela volta dos estrangeiros
O forte desempenho do Ibovespa em novembro e as boas notícias envolvendo uma vacina contra a covid-19 reforçaram a confiança do mercado no índice em 2021. O Bank of America (BofA) e o BB, por exemplo, o projetam acima dos 130 mil pontos, o que seria seu pico histórico. Neste cenário, as “blue chips” devem roubar a cena.
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As “blue chips” são as ações das companhias que possuem os maiores valores de mercado, lucros, participação no Ibovespa e são as mais negociadas da bolsa brasileira. O termo faz alusão às fichas azuis do pôquer, as mais altas do jogo.
Integram o time das ações mais preciosas da B3 a Vale (VALE3), a Petrobras (PETR3 e PETR4), o Itaú (ITUB4), a própria B3 (B3SA3), o Bradesco (BBDC3 e BBDC4), o Magazine Luiza (MGLU3) e a Ambev (ABEV3). Juntas, estas ações representam 44,56% do Ibovespa, composto por 77 ativos, segundo dados do Estadão/Broadcast.
O que os investidores podem esperar destes ativos em 2021?
Para os especialistas do mercado consultados pelo E-Investidor, os papéis pertencem a setores bem posicionados para aproveitar a recuperação da economia e devem ser os mais beneficiados pela volta dos investidores estrangeiros à B3. “Não dá para dizer que as ações terão boas performances só por serem blue chips mas, em geral, as perspectivas são positivas”, afirma Eduardo Guimarães, especialista em ações da Levante Ideias de Investimentos.
Vale (VALE3), Petrobras (PETR3 e PETR4)
Com a retomada da atividade econômica, os papéis das duas companhias devem ser impulsionados pelo aumento do preço das suas principais commodities, o minério de ferro e o petróleo, respectivamente. “O preço e a demanda deles já subiram neste final de ano, mas a tendência é aumentar ainda mais em 2021”, diz Ricardo França, analista de research da Ágora Investimentos.
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Dessa forma, as duas empresas tendem a fazer muito caixa e a pagar bons dividendos, o que é um fator que faz crescer a busca dos investidores pelas ações e, consequentemente, valorizá-las ainda mais. “Acreditamos que a Petrobras (PETR3 e PETR4) tem o maior upside para 2021”, comenta Guimarães.
Itaú (ITUB4), B3 (B3SA3) e Bradesco (BBDC3 e BBDC4)
Apesar de o setor financeiro ser um dos mais sólidos do País, as instituições não conseguiram resistir bem à crise e acumulam quedas no ano. Contudo, teve início um forte movimento de recuperação a partir do fim do terceiro trimestre de 2020, que deve continuar por mais tempo.
Então, a tendência é que o segmento consiga voltar aos patamares pré-crise e até o ultrapasse. Afinal, a retomada do cenário macroeconômico deve favorecer a volta da busca por crédito no caso de Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC3 e BBDC4).
Já para a B3 (B3SA3), o cenário de juros baixo deve continuar impulsionando a saída da renda fixa para a variável, o que é muito benéfico para a bolsa brasileira. “O valuation do setor está muito atrativo”, diz França.
Magazine Luiza (MGLU3) e Ambev (ABEV3)
Apesar de serem consideradas ótimas empresas, os especialistas apontam que 2021 não deve ser um ano tão positivo para MGLU3 e ABEV3 como para as demais blue chips. Isso acontece porque ambas atuam em um mercado muito competitivo e vêm apresentando ótimo desempenho em 2020.
Além disso, suas receitas dependem da capacidade de consumo da população. Portanto, o fim do auxílio emergencial em 2021 pode pesar negativamente para os papéis. “Os bons fundamentos já foram precificados e agora a relação risco-retorno não é mais tão atrativa”, afirma França, da Ágora.
Volta dos investidores estrangeiros
Para além dos pontos individuais de cada empresa, a visão positiva é sustentada pela volta dos investidores estrangeiros à bolsa brasileira. Como são empresas muito grandes e líquidas no mercado, seus ativos sempre são os preferidos dos estrangeiros. “O Itaú (ITUB4) é uma típica ação de gringo”, diz Guimarães, da Levante.
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Estes papéis contam com um impulso extra para suas valorizações. Porém, para que a volta se concretize e beneficie as companhias, o Brasil deve resolver sua questão fiscal. “Para ter uma volta robusta, o País precisa fazer sua lição de casa”, afirma França.
Vale lembrar que o saldo de investimento estrangeiro na B3 é negativo em R$ 30,499 bilhões no agregado do ano até o fechamento do mercado de quarta-feira (2). Porém, o sinal se inverteu em novembro e a B3 acumulou R$ 33,323 bilhões no período, valor recorde para um mês.